Indústrias de transformação e extrativa registram altas de emprego em setembro
De acordo com dados do Caged, a indústria de transformação contratou 41.952 trabalhadores e a indústria extrativa abriu 1.082 vagas. O Novo PAC pode contribuir para geração de ainda mais vagas, com investimentos em infraestrutura
A indústria brasileira mostrou recuperação no número de empregos gerados em setembro. De acordo com dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, a indústria criou 43.214 postos de trabalho, tendo como destaque positivo a indústria de transformação, que contratou 41.952 trabalhadores, e a indústria extrativa, que abriu 1.082 vagas.
Segundo o economista César Bergo, muitos fatores foram responsáveis pelo crescimento da indústria da transformação. “Primeiro, a questão da retomada dos insumos industriais, que sofreram muito com a pandemia. Outro aspecto é queda taxa de juros que acaba influenciando diretamente as expectativas dos empresários. Eles investem mais e aí você tem esse fator positivo no setor de empregos.”
Mas o especialista acrescenta que não foram apenas esses motivos. “Outro aspecto importante é que o crescimento previsto no início do ano vinha por volta de 1% e a economia brasileira vai crescer 3%. Então, isso faz com que o setor industrial seja chamado a comparecer e melhorar o seu desempenho. Então os empresários antecipam as contratações para fazer frente a essa demanda futura”, explica.
O economista destaca ainda o papel da indústria de transformação frente ao desenvolvimento e à qualificação profissional. “A necessidade de empregados qualificados faz com que a indústria de transformação ofereça uma renda maior, pagamento de salários maiores do que a média dos demais segmentos. Então, é importante para aumentar a renda do trabalhador e a qualificação também que é exigida pela indústria”, afirma.
O economista Guidi Nunes acrescenta que o crescimento da indústria está ligado à sazonalidade do período do ano. “No terceiro semestre, a indústria opera para abastecer o comércio varejista para o final de ano. Então, isso é um fator sazonal que ajudou muito. Se a indústria cresce, ela ajuda a puxar o crescimento econômico e um crescimento econômico mais qualitativo. Então, espero que esse cenário se mantenha nos próximos meses, dentro deste contexto de um crescimento moderado da economia na faixa de 3,5%”, diz.
Conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor industrial brasileiro responde por 69,3% das exportações de bens e serviços e representa 66,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento no país. A cada R$ 1 produzido pela indústria, são gerados R$ 2,44 na economia brasileira. Além disso, as indústrias participam em 21,2% dos empregos formais no país e empregam mais de 10 milhões de brasileiros. Na indústria de transformação, a participação no emprego formal do Brasil é de 14,9%, empregando 7,3 milhões de trabalhadores.
Para Bergo, o crescimento da indústria de transformação fortalece ainda a produção de todo o país, uma vez que o setor é responsável por fabricar a maioria dos produtos consumidos pelos brasileiros.
“Esse crescimento do emprego da indústria de transformação pode contribuir porque é a base de toda economia. Então você movimenta o setor extrativo, movimenta a agropecuária, movimenta toda a economia. E com essa transformação você também, de alguma forma leva o comércio a vender mais e toda a economia acaba auferindo esses benefícios desse crescimento”, destaca.
De acordo com os dados do Caged, na indústria de transformação o destaque veio da fabricação de produtos alimentícios, com saldo de 23,612 empregos. Já na indústria de extração, o destaque veio da extração de minerais metálicos, com saldo de 545 empregos em setembro.
Regiões
Todas as regiões brasileiras criaram empregos formais em setembro. O Sudeste liderou na geração de empregos, com 82.350 postos a mais, seguido pelo Nordeste, com 75.108 vagas. A região Sul ocupa a terceira posição, com 22.330 postos, seguida da região Norte, que abriu 16.850 postos de trabalho, e o Centro-Oeste, com 14.793 vagas formais em setembro.
Entre os estados com maiores saldos estão: São Paulo, com geração de 47.306 postos ( 0,35%), Pernambuco, que gerou 18.864 postos ( 1,35%) e Rio de Janeiro, com 7.998 postos ( 0,51%). As menores gerações de postos ocorreram no Amapá, com 1.027 postos gerados ( 1,27%), Roraima, que gerou 763 postos ( 1,00%) e no Acre, com geração de 360 postos ( 0,37%).
Novo PAC
Desenvolver a indústria de transformação, incentivar a inovação, a pesquisa, o desenvolvimento de cadeias estratégicas e investir em infraestrutura são apontados como caminhos para que o Brasil. Nesse sentido, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo federal em agosto de 2023, visa melhorar a infraestrutura, promovendo a neoindustrialização e o crescimento com inclusão social e a sustentabilidade ambiental.
Segundo o governo federal, o novo PAC irá viabilizar obras como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, linhas de transmissão, fontes de geração de energia de baixo carbono e mobilidade urbana, além de gerar empregos, entre outros. Na avaliação do senador Paulo Paim (PT-RS), o programa ode contribuir para reverter o déficit da infraestrutura no Brasil.
