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Mundo

Movimento Negro Unificado completa 45 anos de luta contra o racismo

Luta envolve aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais

O Movimento Negro Unificado (MNU) completou esta semana 45 anos de história de lutas em defesa do povo negro em todos os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. O próprio lançamento público foi histórico: o ato de fundação do MNU, em 7 de julho de 1978, reuniu mais de duas mil pessoas em frente às escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, em plena Ditadura Civil-Militar (1964-1985), cena que entrou para a história do país.

As atividades do movimento dialogam com o conceito Sankofa, originado de um provérbio tradicional entre os povos de língua Akan da África Ocidental, que diz: se wo were fi na wosan kofa a yenki, que pode ser traduzido por “não é tabu voltar atrás e buscar o que esqueceu”, e representa o olhar para o passado para a construção de um futuro.

Ao longo da história, o MNU tem avançado com a pauta antirracista, a começar com a definição do que é ser negro, explica a integrante da coordenação nacional do movimento, Simone Nascimento.

“O MNU contribuiu na compreensão de várias questões, inclusive com o IBGE, com o próprio reconhecimento de negro na sociedade, tirando aquelas variações de tom de peles que existiam e que faziam parte do mito da democracia racial. Nos levou à compreensão de que a população negra é a maioria no Brasil e, portanto, precisa de reparação histórica, políticas públicas pensadas na superação do racismo”.

O feminismo negro é outra frente, completa Simone. “O movimento contribuiu com a compreensão da tripla exploração contra a mulher negra e portanto, contra todas as mulheres, com proteção da exploração sexual, o machismo e a desigualdade salarial. Então, o MNU pauta essa questão do feminismo, o movimento de mulheres negras brasileira é reconhecido internacionalmente”.

Mais uma contribuição é na área da educação, por meio da Lei nº 11.645/2008, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas escolas de ensino fundamental e médio.

“O MNU debateu em muitos fóruns de educação o que significava o direito à memória, então a própria lei, de ensino de história africana e indígena, que ainda não foi implementada plenamente, é uma vitória construída a partir desses debates”, destaca Simone.

Outra frente, defendida desde a fundação, é o combate à prisão de negros a partir do racismo. “A questão de que toda prisão é uma prisão política, no sentido da necessidade do desencarceramento da população negra no Brasil e do combate à genocidade negral que o MNU combateu desde o início, quando denunciou o racismo vivido por jovens do Clube Regatas Tietê e também pelo Robson Silveira da Luz, um trabalhador que cuja morte, por policiais racistas, originou o nascimento do MNU”.

Um dos fundadores do movimento, José Adão Oliveira, elenca as bandeiras que o MNU defende. “O MNU contribuiu expondo suas faixas e lutando em todos os espaços pela democracia e igualdade racial, pela diversidade sexual, contra a violência policial e discriminação racial, pelo item cor no censo do IBGE em 1980, pelo Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, pela história e cultura negra na educação e pelo Parque Histórico Cultural-Quilombo dos Palmares/Serra da Barriga”.

Desafios e legado

Os desafios ainda são muitos, explica Simone. “Os principais desafios atuais é de fato que a população negra tenha a reparação histórica, não conseguimos superar o racismo no Brasil ainda, 135 anos depois da falsa abolição. Muitas políticas públicas necessárias não estão implementadas, então a gente precisa de fato fazer com que a principal questão hoje da população negra seja resolvida, que é acabar com esses índices de genocídio, de mortalidade policial, isso trata-se de um outro modelo de segurança pública”.

Ela destaca também outros direitos fundamentais que são desrespeitados. “Nós temos também a questão do acesso à educação plena, a trabalho, renda, moradia. Se a gente olhar os direitos democráticos da cidadania no Brasil, os negros só vão poder ser democráticos cidadãos quando a gente eliminar o racismo, porque a população negra é a maioria”.

Na opinião da integrante do MNU, as novas gerações têm contribuído para manter o debate em torno das pautas antirracistas. “O maior legado do movimento negro no Brasil é esse encontro de gerações, que no momento que se encontram lutam juntos para superar o racismo, construir o bem viver na sociedade brasileira e dessa forma contribuir com o debate internacional também como tem feito o MNU há 45 anos”.

