Conecte-se conosco

Mundo

Violência e custos limitam reportagens sobre a Amazônia

Pior cobertura sobre a região é a de veículos locais, diz jornalista

Na Semana Mundial do Meio Ambiente, a Agência Brasil entrevistou o jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto. Nascido em Santarém, no Pará, há 73 anos, Lúcio conhece a Amazônia em profundidade. Na condição de colaborador de importantes veículos de imprensa, testemunhou algumas das principais transformações ocorridas na região ao longo das últimas quase seis décadas. Autor de vários livros e criador de jornais alternativos como o Jornal Pessoal – quinzenário que publicou entre 1987 e 2019 –, Lúcio recebeu os mais importantes prêmios do jornalismo brasileiro, incluindo quatro Essos (ou Exxon Mobil, como passou a ser chamado em 2015) e o Vladimir Herzog.

Também foi homenageado com o Prêmio Internacional Liberdade de Imprensa, concedido pelo Committee to Protect Journalists (CPJ). Ao conversar com a reportagem sobre os desafios de informar os cidadãos sobre o que se passa na Amazônia, o ex-professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) que ainda hoje mantém um blog de notícias e colabora com o site Amazônia Real, disse que está pessimista, sentimento agravado pelo fato de que, naquele mesmo dia (5), os brutais assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira completavam um ano sem que os responsáveis tenham sido julgados.

“Hoje, a insegurança dos jornalistas é visível e estou certo de que, se fosse repetir o que fiz entre 1970 e 1990, não estaria vivo”.

Leia a seguir alguns dos principais trechos da conversa:

Agência Brasil – Como você reagiu à notícia dos assassinatos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, em junho de 2022?

Lúcio Flávio – Em 1987, criei o Jornal Pessoal justamente porque um amigo, que era deputado pelo PCdoB [Partido Comunista do Brasil], foi assassinado. Disse para mim mesmo que ia contar a verdadeira história daquele assassinato, a qualquer custo. Passei três meses apurando os fatos e escrevi um texto apontando os nomes de todo mundo, do mandante ao executor do crime, passando pelo intermediário. Só que ninguém quis publicar. Então, acho que, quando um formador de opinião é assassinado, quando os direitos humanos são violentados, o crime tem que ser integralmente esclarecido. Não pode ficar impune. [Sob risco de] se repetir. Os caras que mataram o Dom lá no Vale do Javari demonstram ter a mesma mentalidade daqueles que assassinaram o [líder seringueiro e ambientalista] Chico Mendes [em 1988], em Xapuri (Acre). Para os assassinos do Chico Mendes, ele era só um chato que os impedia de derrubar árvores e de expandir o pasto. Então, eles o mataram, contando com impunidade. Matam bestamente, sem refletir, da mesma forma como o policial que matou [ o padre [João Bosco Penido] Burnier com um tiro na nuca, [em 1976], em uma delegacia [de Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso.

Agência Brasil – Quais as causas dessa violência que o senhor diz ser “primitiva”? O que motiva tantas ameaças, agressões e assassinatos de líderes comunitários, defensores dos direitos humanos e jornalistas que atuam na Amazônia?

Lúcio Flávio – É uma violência estrutural. Sempre houve problemas e conflitos, mas acho que eles se intensificaram a partir do governo de Juscelino Kubitschek [1956/1961], quando o Estado decidiu integrar a região ao resto do país. Para isso, construiu as estradas Belém-Brasília [BR-153] e a BR-29 [atual BR-364], que liga Brasília a Rio Branco. Isso representou uma mudança brutal. Até então, a ocupação da região se restringia às áreas navegáveis próximas ao leito dos rios, uma faixa de algumas dezenas de quilômetros. As terras mais distantes, de difícil acesso, onde a maioria das populações indígenas estava concentrada, era praticamente ignorada. As estradas impuseram outro ritmo civilizatório, mudando o eixo de ocupação da região e favorecendo o maior processo de desmatamento da história da humanidade. Nunca tanta floresta tinha sido derrubada [em tão pouco tempo], com todos os efeitos ambientais, sociais e políticos resultantes. Ou seja, a violência regional não é produto de uma psicologia individual, de uma patologia individual. Ela é produto de uma filosofia de ocupação da região. O modelo de desenvolvimento da Amazônia é o caos: instaura-se o caos e deste decorrem todos os desdobramentos de que estamos falando.

