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Indústria de jogos cresceu 152% no Brasil nos últimos quatro anos

Chegada do 5G pode alavancar ainda mais o setor, que já é o 10º maior do mundo, com US$ 2,6 bilhões em receitas

Indústria de jogos cresceu 152% no Brasil nos últimos quatro anos

A indústria de jogos do Brasil já é a maior da América Latina e a 10ª mais importante do planeta. Os dados são de um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Empresas Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil). O documento revela que a indústria de desenvolvimento de games no país cresceu 152% nos últimos quatro anos, passando de 375 estúdios para 1.009. E a chegada do 5G tem tudo para alavancar o setor, que tem receita anual de US$ 2,6 bilhões.

O Relatório da Indústria Brasileira de Games 2022, realizado pela empresa Homo Ludens Inovação e Conhecimento, traz um mapeamento inédito da indústria brasileira de desenvolvimento de games e aponta o potencial de talentos para o mercado global de jogos eletrônicos, segundo a Abragames.

A pesquisa demonstrou que o Brasil entrou, em 2022, no grupo dos dez maiores países do mercado mundial de games em termos de receita. Além disso, ocupa a terceira posição no planeta em número de jogadores, com 100 milhões, como explica Carol Caravana, vice-presidente da Abragames.

“De acordo com a Newzoo, em 2021, o mercado brasileiro estava em US$ 2,3 bilhões e para esse ano eles estão colocando em US$ 2,6. Isso coloca a gente como 10º no mundo em revenue. Só que em base de jogadores estaríamos em terceiro, com mais de 100 milhões de jogadores”, aponta.

O estudo também aponta o relatório da XDS Summit (2022) como indicador de crescimento do nosso mercado. Segundo o documento do importante evento canadense, nos últimos dois anos desenvolvedoras de jogos e publicadoras de todo o mundo notaram que o Brasil pode ser a região mais promissora para a prestação de serviços neste setor. Não por acaso diversas empresas multinacionais do ecossistema de jogos digitais estão presentes no Brasil, tais como Sony, Microsoft, Google, Tencent e Apple. Com relação às desenvolvedoras e publishers de jogos digitais, as empresas Riot, Ubisoft, Garena, IGG, Blizzard, entre as mais importantes, possuem escritórios comerciais em solo nacional.

Mercado aquecido

Carol Caravana ressalta que o número de profissionais no setor passou de 1.278 em 2014 para 12.441 em 2022 e que mais investimentos na formação serão necessários, já que a indústria crescerá muito nos próximos anos. Segundo a Abragames, para qualificar a indústria, atualmente, o Brasil conta com mais de 4.000 cursos de graduação de Jogos Digitais ou de Design de Games cadastrados no Ministério da Educação, e a estimativa é de que a cada ano se formem um total de 3.965 estudantes.

“Eu acho que é um número interessante, mas eu acho que ele poderia ser melhorado. Existe espaço. Atualmente temos mais de 12 mil pessoas contratadas nessa indústria, mas existe muita possibilidade das empresas que já existem crescerem e novas empresas se formarem. Então, a gente precisa investir mais não só na quantidade de pessoas entrantes, como na qualidade desses profissionais”, aponta Carol.

5G vai revolucionar

A internet móvel de quinta geração já chegou às capitais brasileiras e, nos próximos anos, estará presente em todos os municípios. E a nova tecnologia abre portas não só para uma revolução no mercado de jogos eletrônicos, como também para novas indústrias do setor.

Em evento promovido pelo Ministério das Comunicações em Natal (RN) sobre o tema, Marcelo Rodino, especialista em tecnologias imersivas e pioneiro em realidade aumentada no Brasil, explicou que a indústria nacional de jogos e a de hardwares finalmente vão trabalhar em pé de igualdade com outros países onde o 5G já está estabelecido, além de proporcionar as novidades aos usuários.

“Com a chegada do 5G, vai facilitar muito a vida dos desenvolvedores, deixando a vida deles muito mais prática. E para quem consome, trazer uma experiência muito mais fluida, muito mais natural, seja para ver um filme via streaming, sem engasgar, seja nos jogos, onde você terá uma experiência sem travar”, destaca Rodino, responsável pela criação do Flex Universe, a primeira ferramenta brasileira no metaverso. O metaverso é um tipo de mundo virtual coletivo que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais.

