Empresa do TO adota piscicultura inteiramente sustentável e se prepara para exportar método
Treinamento obtido junto à ApexBrasil foi fundamental para que a empreendedora Marise Tanaka soubesse aproveitar diferencial competitivo visando o mercado externo
Embora bióloga por formação, Marise Tanaka sempre quis mesmo empreender. A piscicultura — criação de peixes em ambiente controlado — foi a atividade que ela escolheu para dar início ao próprio negócio, mas os métodos convencionais de produção não a agradavam, explica a ex-professora universitária. “Eu não queria ficar entrando em um tanque escavado, no meio de barro. Fui pesquisando algumas formas mais modernas para cultivar peixe”, lembra.
Após um tempo de estudos, Marise resolveu apostar em um método de piscicultura inteiramente sustentável, que envolve desde a utilização de energia solar até o reaproveitamento da água e de resíduos sólidos. Assim nasceu a Ikigai Piscicultura.
“A gente consegue oferecer um pescado que é cultivado só na água do poço artesiano, evitando contaminação ambiental, agrotóxico, microplásticos e parasitas de outros organismos que podem estar lá. Além disso, o sistema permite que a gente retire o excesso das fezes, e a gente utiliza esse resíduo sólido para irrigar as nossas plantas”, explica.
Todo esse cuidado, que vai do início ao fim do processo produtivo, tem impacto direto na qualidade dos peixes que chegam ao consumidor final, acredita Marise. “Três vezes ao dia, a gente tira esse excesso das fezes, e todo esse processo faz com que a carne do peixe tenha uma qualidade de sabor e cheiro totalmente diferenciada. A gente entrega gosto de puro peixe. Fora isso, a gente tem um abatedouro próprio. A gente tira do tanque e já abate. Ele não passa por câmara fria. Como a gente é pequeno produtor e tem comércio direto com as pessoas, a gente consegue ter um produto muito mais fresco”, pontua.
Ensino
Pensando no mercado externo, a moradora do município de Gurupi (TO) inscreveu a Ikigai Piscicultura no Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) que prepara empreendedores brasileiros para o comércio internacional.
A empreendedora afirma que, mais do que ensinar os trâmites em torno do processo de exportação, o Peiex serviu para que a empresa soubesse o que oferecer aos compradores internacionais. “A virada de chave aconteceu quando a Apex entrou nas nossas vidas. Foi quando a gente conseguiu entender a grandeza do que a gente tinha nas mãos. Peixe todo mundo tem. O intelectual, que será a prestação de serviço, é o nosso diferencial”, afirma Marise.
O foco da empresa no comércio exterior, portanto, não será a venda de tilápia, como ocorre no mercado nacional. A ideia é prestar serviço a piscicultores de outros países que queiram implementar métodos sustentáveis de criação de peixes em escala comercial. “Nosso interesse é mostrar que esse sistema é produtivo e qualquer pessoa pode ter acesso a ele. Não precisa ter uma represa, fazenda, lago ou córrego por perto. Tendo água de poço artesiano e um espaço razoável, a gente consegue fazer essa produção comercial”, indica.
Ao mesmo tempo, a empreendedora busca parcerias com outras empresas para alcançar o comércio exterior por meio da confecção de bolsas, cintos e outros artigos a partir da pele de tilápia produzida de forma sustentável. A expectativa é que a primeira exportação ocorra até o fim de 2024.
Peiex
O Peiex é uma das inúmeras iniciativas da ApexBrasil para capacitar os empreendedores brasileiros a ingressarem no comércio internacional. De 2021 a 2023, o programa treinou mais de cinco mil empresas, das quais 827 exportaram, faturando US$ 3,16 bilhões.
Por meio do Peiex, os empresários recebem um diagnóstico completo sobre o negócio e um plano de exportação personalizado, com etapas a serem implementadas para que a empresa esteja apta às exportações.
Gostou da história da Marise Tanaka, da Ikigai Piscicultura? Fique ligado para mais matérias da série Histórias Exportadoras! São casos inspiradores de empreendedores que conquistaram o mundo com o apoio da ApexBrasil.
CFEM: R$ 67,8 milhões são partilhados entre municípios afetados por atividades minerárias
O município de Açailândia (MA) recebe a maior parcela, com um total acima de R$ 2.1 milhões
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Os municípios brasileiros não produtores de minérios, mas que são afetados pela atividade minerária, partilham, neste mês, R$ 67.801.356,40. O montante é referente aos 15% do total arrecadado com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) em março.
Os recursos serão destinados a 1.326 municípios afetados pela atividade de mineração por possuírem ferrovias, estruturas, minerodutos ou que contam com atividades portuárias.
A verba é distribuída pela Agência Nacional de Mineração (ANM). O município de Açailândia (MA) recebe a maior parcela, com um total de R$ 2.196.358,51. Na sequência aparece São Luís (MA), que conta com R$ 2.159.143,96; e Governador Valadares (MG), que ganhou R$ 1.539.332,40.