Agência Brasil – E muitos dos argumentos apresentados para integrar a Amazônia, não necessariamente ao restante do país, mas sim a um projeto de desenvolvimento econômico, continuam sendo repetidos ainda hoje, não?

Lúcio Flávio – Sim. Por ser muito extensa; subpovoada e ameaçada pela cobiça externa, a Amazônia era considerada uma região problema. Suas próprias características naturais eram consideradas um entrave à expansão das frentes econômicas que avançavam de outras partes. Então, a diretriz era ocupar a Amazônia. Inclusive para afastar o risco de uma invasão estrangeira – esta conversa que vem de longo tempo e que, em 2002, motivou a criação do Sivam [Sistema de Vigilância da Amazônia]. Só que a integração exigia que se estabelecesse um valor [financeiro] para a terra. E, inicialmente, só tinha direito a expandir sua propriedade aquele [posseiro] que derrubasse a floresta, estabelecendo benfeitorias. Então, quem vinha de outras regiões para se estabelecer, via na floresta um estorvo e considerava que tinha que desmatar. Some-se a isso o fato de que a cultura local era desprezada, era considerada [expressão de] uma cultura pré-capitalista, primitiva, que não tinha escala e valor de mercado. Deu no que deu. Queriam que a região fosse tal e qual o resto do país? Mas o que é o Brasil [em termos ambientais] para além da Amazônia? É o país do desmatamento, que explorou os recursos naturais de outros biomas, como a Mata Atlântica, até quase a extinção. O [dramaturgo alemão] Bertold Brecht tem uma frase maravilhosa que ajuda a pensarmos nas causas dessa violência: “todos condenam um rio por ser violento, mas ninguém condena as margens que o comprimem”.

Agência Brasil – Nesse contexto, quais são os principais desafios para a cobertura jornalística na Amazônia?

Lúcio Flávio – Justamente o fato de a região ser extremamente violenta. Uma violência que pode se manifestar de forma explícita, como nos assassinatos, mas também de maneira sutil. Qualquer que seja o caso, ela é responsável por um estado de tensão permanente. O que exigiria uma forte presença do Estado, com uma atuação técnica e imparcial, o que não ocorre. Ao longo dos tempos, o Estado assumiu uma posição de franca hostilidade aos direitos – seja o direito das pessoas à natureza, seja o direito à vida. O fato se agravou enormemente no governo de Jair Bolsonaro, durante o qual houve, em [agosto de] 2019, o famigerado Dia do Fogo, quando [um grupo de] fazendeiros de Novo Progresso, no Pará, resolveu queimar a floresta. Nunca houve nada igual a isso.

Agência Brasil – O senhor disse que, historicamente, os saberes, a inteligência local, foram desprezados. Isso se aplica à prática jornalística, que muitos afirmam tratar a Amazônia de forma episódica e reducionista?

Lúcio Flávio – Tenho aqui comigo algumas edições de 1975 do jornal O Estado de São Paulo, para o qual trabalhei por 18 anos. Bem, em uma só semana, publicamos 12 páginas sobre a Amazônia. Na época, o jornal era uma fonte indispensável [de informações] para trabalhos acadêmicos e para o próprio governo. Se você ler muitas das matérias que o jornal publicou até o início dos anos 1980, vai ver que elas atacam o modelo de desenvolvimento econômico [que se buscava implantar na] região, defendem os posseiros e os índios. Ainda assim, em plena ditadura, militares de alta patente diziam que não deixariam que fossemos censurados por compreenderem que oferecíamos uma outra forma deles saberem mais sobre o que estava acontecendo na região. Hoje, a meu ver, as matérias contêm muito menos informação. Em parte porque a insegurança do jornalista é visível. Eu mesmo já fui ameaçado de morte, agredido, processado, mas estou certo de que se fosse repetir o que fiz entre 1970 e 1990, não estaria vivo. E há também os fatores econômicos. Para dar conta da realidade, o jornalista tem que viajar muito. E viajar pela Amazônia é caro. Em 1976, passei 12 dias viajando em um barco fretado pelo jornal. Eu frequentemente viajava para lugares onde só chegávamos em aviões fretados. Essa estrutura não existe mais no jornalismo. De forma geral, as empresas [de comunicação] não estão mais dispostas a gastar esse dinheiro. Então, recorrem a material de arquivo, a entrevistas, filmes. Só que, mesmo com as facilidades criadas pelas modernas ferramentas de comunicação, o que garante a força do jornalismo é estar no local dos fatos, na hora em que eles acontecem. Isso está cada vez mais difícil.