Edição: Akemi Nitahara

Fonte: EBC

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Mundo

Ação apreende duas toneladas de produtos falsos com marca Rock in Rio

Copos, camisas, chapéus e bonés seriam distribuídos a ambulantes

Uma ação conjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) com o Ministério Público estadual resultou na apreensão de duas toneladas de materiais falsificados com a marca do festival de música Rock in Rio, que acontece na cidade. A apreensão ocorreu nesta quinta-feira (19), no centro do Rio.

Durante a ação, quatro suspeitos, responsáveis pelas lojas onde os produtos foram localizados, acabaram presos. Eles vão responder por comercialização de material contrafeito [falsificação ou réplica do produto original], ostentando ilegalmente a marca.

Entre os produtos apreendidos estão milhares de copos, camisas, chapéus e bonés, que seriam distribuídos para ambulantes revenderem na segunda semana do evento. O material foi localizado por meio de informações de inteligência, que dão continuidade às ações iniciadas na primeira semana do festival.

Pirataria

Na semana passada, duas ações resultaram na apreensão de grande quantidade de material falsificado. A delegacia especializada na repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial junto com o MP do Rio e a promotoria do Juizado Especial Criminal (Jecrim), encontraram mais de 5,3 mil copos, 185 bonés falsos e milhares de porta-copos no primeiro dia do evento dia 13 deste mês. Dois homens foram presos em flagrante, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

No dia seguinte, em operações nas proximidades do Rock in Rio, as equipes localizaram um caminhão com milhares de copos e alças de porta-copos falsificadas com a marca do festival. Também foram apreendidos uma máquina de cartão de crédito e uma credencial falsa.

Até agora, as ações já resultaram na apreensão de mais de 15 mil itens e na prisão de 10 suspeitos.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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Mundo

Fiocruz mantém alerta para alta de casos graves de covid-19

Dados são do Boletim InfoGripe

O novo Boletim InfoGripe desta semana destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 crescem e se ampliam no país. A atualização mostra aumento dos casos de SRAG associado à covid-19 no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os estados de Minas Gerais e Paraná também apresentam leve aumento de casos SRAG em idosos, provavelmente associado à covid-19. Os dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (19).

A manutenção do aumento dos casos de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos de idade em muitos estados da região Centro-Sul e em alguns estados do Norte-Nordeste está associada ao rinovírus. No entanto, já é possível observar sinais de desaceleração no crescimento de SRAG pela doença em alguns desses estados e até mesmo a queda das hospitalizações por rinovírus em outras regiões do país.

Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos de idade, os vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos. A mortalidade da SRAG permanece mais elevada entre os idosos, com predomínio de covid-19, seguido pela influenza A.

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e covid-19 em muitos estados.

A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que o crescimento dos casos graves por rinovírus já começam a dar sinais de desaceleração em alguns estados ou até de queda em algumas regiões. Em relação aos vírus da influenza A, informa Tatiana, os casos graves do vírus continuam em baixa na maior parte do país.

No entanto, segundo a pesquisadora, o estudo observou aumento de casos graves por influenza A no Rio Grande do Sul. “Por isso, é importante que todas as pessoas do grupo de risco do Rio Grande do Sul que ainda não tomaram a vacina contra o vírus da influenza A procurem um posto de saúde para se vacinarem contra o vírus. Além disso, diante do cenário de aumento de casos graves de covid-19 em muitos estados do país, é muito importante que todas as pessoas do grupo de risco também estejam em dia com a vacina”.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC

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Mundo

Com R$ 201,6 bi em agosto, arrecadação federal volta a bater recorde

Receita arrecadada de janeiro a agosto soma R$ 1,7 trilhão

O crescimento da economia e as medidas de tributação para super-ricos voltaram a melhorar a arrecadação federal. Em agosto, as receitas do governo federal somaram R$ 201,6 bilhões, alta de 11,95% acima da inflação sobre o mesmo mês do ano passado. Segundo a Receita Federal, o valor é o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

De janeiro a agosto, a receita arrecadou R$ 1,7 trilhão, alta de 9,47% acima da inflação na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. O montante também é recorde para o período.