Vale lembrar que o valor partilhado entre esse grupo de cidades poderá ser complementado após a ANM simular o cálculo das parcelas devidas aos municípios produtores que podem receber como afetados, além do recálculo dos índices de distribuição, conforme previsto no Anexo I da Resolução ANM nº 143/2023.
A agência também deve calcular os valores remanescentes que serão destinados aos municípios que fazem divisa com os produtores de minérios. O doutor em Geotécnica Rideci Farias explica como funciona o calendário de pagamentos da compensação.
“O pagamento é incidente a um determinado ciclo anual de distribuição da CFEM aos municípios afetados, em que se refere ao período de 12 meses — que compreende a arrecadação recolhida entre 1º de maio de um ano e 30 de abril do ano seguinte. E, por parte das empresas, o pagamento da compensação financeira é efetuado mensalmente até o último dia útil do mês subsequente ao fato gerador, devidamente corrigido”, destaca.
Confira a lista dos 10 municípios que recebem os maiores valores
AÇAILÂNDIA (MA) – R$ 2.196.358,51
SÃO LUÍS (MA) – R$ 2.159.143,96
GOVERNADOR VALADARES (MG) – R$ 1.539.332,40
MARABÁ (PA) – R$ 1.516.526,64
SÃO JOÃO DEL REI (MG) – R$ 1.421.258,64
ALTO ALEGRE DO PINDARÉ (MA) – R$ 1.362.617,75
MORRO DO PILAR (MG) – R$ 1.298.825,38
CAETITÉ (BA) – R$ 1.283.419,47
ITAGUAÍ (RJ) – R$ 1.214.474,90
LADÁRIO (MS) – R$ 1.082.982,57
Critérios de distribuição
Pelos termos da Lei nº 13.540, de 18 de dezembro de 2017, a distribuição da CFEM é feita de acordo com os seguintes percentuais e critérios:
7% para a entidade reguladora do setor de mineração;
1% para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT);
1,8% para o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem);
0,2% para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
15% para o Distrito Federal e os estados onde ocorrer a produção;
60% para o Distrito Federal e os municípios onde ocorrer a produção;
15% para os municípios não produtores de minérios, mas que são cortados pelas infraestruturas utilizadas para o transporte ferroviário ou dutoviário de substâncias minerais; ou são afetados pelas operações portuárias e de embarque e desembarque de substâncias minerais; ou ainda são onde estão localizadas pilhas de estéril, barragens de rejeitos e instalações de beneficiamento de substâncias minerais, bem como as demais instalações previstas no plano de aproveitamento econômico.
CFEM: ANM repassa R$ 406 milhões a estados e municípios produtores minerários
Do valor total, cerca de R$ 81 milhões são destinados aos estados e ao Distrito Federal. Já mais de R$ 325 milhões serão partilhados entre 2.191 municípios
Índice
A Agência Nacional de Mineração (ANM) distribuiu R$ 406 milhões (R$ 406.458.974,30) aos estados, Distrito Federal e municípios produtores minerais. Esse montante corresponde à cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), arrecadada durante o mês de março e distribuída em abril.
Do valor total, R$ 81,2 milhões são destinados aos estados e ao Distrito Federal. Já R$ 325 milhões serão partilhados entre 2.191 municípios.
O advogado especialista em mineração Alexandre Sion explica que, como os reais impactos das atividades minerárias são sofridos pelas cidades onde a produção ocorre, é justo que essa parcela seja destinada a esses entes.
“Os recursos minerais pertencem à União para fins de aproveitamento mineral. Contudo, é a localidade quem sofre os principais impactos pelo desenvolvimento da atividade minerária. Tanto que 60% dos valores recolhidos a título de CFEM devem ser distribuídos aos municípios onde se localizam as jazidas minerais. Dessa forma, a distribuição desses valores é relevante para fins de equilíbrio na relação entre impactos e benefícios”, destaca.
CFEM: maiores valores
De acordo com dados da agência, os estados que mais receberam recursos da CFEM foram Minas Gerais (R$ 41.289.603,40), Pará (R$ 27.052.382,72), Bahia (R$ 2.595.603,56) e Goiás (R$ 2.329.217,44).
Entre os municípios produtores que mais receberam os recursos estão: Canaã dos Carajás (PA) com R$ 47.378.797,42; Parauapebas (PA), com R$ 31.594.892,67; e Conceição do Mato Dentro (MG), com R$ 24.954.887,22.
CFEM: confira aqui se seu município recebeu recursos
CFEM: o que é
A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) foi estabelecida pela Constituição de 1988 como uma contrapartida financeira paga pelas empresas mineradoras aos estados, Distrito Federal e municípios pela exploração econômica dos recursos minerais em seus territórios.
Seguindo tendência mundial, divisa americana volta a perder valor diante de volatilidade sobre decisões de tarifas
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O mundo segue apreensivo com os impactos que as decisões do presidente Trump podem causar na economia mundial. Isso tem feito com que investidores, pouco confiantes nos Estados Unidos, busquem outros países para fazer seus investimentos.
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