Agência Brasil – E a cobertura dos veículos de mídia regionais, que têm menos recursos e, em geral, estão ainda mais sujeitos às pressões e aos interesses locais? Os veículos regionais dão conta de informar a população da Amazônia sobre os desafios da região?

Lúcio Flávio – A pior cobertura sobre a Amazônia é a feita pelos veículos da própria Amazônia. Em primeiro lugar porque eles não querem [ou não têm como] gastar dinheiro. A maior parte das matérias sobre acontecimentos ocorridos no interior da Amazônia vem das grandes agências de notícias, ou seja, de fora, e não dos jornais locais. E há ainda aqueles veículos que estão comprometidos com governos e com outros anunciantes. Para mim, a imprensa regional simplesmente perdeu o tom da cobertura da Amazônia. Ao menos quando se trata dos temas que estamos discutindo aqui. Quem é o grande repórter de Amazônia? O Dom, por exemplo, era do [jornal britânico] The Guardian. Hoje, eu frequentemente leio no The New York Times [dos Estados Unidos} ou no El País [da Espanha] notícias que não saem nos veículos da Amazônia e até mesmo do Brasil.

Agência Brasil – O que fazer para reduzir esta violência que, como você disse, não é só explícita, se acirrou ao longo dos anos e afeta a todos, indistintamente, em maior ou menor grau?

Lúcio Flávio – Se os enclaves em Carajás, no Trombetas, em Canaã, seguirem produzindo bens intensivos aceitos no mercado internacional, os sucessivos governos não estarão nem aí para os conflitos episódicos, para a morte de índios e de jornalistas. A função da Amazônia seguirá sendo exportar produtos primários que gerem receitas. Mesmo com toda a receptividade mundial ao discurso em prol da proteção amazônica, vejo com extremo pessimismo o futuro da região. Trabalho na Amazônia há 57 anos. Antes eu viajava sozinho por áreas inóspitas, enfrentando dificuldades de todo tipo. Hoje, não faria mais isso. Porque, hoje, se um jornalista incomodar os senhores rurais da região, corre o risco de ser morto brutalmente, como o Dom Phillips, o Bruno Pereira e tantos outros.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC

Continue Lendo
Publicidade
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

Ação apreende duas toneladas de produtos falsos com marca Rock in Rio

Copos, camisas, chapéus e bonés seriam distribuídos a ambulantes

Uma ação conjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) com o Ministério Público estadual resultou na apreensão de duas toneladas de materiais falsificados com a marca do festival de música Rock in Rio, que acontece na cidade. A apreensão ocorreu nesta quinta-feira (19), no centro do Rio.

Durante a ação, quatro suspeitos, responsáveis pelas lojas onde os produtos foram localizados, acabaram presos. Eles vão responder por comercialização de material contrafeito [falsificação ou réplica do produto original], ostentando ilegalmente a marca.

Entre os produtos apreendidos estão milhares de copos, camisas, chapéus e bonés, que seriam distribuídos para ambulantes revenderem na segunda semana do evento. O material foi localizado por meio de informações de inteligência, que dão continuidade às ações iniciadas na primeira semana do festival.

Pirataria

Na semana passada, duas ações resultaram na apreensão de grande quantidade de material falsificado. A delegacia especializada na repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial junto com o MP do Rio e a promotoria do Juizado Especial Criminal (Jecrim), encontraram mais de 5,3 mil copos, 185 bonés falsos e milhares de porta-copos no primeiro dia do evento dia 13 deste mês. Dois homens foram presos em flagrante, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

No dia seguinte, em operações nas proximidades do Rock in Rio, as equipes localizaram um caminhão com milhares de copos e alças de porta-copos falsificadas com a marca do festival. Também foram apreendidos uma máquina de cartão de crédito e uma credencial falsa.