“O novo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, foi muito bem recebido pelos municípios e pelos estados. Segundo dados do governo federal, 100% dos estados e 96% dos municípios apresentaram propostas. Podemos afirmar que a implementação dos projetos vai colaborar muito para a promoção do desenvolvimento econômico do nosso país e ainda alavancar projetos de infraestrutura nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana e tantas outras”, afirma.
O senador completa que a iniciativa poderá atrair mais investimentos e promover impactos na economia. “Serão inúmeros os benefícios que o programa promoverá para toda a população, porque ele foi estruturado para trazer qualidade de vida para os cidadãos e cidadãs, gerando emprego, reduzindo as desigualdades sociais e regionais e, assim, acelerando o crescimento econômico.”
“A estimativa do governo é que a aplicação desse recurso irá gerar 4 milhões de empregos, 2,5 milhões diretos e 1,5 milhões indiretos. Os projetos estruturantes vão promover um impacto significativo na economia e poderão ainda atrair novos investimentos”, diz o senador. Conforme o governo federal, estão reservados R$ 136 bilhões para as obras. Na primeira etapa de seleção, serão R$ 65,4 bilhões e na segunda, R$ 70,6 bilhões.
Brasil já registrou mais de 26 mil casos de homicídios dolosos, ao longo de 2024
Bahia é o estado que teve o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes
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Ao longo de 2024, o Brasil já registrou 26.591 homicídios dolosos – quando há intenção de matar. De acordo com dados do governo federal, o número de vítimas desse tipo de crime chega a 97 por dia.
Bahia é o estado que registrou até agora o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes. Na sequência aparece Pernambuco, com 2.474 vítimas e uma taxa de 34,58 casos a cada 100 mil habitantes.
Em terceiro lugar no ranking está o Ceará, com 2.381 casos. Nesse tipo de crime, o estado tem uma taxa de 34,38 casos a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, as unidades da federação com menores índices de homicídios dolosos são Roraima, com 83; Acre, com 111; e Distrito Federal, com 151.
Os números são apresentados em meio aos debates entre os governadores dos estados e o governo federal sobre ações que possam melhorar a segurança pública no país. O governo federal até propôs uma PEC com algumas mudanças na área. No entanto, os governantes estaduais acharam a proposta rasa e cobraram medidas mais profundas para minimizar os problemas relacionados à violência. Alguns deles, como Ronaldo Caiado, de Goiás, pede mais autonomia dos estados em relação à elaboração de leis penais.
Confira o número de casos por estado e seus respectivos governadores
AC (111) – Gladson Cameli (PP)
AL (749) – Paulo Dantas (MDB)
AM (797) – Wilson Miranda (UNIÃO)
AP (164) – Clécio Luis (SOLIDARIEDADE)
BA (3.048) – Jerônimo Rodrigues (PT)
CE (3.281) – Elmano de Freitas (PT)
DF (151) – Ibaneis Rocha (MDB)
ES (600) – Renato Casagrande (PSB)
GO (658) – Ronaldo Caiado (UNIÃO)
MA (1.392) – Carlos Brandão (PSB)
MG (2.076) – Romeu Zema (NOVO)
MS (264) – Eduardo Riedel (PSDB)
MT (661) – Mauro Mendes (UNIÃO)
PA (1.874) – Helder Barbalho (MDB)
PB (718) – João Azevedo (PSB)
PE (2.474) – Raquel Lyra (PSDB)
PI (411) – Rafael Fonteles (PT)
PR (1.191) – Ratinho Jr. (PSD)
RJ (2.355) – Cláudio Castro (PL)
RN (467) – Fátima Bezerra (PT)
RO (313) – Marcos Rocha (UNIÃO)
RR (83) – Antonio Denarium (PP)
RS (1.051) – Eduardo Leite (PSDB)
SC (382) – Jorginho Melo (PL)
SE (258) – Fábio Mitidieri (PSD)
SP (1.769) – Tarcísio de Freitas (REPUNLICANOS)
TO (193) – Wanderlei Barbosa (REPUBLICANOS)
Latrocínio
Em relação ao latrocínio – que é o roubo seguido de morte – o Brasil registou, em 2024, 673 casos, com uma média de duas vítimas por dia. Nesse tipo de crime, quem lidera o ranking é o estado de São Paulo, com 135 latrocínios ao longo do ano, com uma taxa de 0,39 casos a cada 100 mil habitantes.
Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 64 casos registrados e uma taxa de 0,50 latrocínios cada 100 mil habitantes. Pernambuco, por sua vez, aparece em terceiro lugar, com 57 casos em 2024, além de registrar uma taxa de 0,80 a cada 100 mil habitantes.