Com o 5G, os jogos passaram a ser ainda mais espaços importantes de socialização, o que também pode se voltar para a profissionalização e educação. Um exemplo disso é o próprio metaverso, que expande o uso para outras fronteiras, transformando os jogos em plataformas de interação social, onde é possível interagir com outros elementos da cultura, tais como shows e desfiles de moda, além de possibilitar um novo espaço ampliado de educação. Alunos podem, por exemplo, percorrer juntos os corredores de um museu em qualquer lugar do mundo e interagir como se estivessem fisicamente presentes.

Carol Caravana explica que a indústria espera ansiosamente a massificação do 5G, o que vai revolucionar não só a vida dos usuários, como também dos desenvolvedores.

“Como o 5G será usado pelo público geral, o desenvolvimento passa a ter novas possibilidades. Pode baratear certas formas de entregas para o usuário final e usar a tecnologia no próprio processo de desenvolvimento. A indústria, de uma forma geral, vê o 5G como a grande promessa, a grande virada”, explica.

Atualmente, o mercado ainda está concentrado nas regiões Sudeste e Sul, mas o panorama está mudando. E como o 5G deverá estar em todos os municípios até 2029, a tendência é de uma descentralização do setor. Atualmente, os estados que possuem a maior concentração de desenvolvedoras são São Paulo (280 empresas), Rio de Janeiro (89), Rio Grande do Sul (58), Santa Catarina (52), Minas Gerais (51) e Paraná (49). Mas todos os estados, com exceção do Amapá, possuem empresas ligadas à indústria dos games.

Fonte: Brasil61

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Entenda o que é FM estendida, faixa que vai abrigar rádios que migrarem do AM para o FM

Projeto de lei 2096/24 propõe que todos os aparelhos de rádio produzidos no Brasil operem na faixa FM estendida

Entenda o que é FM estendida, faixa que vai abrigar rádios que migrarem do AM para o FM

Desde 2013, foram publicados decretos para facilitar a migração das emissoras de rádios que transmitem em amplitude modulada (AM) para a faixa de frequência modulada (FM). Dentre eles, o decreto nº 8.139/2013 tinha o objetivo de melhorar a qualidade do som, já que as transmissões em Ondas Médias — modalidade que usa modulação em amplitude (AM) — sofriam com interferências e ruídos, além de não serem tão populares entre os jovens, que preferem rádios em FM. 

Em 2023, um outro decreto (nº 11.739) foi publicado para resolver o problema das rádios que ainda transmitiam em ondas curtas (OC) e tropicais (OT), que também usam modulação em amplitude, permitindo que elas migrassem para a faixa FM. Com isso, a Anatel destinou uma faixa estendida para essas emissoras, entre 76,1 MHz e 87,5 MHz, já que que muitas regiões urbanas já tinham as respectivas frequências FM convencionais ocupadas de 87,7 MHz a 107,9 MHz.

A professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Nélia Rodrigues Del Bianco ressalta que apenas as emissoras AM de abrangência nacional devem permanecer ainda no dial. Já as locais são obrigadas a migrarem para o FM ou mudarem de categoria, como a regional, por exemplo.

“É preciso destacar que o rádio AM no Brasil foi perdendo prestígio e competitividade ao longo do tempo por três fatores: a perda da qualidade do som; a popularização do uso de celulares, que não captam emissoras AM; e a perda de financiamento publicitário e audiência. Problemas tecnológicos relacionados à sujeira no espectro radioelétrico também contribuíram com essa perda significativa de qualidade do serviço AM em todo o país.”

Segundo a professora, “o crescimento urbano provocou um aumento do nível de ruídos, interferências e poluição na faixa de ondas médias. Equipamentos e sons — como eletrodomésticos, fábricas, linhas de transmissão e até o roncar dos motores de veículos — provocam excesso de ruídos que interferem na propagação das ondas eletromagnéticas do AM, especialmente na recepção móvel”.