Até agora, as ações já resultaram na apreensão de mais de 15 mil itens e na prisão de 10 suspeitos.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

Continue Lendo

Mundo

Fiocruz mantém alerta para alta de casos graves de covid-19

Dados são do Boletim InfoGripe

O novo Boletim InfoGripe desta semana destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 crescem e se ampliam no país. A atualização mostra aumento dos casos de SRAG associado à covid-19 no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os estados de Minas Gerais e Paraná também apresentam leve aumento de casos SRAG em idosos, provavelmente associado à covid-19. Os dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (19).

A manutenção do aumento dos casos de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos de idade em muitos estados da região Centro-Sul e em alguns estados do Norte-Nordeste está associada ao rinovírus. No entanto, já é possível observar sinais de desaceleração no crescimento de SRAG pela doença em alguns desses estados e até mesmo a queda das hospitalizações por rinovírus em outras regiões do país.

Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos de idade, os vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos. A mortalidade da SRAG permanece mais elevada entre os idosos, com predomínio de covid-19, seguido pela influenza A.

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e covid-19 em muitos estados.

A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que o crescimento dos casos graves por rinovírus já começam a dar sinais de desaceleração em alguns estados ou até de queda em algumas regiões. Em relação aos vírus da influenza A, informa Tatiana, os casos graves do vírus continuam em baixa na maior parte do país.

No entanto, segundo a pesquisadora, o estudo observou aumento de casos graves por influenza A no Rio Grande do Sul. “Por isso, é importante que todas as pessoas do grupo de risco do Rio Grande do Sul que ainda não tomaram a vacina contra o vírus da influenza A procurem um posto de saúde para se vacinarem contra o vírus. Além disso, diante do cenário de aumento de casos graves de covid-19 em muitos estados do país, é muito importante que todas as pessoas do grupo de risco também estejam em dia com a vacina”.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC

Continue Lendo

Mundo

Com R$ 201,6 bi em agosto, arrecadação federal volta a bater recorde

Receita arrecadada de janeiro a agosto soma R$ 1,7 trilhão

O crescimento da economia e as medidas de tributação para super-ricos voltaram a melhorar a arrecadação federal. Em agosto, as receitas do governo federal somaram R$ 201,6 bilhões, alta de 11,95% acima da inflação sobre o mesmo mês do ano passado. Segundo a Receita Federal, o valor é o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

De janeiro a agosto, a receita arrecadou R$ 1,7 trilhão, alta de 9,47% acima da inflação na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. O montante também é recorde para o período.

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação recorde de 2024 deve-se principalmente aos seguintes fatores: crescimento real (acima da inflação) e 19,31% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Capital (IRRF-Capital); crescimento real de 19,34% nas receitas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); crescimento real de 17,99% no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e comportamento das variáveis macroeconômicas, que refletem o crescimento da economia.

Em relação ao IRRF-Capital, o crescimento da arrecadação resulta da tributação dos fundos exclusivos, aprovada no fim do ano passado, que antecipou a cobrança de imposto. A alta da arrecadação do PIS/Cofins reflete o crescimento das vendas. Isso porque os dois tributos incidem sobre o faturamento e são diretamente ligados ao consumo.

Segundo a Receita, o aumento na arrecadação de IRPF decorre da atualização de bens e direitos no exterior determinado pela nova Lei das Offshores (empresas de investimentos no exterior). No início do ano, os contribuintes tiveram de atualizar os ativos e os investimentos em outros países.

Em relação às variáveis macroeconômicas, a alta da arrecadação é reflexo do crescimento da economia brasileira em 2024. No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu 1,4% no segundo trimestre. Os números acima das expectativas fizeram a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevar para 3,2% a previsão de crescimento do PIB em 2024.

Meta fiscal

Apesar da arrecadação recorde, o governo enfrenta desafios para cumprir a meta fiscal de 2024. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece que o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – deverá registrar déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões para mais ou para menos.

O resultado primário representa o saldo positivo ou negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública. Para chegar ao centro da meta de resultado primário zero, o governo precisa de R$ 168 bilhões extras neste ano. Apesar do crescimento das receitas dos fundos exclusivos e das offshores, a equipe econômica enfrenta dificuldades em outras fontes de recursos que atrasaram, como os votos de desempate do governo nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A nova estimativa de receitas para o Carf, órgão da Receita Federal que julga dívidas de grandes contribuintes, será divulgada nesta sexta-feira (20). Na ocasião, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgarão o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

Continue Lendo

Destaques