Por que a reforma tributária é prioridade máxima para a indústria
Sistema tributário atual é complexo, o que faz com que as empresas gastem muito tempo e dinheiro para cumprir com todas as obrigações. Além disso, indústria é mais tributada do que os outros setores, o que tira competitividade no mercado interno e externo. Reforma tributária sobre o consumo viria para simplificar a cobrança de impostos e resolver parte do problema
A reforma tributária é prioridade máxima para a indústria brasileira. Entre os 139 projetos de lei que despertam o interesse do setor e que fazem parte da Agenda Legislativa da Indústria, as propostas que visam simplificar o complexo sistema de tributação sobre o consumo estão no topo da lista. Mas, afinal, por que esse tema é tão importante para os empresários industriais?
Assim como outros setores produtivos, a indústria tem na complexidade do sistema tributário um dos maiores entraves para ser competitiva. No atual modelo, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios podem criar leis para a cobrança de impostos sobre a comercialização de produtos e prestação de serviços.
O governo federal, por exemplo, tem o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Já os estados e o DF têm o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, o ICMS, enquanto as prefeituras cobram o Imposto Sobre Serviços (ISS). O problema é que a tributação não se resume a esses três impostos. Existem outros, como PIS e Cofins.
Além disso, a liberdade para cada ente legislar sobre os tributos que são de sua competência gera um verdadeiro “manicômio tributário”. De acordo com o Instituto Liberal, foram criadas cerca de 420 mil normas tributárias desde 1988.
Para pagar tanto imposto, cada um sujeito a regras próprias de recolhimento, as empresas brasileiras gastam, em média, 1.501 horas por ano. Empresa de nenhum outro país do mundo leva tanto tempo para estar em dia com o sistema tributário quanto aqui, de acordo com o Banco Mundial. Na prática, são mais de 62 dias – o equivalente a dois meses – ininterruptos apenas para apurar e pagar tributos.
Arnaldo Sampaio, advogado e professor de teoria geral do Estado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), explica que o complexo sistema tributário tira competitividade da indústria brasileira, já que as concorrentes no mercado internacional não perdem o tempo e o dinheiro que as empresas nacionais perdem para dar conta de tanta regra.
“Essa complexidade resulta num custo para todo aquele que paga o tributo. Quantas horas e quanto recurso que uma empresa precisa para fazer o cálculo de todas as suas obrigações tributárias? Nós sabemos que esperar que alguém conheça todas as nuances da tributação é uma expectativa inglória, porque é muita regra”, afirma.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o consumo dos brasileiros cresceu nos últimos 15 anos, mas não foi acompanhado pelo desenvolvimento da indústria nacional. Quem deu conta de toda a demanda foram as indústrias de fora. Um dos motivos para isso é o sistema tributário, que acaba deixando os produtos produzidos aqui mais caros que os importados.
Como se não bastassem as desvantagens comparativas no mercado externo, internamente a indústria é mais prejudicada pelo atual sistema tributário do que os outros setores. A carga tributária sobre a indústria de transformação é de 46,2%, contra 22,1% sobre os serviços.
“Essa gangorra acaba trazendo prejuízo para o ambiente de desenvolvimento do país e a indústria está se apresentando, com a Agenda Legislativa, para que a gente discuta e ache o melhor texto”, afirma o senador Eduardo Gomes (PL-TO).
Ambiente favorável
Discutida há décadas, a reforma tributária nunca saiu do papel. As divergências entre os setores produtivos e, também, entre os entes da federação sobre o texto acabaram impedindo que o Congresso Nacional votasse uma proposta que tivesse o consenso de todos os interessados.
Agora, o tema voltou à pauta dos congressistas. Há, inclusive, um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados com o objetivo de debater as propostas que estão na mesa, modelar um texto e colocá-lo para votação na Casa até o fim de maio. O governo federal diz que vai trabalhar para aprovar a reforma tributária até outubro.
O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) afirma que o ambiente para a discussão e votação da reforma é favorável. “A oposição é a favor da reforma. Antes você tinha os governos querendo fazer reforma e a oposição dificultando. Hoje, quem mais quer reforma é a oposição. Então, é muito fácil para o governo trabalhar. Se a oposição toda quer, basta ele querer”, avalia.