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação recorde de 2024 deve-se principalmente aos seguintes fatores: crescimento real (acima da inflação) e 19,31% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Capital (IRRF-Capital); crescimento real de 19,34% nas receitas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); crescimento real de 17,99% no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e comportamento das variáveis macroeconômicas, que refletem o crescimento da economia.

Em relação ao IRRF-Capital, o crescimento da arrecadação resulta da tributação dos fundos exclusivos, aprovada no fim do ano passado, que antecipou a cobrança de imposto. A alta da arrecadação do PIS/Cofins reflete o crescimento das vendas. Isso porque os dois tributos incidem sobre o faturamento e são diretamente ligados ao consumo.

Segundo a Receita, o aumento na arrecadação de IRPF decorre da atualização de bens e direitos no exterior determinado pela nova Lei das Offshores (empresas de investimentos no exterior). No início do ano, os contribuintes tiveram de atualizar os ativos e os investimentos em outros países.

Em relação às variáveis macroeconômicas, a alta da arrecadação é reflexo do crescimento da economia brasileira em 2024. No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu 1,4% no segundo trimestre. Os números acima das expectativas fizeram a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevar para 3,2% a previsão de crescimento do PIB em 2024.

Meta fiscal

Apesar da arrecadação recorde, o governo enfrenta desafios para cumprir a meta fiscal de 2024. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece que o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – deverá registrar déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões para mais ou para menos.

O resultado primário representa o saldo positivo ou negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública. Para chegar ao centro da meta de resultado primário zero, o governo precisa de R$ 168 bilhões extras neste ano. Apesar do crescimento das receitas dos fundos exclusivos e das offshores, a equipe econômica enfrenta dificuldades em outras fontes de recursos que atrasaram, como os votos de desempate do governo nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A nova estimativa de receitas para o Carf, órgão da Receita Federal que julga dívidas de grandes contribuintes, será divulgada nesta sexta-feira (20). Na ocasião, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgarão o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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Movimento Negro Unificado completa 45 anos de luta contra o racismo

Luta envolve aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais

O Movimento Negro Unificado (MNU) completou esta semana 45 anos de história de lutas em defesa do povo negro em todos os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. O próprio lançamento público foi histórico: o ato de fundação do MNU, em 7 de julho de 1978, reuniu mais de duas mil pessoas em frente às escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, em plena Ditadura Civil-Militar (1964-1985), cena que entrou para a história do país.

As atividades do movimento dialogam com o conceito Sankofa, originado de um provérbio tradicional entre os povos de língua Akan da África Ocidental, que diz: se wo were fi na wosan kofa a yenki, que pode ser traduzido por “não é tabu voltar atrás e buscar o que esqueceu”, e representa o olhar para o passado para a construção de um futuro.

Ao longo da história, o MNU tem avançado com a pauta antirracista, a começar com a definição do que é ser negro, explica a integrante da coordenação nacional do movimento, Simone Nascimento.

“O MNU contribuiu na compreensão de várias questões, inclusive com o IBGE, com o próprio reconhecimento de negro na sociedade, tirando aquelas variações de tom de peles que existiam e que faziam parte do mito da democracia racial. Nos levou à compreensão de que a população negra é a maioria no Brasil e, portanto, precisa de reparação histórica, políticas públicas pensadas na superação do racismo”.

O feminismo negro é outra frente, completa Simone. “O movimento contribuiu com a compreensão da tripla exploração contra a mulher negra e portanto, contra todas as mulheres, com proteção da exploração sexual, o machismo e a desigualdade salarial. Então, o MNU pauta essa questão do feminismo, o movimento de mulheres negras brasileira é reconhecido internacionalmente”.

Mais uma contribuição é na área da educação, por meio da Lei nº 11.645/2008, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas escolas de ensino fundamental e médio.

“O MNU debateu em muitos fóruns de educação o que significava o direito à memória, então a própria lei, de ensino de história africana e indígena, que ainda não foi implementada plenamente, é uma vitória construída a partir desses debates”, destaca Simone.