Quanto aos casos de estupro, o Brasil já registrou 58.776, ao longo deste ano. A média diária é de 215 casos. São Paulo também apresenta o maior número entre os estados: 11.975, com uma taxa de 34,37 estupros a cada 100 mil habitantes.
O Paraná surge em segundo lugar, com 5.311 casos, uma taxa de 59,89 casos a cada 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro, por sua vez, configura em terceiro, com 4.409 estupros e uma taxa de 34,14 a cada 100 mil habitantes.
Já os que registram os menores números são Roraima, com 434 casos; Acre, com 476; e Amapá, com 479.
Feriado prolongado: confira dicas de como dirigir em segurança
Crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta risco de acidentes
Dia 15 de novembro é feriado da Proclamação da República. A data antecede o final de semana e há quem aproveite o período para descansar em casa. Mas muitos brasileiros preferem usufruir da folga prolongada para viajar e o crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta o risco de acidentes.
Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), entre os principais cuidados para prevenção de acidentes estão o respeito à sinalização de trânsito e não aliar álcool à direção. A orientação é: se beber, não dirija.
No verão o número de acidentes é mais expressivo, de acordo com o Detran-DF – o que corresponde aos meses de dezembro a fevereiro, Nesse período, há feriados prolongados, férias escolares e de trabalho, provocando um crescimento nas viagens de turismo. Mas independentemente da época, é preciso estar atento à segurança nas rodovias.
Inclusive, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu início, na última quinta-feira (14), à Operação Proclamação da República 2024. O objetivo é reduzir a violência no trânsito e os acidentes nas rodovias federais do país por meio da intensificação de medidas como policiamento, fiscalização e a educação para o trânsito.
A policial federal Fernanda Souza destaca a importância da atuação da PRF. “O objetivo é reduzir o número de acidentes e também o número de mortos e feridos”.
Veja dicas de como dirigir em segurança:
Não ultrapasse em locais proibidos;
Ultrapasse sempre pela esquerda (somente em locais permitidos);
Trafegue sempre com os faróis acesos, mesmo durante o dia;
Respeite a velocidade da via;
Use o cinto de segurança (motorista e passageiros);
Faça a revisão no carro e confira todos os itens de segurança (estepe, triângulo e luzes de faróis e freios).
Cheque a previsão do tempo também para os dias de deslocamento;
Estude rotas alternativas;
Certifique-se de que todos os ocupantes do veículo tenham/portem o documento de identificação, inclusive crianças e adolescentes e
Ocupantes de motocicletas: devem sempre usar o capacete e manter distância das laterais traseiras dos veículos.
Explosões em Brasília: Praça dos Três Poderes e trânsito na Esplanada liberados nesta sexta-feira (15)
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque à Suprema Corte brasileira e a possível participação de outros envolvidos
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A Praça dos Três Poderes e o trânsito nas vias ao redor dela, assim como do Palácio da Alvorada e do Congresso Nacional, estão liberadas desde a tarde desta quinta (14), pouco mais de 14 horas depois do atentado próximo ao Supremo Tribunal Federal na noite da última quarta-feira (13). Até mesmo o restaurante que funciona na praça voltou a funcionar normalmente.
Mesmo depois de passarem por uma varredura na madrugada, não houve expediente nas duas casas legislativas do Congresso Nacional nesta quinta (14). O STF foi vistoriado pela manhã, mas à tarde os ministros voltaram a despachar normalmente, inclusive com sessão plenária. O presidente Lula também despachou do Palácio do Planato pela manhã.
O programa de visitação pública no STF está suspenso provisoriamente. No Congresso Nacional, a suspensão vale até domingo (17).
Segurança reforçada
Apesar de o local estar liberado, a segurança na Praça dos Três Poderes continua reforçada. As grades que protegem o prédio do STF — que haviam sido removidas há cerca de um mês — foram recolocadas. Militares do Exército reforçam a segurança na frente do Palácio do Planalto.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) convocou todo o efetivo a permanecer em estado de sobreaviso até o próximo domingo (17). “O efetivo convocado deve estar preparado para acionamentos a qualquer momento, devendo se manter acessível e disponível para eventuais emergências”, afirmou o o delegado-geral, José Werick de Carvalho, em comunicado.
O corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos — autor do atentado — foi retirado da Praça na manhã desta quinta. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, durante a operação foi identificado material potencialmente explosivo junto ao corpo dele, além de um aparelho celular. Os explosivos foram neutralizados pelo Esquadrão de Bombas do BOPE, o local passou por perícia e só então foi liberado.
Casa em Ceilândia (DF)
As investigações levaram a Polícia até uma casa em Ceilândia, a 25 km do local do atentado. O local havia sido alugado por Francisco há cerca de 2 semanas. A varredura na casa foi feita com a ajuda do robô antibomba, que abriu uma gaveta e houve uma grande explosão. No local ainda foram encontrados explosivos e rojões.
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque e a possível participação de outros envolvidos.
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