Brasil já registrou mais de 26 mil casos de homicídios dolosos, ao longo de 2024
Bahia é o estado que teve o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes
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Ao longo de 2024, o Brasil já registrou 26.591 homicídios dolosos – quando há intenção de matar. De acordo com dados do governo federal, o número de vítimas desse tipo de crime chega a 97 por dia.
Bahia é o estado que registrou até agora o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes. Na sequência aparece Pernambuco, com 2.474 vítimas e uma taxa de 34,58 casos a cada 100 mil habitantes.
Em terceiro lugar no ranking está o Ceará, com 2.381 casos. Nesse tipo de crime, o estado tem uma taxa de 34,38 casos a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, as unidades da federação com menores índices de homicídios dolosos são Roraima, com 83; Acre, com 111; e Distrito Federal, com 151.
Os números são apresentados em meio aos debates entre os governadores dos estados e o governo federal sobre ações que possam melhorar a segurança pública no país. O governo federal até propôs uma PEC com algumas mudanças na área. No entanto, os governantes estaduais acharam a proposta rasa e cobraram medidas mais profundas para minimizar os problemas relacionados à violência. Alguns deles, como Ronaldo Caiado, de Goiás, pede mais autonomia dos estados em relação à elaboração de leis penais.
Confira o número de casos por estado e seus respectivos governadores
AC (111) – Gladson Cameli (PP)
AL (749) – Paulo Dantas (MDB)
AM (797) – Wilson Miranda (UNIÃO)
AP (164) – Clécio Luis (SOLIDARIEDADE)
BA (3.048) – Jerônimo Rodrigues (PT)
CE (3.281) – Elmano de Freitas (PT)
DF (151) – Ibaneis Rocha (MDB)
ES (600) – Renato Casagrande (PSB)
GO (658) – Ronaldo Caiado (UNIÃO)
MA (1.392) – Carlos Brandão (PSB)
MG (2.076) – Romeu Zema (NOVO)
MS (264) – Eduardo Riedel (PSDB)
MT (661) – Mauro Mendes (UNIÃO)
PA (1.874) – Helder Barbalho (MDB)
PB (718) – João Azevedo (PSB)
PE (2.474) – Raquel Lyra (PSDB)
PI (411) – Rafael Fonteles (PT)
PR (1.191) – Ratinho Jr. (PSD)
RJ (2.355) – Cláudio Castro (PL)
RN (467) – Fátima Bezerra (PT)
RO (313) – Marcos Rocha (UNIÃO)
RR (83) – Antonio Denarium (PP)
RS (1.051) – Eduardo Leite (PSDB)
SC (382) – Jorginho Melo (PL)
SE (258) – Fábio Mitidieri (PSD)
SP (1.769) – Tarcísio de Freitas (REPUNLICANOS)
TO (193) – Wanderlei Barbosa (REPUBLICANOS)
Latrocínio
Em relação ao latrocínio – que é o roubo seguido de morte – o Brasil registou, em 2024, 673 casos, com uma média de duas vítimas por dia. Nesse tipo de crime, quem lidera o ranking é o estado de São Paulo, com 135 latrocínios ao longo do ano, com uma taxa de 0,39 casos a cada 100 mil habitantes.
Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 64 casos registrados e uma taxa de 0,50 latrocínios cada 100 mil habitantes. Pernambuco, por sua vez, aparece em terceiro lugar, com 57 casos em 2024, além de registrar uma taxa de 0,80 a cada 100 mil habitantes.
Quanto aos casos de estupro, o Brasil já registrou 58.776, ao longo deste ano. A média diária é de 215 casos. São Paulo também apresenta o maior número entre os estados: 11.975, com uma taxa de 34,37 estupros a cada 100 mil habitantes.
O Paraná surge em segundo lugar, com 5.311 casos, uma taxa de 59,89 casos a cada 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro, por sua vez, configura em terceiro, com 4.409 estupros e uma taxa de 34,14 a cada 100 mil habitantes.
Já os que registram os menores números são Roraima, com 434 casos; Acre, com 476; e Amapá, com 479.