Aparelhos de rádio com receptores para FM estendida

A extensão da FM permite que mais emissoras de rádio tenham acesso ao dial, aumentando a diversidade da programação. Segundo o Ministério das Comunicações, dos mais de 1.600 pedidos de migração do AM para o FM, cerca de 400 devem ir para a faixa estendida. 

De acordo com o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo, o país possui 38 estações de rádio ativas na faixa estendida de FM, conhecida como eFM. São Paulo lidera, com 24 estações; seguido por Rio Grande do Sul, com seis; Paraná, Pernambuco e Rio de Janeiro, com duas cada; Minas Gerais e Distrito Federal, com uma cada.

Entre os destaques estão a Rádio Nacional, Rádio MEC e Rádio Manchete, no Rio de Janeiro; Rádio Bandeirantes, Rádio Capital e Rádio Jovem Pan News, em São Paulo; Rádio Itatiaia e Rádio Inconfidência, em Belo Horizonte (MG); Rádio Clube e Rádio Jornal, em Recife (PE); entre outras.

O problema é que a maioria dos aparelhos de rádio atualmente ainda não possuem receptores compatíveis com essa nova faixa da FM estendida. Por isso, um projeto de lei (PL 2096/24), em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe que todos os aparelhos de rádio produzidos no Brasil possam operar nessa frequência. 

Essa determinação já foi estipulada por uma portaria interministerial (MDIC/MCTIC nº 68/2017) e está em vigor desde 2019. Mas o autor do PL, o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), quer incorporar essa obrigação ao Código Brasileiro de Telecomunicações para garantir mais segurança jurídica.

Para a professora Nélia Rodrigues, a portaria sozinha não é suficiente.

“A lei também tem a sua importância, porque é uma garantia de cumprimento da norma pela indústria de produção de aparelhos receptores de rádio. E ela também dá segurança à [rádio] migrante, porque ela terá a garantia que sua emissora será ouvida na frequência expandida.”

A especialista em comunicação ressalta que a norma pode tornar a produção brasileira mais competitiva aos modelos internacionais.

“No segmento automotivo, a Pioneer — líder mundial no setor — lançou em 2018 o modelo DEH-X500BR que, entre outros recursos, já vem com a faixa estendida do FM. O rádio também conta com a tecnologia RDS 7, sistema que oferece informações de texto juntamente com a recepção de FM. Na Hyundai, o modelo HB20 já conta com a faixa estendida desde 2015. Também da Hyundai, o Creta, lançado em 2017, igualmente já vem com o novo tipo de receptor.  O Hyundai ix35, o Hyundai New Tucson e a camioneta Hyundai HR, modelos importados da montadora, também apresentam a novidade. Na Ford, os novos modelos EcoSport e da Linha Ka já possuem receptores que operam na faixa estendida de FM.”

Para uso doméstico, Nélia Rodrigues destaca os aparelhos da Motobrás. Já para os smartphones, “uma opção é buscar a chamada ‘banda japonesa’ do aparelho, que apresenta sintonias entre 76.0 a 90 MHz. Aparelhos comercializados no Brasil já vêm configurados para as chamadas ‘banda americana-América do Sul’ de captação em FM e, em muitos desses receptores, é possível fazer a troca de banda no menu de configurações do rádio”, explica.

O PL 2096/24 aguarda parecer do relator na Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados. Para virar lei, a proposta ainda precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara e do Senado e sancionada pelo presidente da República.

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Projeto de Lei propõe fabricação de aparelhos de rádio compatíveis com FM estendida

Determinação já é prevista em portaria interministerial e pretende garantir que mais emissoras de rádio tenham acesso à faixa estendida

Projeto de Lei propõe fabricação de aparelhos de rádio compatíveis com FM estendida

Um projeto de lei (PL 2096/24) em tramitação na Câmara dos Deputados propõe que todos os aparelhos de rádio produzidos no Brasil operem na faixa FM estendida — entre 76 MHz e 108 MHz. Essa determinação já foi estipulada por uma portaria interministerial (MDIC/MCTIC nº 68/2017) e está em vigor desde 2019. Mas o autor do PL, o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), quer incorporar essa obrigação ao Código Brasileiro de Telecomunicações, para garantir mais segurança jurídica.

