O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) alterou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4% para 2,2% em 2023. A mudança é resultado do desempenho da economia brasileira no primeiro semestre do ano. Nos três primeiros meses, PIB avançou 1,9%, reflexo do desempenho agropecuário. De acordo com o economista e coordenador acadêmico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Rochilin, três fatores são responsáveis pelo otimismo do setor industrial.
“O primeiro deles é a queda da inflação. Essa queda ajuda a recuperação do poder aquisitivo da população e, portanto, acaba por ter óbvios efeitos sobre o consumo. E claro que havendo melhora no consumo, isso vai produzir reflexos na indústria. O segundo fator diz respeito ao novo arcabouço fiscal, que traz uma maior segurança no que se refere à política fiscal e à política de gastos do governo. Ele projeta uma política mais responsável e, com isso, sugere uma menor aversão ao risco. O resultado de uma menor aversão ao risco, naturalmente, é um incentivo ao investimento”, explica.
O economista aponta ainda a reforma tributária como elemento que, além de recuperar a confiança, deve contribuir também para o crescimento da indústria. A PEC 45/2019 foi aprovada na última sexta-feira (7), na Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira (11), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) será o relator da proposta na Casa.
“No que se refere à retomada da indústria especificamente, a possibilidade da indústria voltar a crescer no país, acredito que a desoneração tributária pode ajudar. E, nesse sentido, a reforma tributária desempenha um papel importante, na medida em que houver uma menor taxação, uma menor tributação sobre a produção e uma maior tributação sobre a renda, isso pode se traduzir em menores custos e, consequentemente, em maior competitividade da indústria”, argumenta Mauro Rochilin.
A redação que começa a ser analisada pelos senadores após o recesso parlamentar unifica os cinco principais impostos sobre o consumo de bens e serviços no novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual. De um lado, IPI, PIS e Cofins, da União, dão origem à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Do outro, ICMS (estadual) e ISS (municipal) formam o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A alíquota do IVA, ou seja, o percentual de imposto que incidirá sobre os produtos e serviços, ainda será definida por lei complementar. Os cálculos iniciais de economistas apontam para algo em torno de 25%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11), mostra queda de 0,08% e registra a primeira deflação de 2023 em junho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, os grupos “Alimentação e Bebidas” — influenciados, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio — e “Transportes” — resultado do recuo nos preços de automóveis novos e usados e queda dos combustíveis.
Para o deputado federal Júlio Lopes (PP–RJ), membro da Frente Parlamentar Brasil Competitivo, a melhoria nos principais indicadores reflete o aumento da confiança não apenas do setor industrial.
“A gente tem aí, nesse passado próximo dos últimos três meses, uma queda muito substancial do dólar, uma queda substancial da inflação. Tem também a melhora na expectativa do PIB para o crescimento de 1.5% para 2,2%, 2,3%, que já é bem melhor. Então, há um conjunto de melhorias significativas nos principais indicadores do mercado e, obviamente, a comunidade industrial também entra nesse contexto”, ressalta o parlamentar.
Confiança da Indústria
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) mostra que 17 dos 29 setores da indústria estão confiantes. Segundo a pesquisa, houve uma transição da falta de confiança para a confiança em junho. O resultado quebra uma sequência de três meses de falta de confiança na indústria, que aconteceu entre março e maio de 2023, de acordo com a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Também houve avanço em todos os componentes do ICEI. A pesquisa mostra que o Índice de Condições atuais avançou 1,1 ponto, para 44,2 pontos. Apesar da alta, o índice segue abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa pessimismo de otimismo. Já o Índice de Expectativas subiu 1,3 ponto, para 53,5 pontos — o que indica otimismo da indústria para o segundo semestre de 2023.
Brasil já registrou mais de 26 mil casos de homicídios dolosos, ao longo de 2024
Bahia é o estado que teve o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes
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Ao longo de 2024, o Brasil já registrou 26.591 homicídios dolosos – quando há intenção de matar. De acordo com dados do governo federal, o número de vítimas desse tipo de crime chega a 97 por dia.