Feriado prolongado: confira dicas de como dirigir em segurança
Crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta risco de acidentes
Dia 15 de novembro é feriado da Proclamação da República. A data antecede o final de semana e há quem aproveite o período para descansar em casa. Mas muitos brasileiros preferem usufruir da folga prolongada para viajar e o crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta o risco de acidentes.
Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), entre os principais cuidados para prevenção de acidentes estão o respeito à sinalização de trânsito e não aliar álcool à direção. A orientação é: se beber, não dirija.
No verão o número de acidentes é mais expressivo, de acordo com o Detran-DF – o que corresponde aos meses de dezembro a fevereiro, Nesse período, há feriados prolongados, férias escolares e de trabalho, provocando um crescimento nas viagens de turismo. Mas independentemente da época, é preciso estar atento à segurança nas rodovias.
Inclusive, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu início, na última quinta-feira (14), à Operação Proclamação da República 2024. O objetivo é reduzir a violência no trânsito e os acidentes nas rodovias federais do país por meio da intensificação de medidas como policiamento, fiscalização e a educação para o trânsito.
A policial federal Fernanda Souza destaca a importância da atuação da PRF. “O objetivo é reduzir o número de acidentes e também o número de mortos e feridos”.
Veja dicas de como dirigir em segurança:
Não ultrapasse em locais proibidos;
Ultrapasse sempre pela esquerda (somente em locais permitidos);
Trafegue sempre com os faróis acesos, mesmo durante o dia;
Respeite a velocidade da via;
Use o cinto de segurança (motorista e passageiros);
Faça a revisão no carro e confira todos os itens de segurança (estepe, triângulo e luzes de faróis e freios).
Cheque a previsão do tempo também para os dias de deslocamento;
Estude rotas alternativas;
Certifique-se de que todos os ocupantes do veículo tenham/portem o documento de identificação, inclusive crianças e adolescentes e
Ocupantes de motocicletas: devem sempre usar o capacete e manter distância das laterais traseiras dos veículos.
Explosões em Brasília: Praça dos Três Poderes e trânsito na Esplanada liberados nesta sexta-feira (15)
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque à Suprema Corte brasileira e a possível participação de outros envolvidos
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A Praça dos Três Poderes e o trânsito nas vias ao redor dela, assim como do Palácio da Alvorada e do Congresso Nacional, estão liberadas desde a tarde desta quinta (14), pouco mais de 14 horas depois do atentado próximo ao Supremo Tribunal Federal na noite da última quarta-feira (13). Até mesmo o restaurante que funciona na praça voltou a funcionar normalmente.
Mesmo depois de passarem por uma varredura na madrugada, não houve expediente nas duas casas legislativas do Congresso Nacional nesta quinta (14). O STF foi vistoriado pela manhã, mas à tarde os ministros voltaram a despachar normalmente, inclusive com sessão plenária. O presidente Lula também despachou do Palácio do Planato pela manhã.
O programa de visitação pública no STF está suspenso provisoriamente. No Congresso Nacional, a suspensão vale até domingo (17).
Segurança reforçada
Apesar de o local estar liberado, a segurança na Praça dos Três Poderes continua reforçada. As grades que protegem o prédio do STF — que haviam sido removidas há cerca de um mês — foram recolocadas. Militares do Exército reforçam a segurança na frente do Palácio do Planalto.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) convocou todo o efetivo a permanecer em estado de sobreaviso até o próximo domingo (17). “O efetivo convocado deve estar preparado para acionamentos a qualquer momento, devendo se manter acessível e disponível para eventuais emergências”, afirmou o o delegado-geral, José Werick de Carvalho, em comunicado.
O corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos — autor do atentado — foi retirado da Praça na manhã desta quinta. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, durante a operação foi identificado material potencialmente explosivo junto ao corpo dele, além de um aparelho celular. Os explosivos foram neutralizados pelo Esquadrão de Bombas do BOPE, o local passou por perícia e só então foi liberado.
Casa em Ceilândia (DF)
As investigações levaram a Polícia até uma casa em Ceilândia, a 25 km do local do atentado. O local havia sido alugado por Francisco há cerca de 2 semanas. A varredura na casa foi feita com a ajuda do robô antibomba, que abriu uma gaveta e houve uma grande explosão. No local ainda foram encontrados explosivos e rojões.
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque e a possível participação de outros envolvidos.
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