Outra frente, defendida desde a fundação, é o combate à prisão de negros a partir do racismo. “A questão de que toda prisão é uma prisão política, no sentido da necessidade do desencarceramento da população negra no Brasil e do combate à genocidade negral que o MNU combateu desde o início, quando denunciou o racismo vivido por jovens do Clube Regatas Tietê e também pelo Robson Silveira da Luz, um trabalhador que cuja morte, por policiais racistas, originou o nascimento do MNU”.

Um dos fundadores do movimento, José Adão Oliveira, elenca as bandeiras que o MNU defende. “O MNU contribuiu expondo suas faixas e lutando em todos os espaços pela democracia e igualdade racial, pela diversidade sexual, contra a violência policial e discriminação racial, pelo item cor no censo do IBGE em 1980, pelo Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, pela história e cultura negra na educação e pelo Parque Histórico Cultural-Quilombo dos Palmares/Serra da Barriga”.

Desafios e legado

Os desafios ainda são muitos, explica Simone. “Os principais desafios atuais é de fato que a população negra tenha a reparação histórica, não conseguimos superar o racismo no Brasil ainda, 135 anos depois da falsa abolição. Muitas políticas públicas necessárias não estão implementadas, então a gente precisa de fato fazer com que a principal questão hoje da população negra seja resolvida, que é acabar com esses índices de genocídio, de mortalidade policial, isso trata-se de um outro modelo de segurança pública”.

Ela destaca também outros direitos fundamentais que são desrespeitados. “Nós temos também a questão do acesso à educação plena, a trabalho, renda, moradia. Se a gente olhar os direitos democráticos da cidadania no Brasil, os negros só vão poder ser democráticos cidadãos quando a gente eliminar o racismo, porque a população negra é a maioria”.

Na opinião da integrante do MNU, as novas gerações têm contribuído para manter o debate em torno das pautas antirracistas. “O maior legado do movimento negro no Brasil é esse encontro de gerações, que no momento que se encontram lutam juntos para superar o racismo, construir o bem viver na sociedade brasileira e dessa forma contribuir com o debate internacional também como tem feito o MNU há 45 anos”.

Edição: Akemi Nitahara

Fonte: EBC

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Ação apreende duas toneladas de produtos falsos com marca Rock in Rio

Copos, camisas, chapéus e bonés seriam distribuídos a ambulantes

Uma ação conjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) com o Ministério Público estadual resultou na apreensão de duas toneladas de materiais falsificados com a marca do festival de música Rock in Rio, que acontece na cidade. A apreensão ocorreu nesta quinta-feira (19), no centro do Rio.

Durante a ação, quatro suspeitos, responsáveis pelas lojas onde os produtos foram localizados, acabaram presos. Eles vão responder por comercialização de material contrafeito [falsificação ou réplica do produto original], ostentando ilegalmente a marca.

Entre os produtos apreendidos estão milhares de copos, camisas, chapéus e bonés, que seriam distribuídos para ambulantes revenderem na segunda semana do evento. O material foi localizado por meio de informações de inteligência, que dão continuidade às ações iniciadas na primeira semana do festival.

Pirataria

Na semana passada, duas ações resultaram na apreensão de grande quantidade de material falsificado. A delegacia especializada na repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial junto com o MP do Rio e a promotoria do Juizado Especial Criminal (Jecrim), encontraram mais de 5,3 mil copos, 185 bonés falsos e milhares de porta-copos no primeiro dia do evento dia 13 deste mês. Dois homens foram presos em flagrante, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

No dia seguinte, em operações nas proximidades do Rock in Rio, as equipes localizaram um caminhão com milhares de copos e alças de porta-copos falsificadas com a marca do festival. Também foram apreendidos uma máquina de cartão de crédito e uma credencial falsa.

Até agora, as ações já resultaram na apreensão de mais de 15 mil itens e na prisão de 10 suspeitos.

Edição: Sabrina Craide

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Fiocruz mantém alerta para alta de casos graves de covid-19

Dados são do Boletim InfoGripe

O novo Boletim InfoGripe desta semana destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 crescem e se ampliam no país. A atualização mostra aumento dos casos de SRAG associado à covid-19 no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os estados de Minas Gerais e Paraná também apresentam leve aumento de casos SRAG em idosos, provavelmente associado à covid-19. Os dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (19).