Entenda as mudanças

Em 2013, foi publicado um decreto (nº 8.139) para facilitar a migração das rádios que transmitiam em ondas médias (OM) para a faixa de frequência modulada (FM). O objetivo era melhorar a qualidade do som, já que as transmissões em OM sofriam com interferências e ruídos, além de não serem tão populares entre os jovens, que preferem rádios em FM. 

O decreto estabeleceu prazos para as rádios fazerem essa transição e permitiu que cerca de 1.600 emissoras migrassem para a FM, algumas delas utilizando a nova faixa de “FM Estendida”.

Em 2023, um outro decreto (nº 11.739) foi publicado para resolver o problema das rádios que ainda transmitiam em ondas curtas (OC) e tropicais (OT), permitindo que elas também migrassem para a faixa FM. Com isso, a Anatel destinou uma faixa estendida para essas emissoras, já que que muitas regiões urbanas já tinham as respectivas frequências FM convencionais ocupadas.

A mudança também impactou a indústria que fabrica os aparelhos de rádio, já que desde 2019 todos os novos equipamentos fabricados no Brasil devem operar na faixa FM estendida. Para isso, o PL 2096/24 pretende tornar essa norma permanente e garantir que mais emissoras de rádio tenham acesso à faixa estendida, aumentando a diversidade da programação. 

O PL 2096/24 aguarda parecer do relator na Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados. Para virar lei, a proposta ainda precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara e do Senado e sancionada pelo presidente da República.

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Expansão da rede 5G já permite acesso a 96% dos brasileiros

Ao todo, 5.191 municípios do país estão com a faixa de 3,5 GHz, disponível para utilização por estações do 5G

Expansão da rede 5G já permite acesso a 96% dos brasileiros

As operadoras de telefonia móvel que adquiriram lotes na faixa de 3,5 GHz já podem solicitar o licenciamento e ativação de estações 5G nessa faixa em mais 189 municípios brasileiros. A informação consta em publicação feita recentemente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Com essa determinação, chega a 5.191 o número de municípios com a faixa de 3,5 GHz disponível para utilização por estações do 5G standalone – quando não há dependência de infraestrutura 4G já existente. Ao todo, de acordo com a agência, mais de 204 milhões de brasileiros serão beneficiados, ou seja, 96% da população do país.

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Vale destacar que a liberação da faixa não significa que redes do 5G serão instaladas de imediato. Esse procedimento ainda depende do planejamento individual de cada prestadora.

Entre os municípios incluídos nessa última lista estão Itapetinga, Cordeiros e Ibirapuã – todos da Bahia – além dos mineiros Frei Gaspar, Bocaiúva e Botumirim.

Clique aqui para ter acesso à lista completa de todos os municípios com sinal liberado 

Com a inclusão desses 189 municípios, o estado de Minas Gerais está totalmente liberado para a ativação de estações 5G na faixa de 3,5 GHz. Agora, a quantidade de unidades da federação com todos os municípios liberados vai a 23. São elas: 

  • Acre
  • Alagoas
  • Amazonas
  • Amapá
  • Distrito Federal
  • Espírito Santo
  • Goiás
  • Maranhão
  • Minas Gerais
  • Mato Grosso do Sul
  • Mato Grosso
  • Pará
  • Paraíba
  • Piauí
  • Paraná
  • Rio de Janeiro
  • Rondônia
  • Roraima
  • Rio Grande do Sul
  • Santa Catarina
  • Sergipe
  • São Paulo
  • Tocantins

TV aberta

Após a alteração da faixa, as pessoas que contam com canais de TV aberta e recebem as transmissões pela antena parabólica precisam adaptar o equipamento para evitar interferências com o 5G. 

Usuários inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) podem solicitar o kit gratuito para a adaptação do equipamento à Entidade Administradora da Faixa. O pedido é feito meio do Programa Siga Antenado.
 

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