Bahia é o estado que registrou até agora o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes. Na sequência aparece Pernambuco, com 2.474 vítimas e uma taxa de 34,58 casos a cada 100 mil habitantes.
Em terceiro lugar no ranking está o Ceará, com 2.381 casos. Nesse tipo de crime, o estado tem uma taxa de 34,38 casos a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, as unidades da federação com menores índices de homicídios dolosos são Roraima, com 83; Acre, com 111; e Distrito Federal, com 151.
Os números são apresentados em meio aos debates entre os governadores dos estados e o governo federal sobre ações que possam melhorar a segurança pública no país. O governo federal até propôs uma PEC com algumas mudanças na área. No entanto, os governantes estaduais acharam a proposta rasa e cobraram medidas mais profundas para minimizar os problemas relacionados à violência. Alguns deles, como Ronaldo Caiado, de Goiás, pede mais autonomia dos estados em relação à elaboração de leis penais.
Confira o número de casos por estado e seus respectivos governadores
AC (111) – Gladson Cameli (PP)
AL (749) – Paulo Dantas (MDB)
AM (797) – Wilson Miranda (UNIÃO)
AP (164) – Clécio Luis (SOLIDARIEDADE)
BA (3.048) – Jerônimo Rodrigues (PT)
CE (3.281) – Elmano de Freitas (PT)
DF (151) – Ibaneis Rocha (MDB)
ES (600) – Renato Casagrande (PSB)
GO (658) – Ronaldo Caiado (UNIÃO)
MA (1.392) – Carlos Brandão (PSB)
MG (2.076) – Romeu Zema (NOVO)
MS (264) – Eduardo Riedel (PSDB)
MT (661) – Mauro Mendes (UNIÃO)
PA (1.874) – Helder Barbalho (MDB)
PB (718) – João Azevedo (PSB)
PE (2.474) – Raquel Lyra (PSDB)
PI (411) – Rafael Fonteles (PT)
PR (1.191) – Ratinho Jr. (PSD)
RJ (2.355) – Cláudio Castro (PL)
RN (467) – Fátima Bezerra (PT)
RO (313) – Marcos Rocha (UNIÃO)
RR (83) – Antonio Denarium (PP)
RS (1.051) – Eduardo Leite (PSDB)
SC (382) – Jorginho Melo (PL)
SE (258) – Fábio Mitidieri (PSD)
SP (1.769) – Tarcísio de Freitas (REPUNLICANOS)
TO (193) – Wanderlei Barbosa (REPUBLICANOS)
Latrocínio
Em relação ao latrocínio – que é o roubo seguido de morte – o Brasil registou, em 2024, 673 casos, com uma média de duas vítimas por dia. Nesse tipo de crime, quem lidera o ranking é o estado de São Paulo, com 135 latrocínios ao longo do ano, com uma taxa de 0,39 casos a cada 100 mil habitantes.
Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 64 casos registrados e uma taxa de 0,50 latrocínios cada 100 mil habitantes. Pernambuco, por sua vez, aparece em terceiro lugar, com 57 casos em 2024, além de registrar uma taxa de 0,80 a cada 100 mil habitantes.
Quanto aos casos de estupro, o Brasil já registrou 58.776, ao longo deste ano. A média diária é de 215 casos. São Paulo também apresenta o maior número entre os estados: 11.975, com uma taxa de 34,37 estupros a cada 100 mil habitantes.
O Paraná surge em segundo lugar, com 5.311 casos, uma taxa de 59,89 casos a cada 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro, por sua vez, configura em terceiro, com 4.409 estupros e uma taxa de 34,14 a cada 100 mil habitantes.
Já os que registram os menores números são Roraima, com 434 casos; Acre, com 476; e Amapá, com 479.
Feriado prolongado: confira dicas de como dirigir em segurança
Crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta risco de acidentes
Dia 15 de novembro é feriado da Proclamação da República. A data antecede o final de semana e há quem aproveite o período para descansar em casa. Mas muitos brasileiros preferem usufruir da folga prolongada para viajar e o crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta o risco de acidentes.
Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), entre os principais cuidados para prevenção de acidentes estão o respeito à sinalização de trânsito e não aliar álcool à direção. A orientação é: se beber, não dirija.
No verão o número de acidentes é mais expressivo, de acordo com o Detran-DF – o que corresponde aos meses de dezembro a fevereiro, Nesse período, há feriados prolongados, férias escolares e de trabalho, provocando um crescimento nas viagens de turismo. Mas independentemente da época, é preciso estar atento à segurança nas rodovias.
Inclusive, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu início, na última quinta-feira (14), à Operação Proclamação da República 2024. O objetivo é reduzir a violência no trânsito e os acidentes nas rodovias federais do país por meio da intensificação de medidas como policiamento, fiscalização e a educação para o trânsito.
A policial federal Fernanda Souza destaca a importância da atuação da PRF. “O objetivo é reduzir o número de acidentes e também o número de mortos e feridos”.
Veja dicas de como dirigir em segurança:
Não ultrapasse em locais proibidos;
Ultrapasse sempre pela esquerda (somente em locais permitidos);
Trafegue sempre com os faróis acesos, mesmo durante o dia;
Respeite a velocidade da via;
Use o cinto de segurança (motorista e passageiros);
Faça a revisão no carro e confira todos os itens de segurança (estepe, triângulo e luzes de faróis e freios).
Cheque a previsão do tempo também para os dias de deslocamento;
Estude rotas alternativas;
Certifique-se de que todos os ocupantes do veículo tenham/portem o documento de identificação, inclusive crianças e adolescentes e
Ocupantes de motocicletas: devem sempre usar o capacete e manter distância das laterais traseiras dos veículos.
Explosões em Brasília: Praça dos Três Poderes e trânsito na Esplanada liberados nesta sexta-feira (15)
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque à Suprema Corte brasileira e a possível participação de outros envolvidos
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A Praça dos Três Poderes e o trânsito nas vias ao redor dela, assim como do Palácio da Alvorada e do Congresso Nacional, estão liberadas desde a tarde desta quinta (14), pouco mais de 14 horas depois do atentado próximo ao Supremo Tribunal Federal na noite da última quarta-feira (13). Até mesmo o restaurante que funciona na praça voltou a funcionar normalmente.
Mesmo depois de passarem por uma varredura na madrugada, não houve expediente nas duas casas legislativas do Congresso Nacional nesta quinta (14). O STF foi vistoriado pela manhã, mas à tarde os ministros voltaram a despachar normalmente, inclusive com sessão plenária. O presidente Lula também despachou do Palácio do Planato pela manhã.
O programa de visitação pública no STF está suspenso provisoriamente. No Congresso Nacional, a suspensão vale até domingo (17).
Segurança reforçada
Apesar de o local estar liberado, a segurança na Praça dos Três Poderes continua reforçada. As grades que protegem o prédio do STF — que haviam sido removidas há cerca de um mês — foram recolocadas. Militares do Exército reforçam a segurança na frente do Palácio do Planalto.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) convocou todo o efetivo a permanecer em estado de sobreaviso até o próximo domingo (17). “O efetivo convocado deve estar preparado para acionamentos a qualquer momento, devendo se manter acessível e disponível para eventuais emergências”, afirmou o o delegado-geral, José Werick de Carvalho, em comunicado.
O corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos — autor do atentado — foi retirado da Praça na manhã desta quinta. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, durante a operação foi identificado material potencialmente explosivo junto ao corpo dele, além de um aparelho celular. Os explosivos foram neutralizados pelo Esquadrão de Bombas do BOPE, o local passou por perícia e só então foi liberado.
Casa em Ceilândia (DF)
As investigações levaram a Polícia até uma casa em Ceilândia, a 25 km do local do atentado. O local havia sido alugado por Francisco há cerca de 2 semanas. A varredura na casa foi feita com a ajuda do robô antibomba, que abriu uma gaveta e houve uma grande explosão. No local ainda foram encontrados explosivos e rojões.
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque e a possível participação de outros envolvidos.
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