A manutenção do aumento dos casos de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos de idade em muitos estados da região Centro-Sul e em alguns estados do Norte-Nordeste está associada ao rinovírus. No entanto, já é possível observar sinais de desaceleração no crescimento de SRAG pela doença em alguns desses estados e até mesmo a queda das hospitalizações por rinovírus em outras regiões do país.

Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos de idade, os vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos. A mortalidade da SRAG permanece mais elevada entre os idosos, com predomínio de covid-19, seguido pela influenza A.

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e covid-19 em muitos estados.

A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que o crescimento dos casos graves por rinovírus já começam a dar sinais de desaceleração em alguns estados ou até de queda em algumas regiões. Em relação aos vírus da influenza A, informa Tatiana, os casos graves do vírus continuam em baixa na maior parte do país.

No entanto, segundo a pesquisadora, o estudo observou aumento de casos graves por influenza A no Rio Grande do Sul. “Por isso, é importante que todas as pessoas do grupo de risco do Rio Grande do Sul que ainda não tomaram a vacina contra o vírus da influenza A procurem um posto de saúde para se vacinarem contra o vírus. Além disso, diante do cenário de aumento de casos graves de covid-19 em muitos estados do país, é muito importante que todas as pessoas do grupo de risco também estejam em dia com a vacina”.

Edição: Fernando Fraga

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Com R$ 201,6 bi em agosto, arrecadação federal volta a bater recorde

Receita arrecadada de janeiro a agosto soma R$ 1,7 trilhão

O crescimento da economia e as medidas de tributação para super-ricos voltaram a melhorar a arrecadação federal. Em agosto, as receitas do governo federal somaram R$ 201,6 bilhões, alta de 11,95% acima da inflação sobre o mesmo mês do ano passado. Segundo a Receita Federal, o valor é o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

De janeiro a agosto, a receita arrecadou R$ 1,7 trilhão, alta de 9,47% acima da inflação na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. O montante também é recorde para o período.

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação recorde de 2024 deve-se principalmente aos seguintes fatores: crescimento real (acima da inflação) e 19,31% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Capital (IRRF-Capital); crescimento real de 19,34% nas receitas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); crescimento real de 17,99% no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e comportamento das variáveis macroeconômicas, que refletem o crescimento da economia.

Em relação ao IRRF-Capital, o crescimento da arrecadação resulta da tributação dos fundos exclusivos, aprovada no fim do ano passado, que antecipou a cobrança de imposto. A alta da arrecadação do PIS/Cofins reflete o crescimento das vendas. Isso porque os dois tributos incidem sobre o faturamento e são diretamente ligados ao consumo.

Segundo a Receita, o aumento na arrecadação de IRPF decorre da atualização de bens e direitos no exterior determinado pela nova Lei das Offshores (empresas de investimentos no exterior). No início do ano, os contribuintes tiveram de atualizar os ativos e os investimentos em outros países.

Em relação às variáveis macroeconômicas, a alta da arrecadação é reflexo do crescimento da economia brasileira em 2024. No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu 1,4% no segundo trimestre. Os números acima das expectativas fizeram a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevar para 3,2% a previsão de crescimento do PIB em 2024.

Meta fiscal

Apesar da arrecadação recorde, o governo enfrenta desafios para cumprir a meta fiscal de 2024. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece que o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – deverá registrar déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões para mais ou para menos.

O resultado primário representa o saldo positivo ou negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública. Para chegar ao centro da meta de resultado primário zero, o governo precisa de R$ 168 bilhões extras neste ano. Apesar do crescimento das receitas dos fundos exclusivos e das offshores, a equipe econômica enfrenta dificuldades em outras fontes de recursos que atrasaram, como os votos de desempate do governo nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A nova estimativa de receitas para o Carf, órgão da Receita Federal que julga dívidas de grandes contribuintes, será divulgada nesta sexta-feira (20). Na ocasião, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgarão o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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