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Crescem casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave associados à Covid-19 em alguns estados do Sudeste e Centro-Oeste

O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz também mostra que, na maioria dos estados, há um sinal de interrupção no aumento de novos casos de SRAG associados ao rinovírus em crianças e pré-adolescentes

Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 aumentaram em alguns estados do Sudeste e do Centro-Oeste. Segundo o mais recente Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Rio de Janeiro é o estado onde o crescimento foi mais relevante na população adulta, mas também houve um ligeiro aumento no Espírito Santo, São Paulo e Goiás. Os dados são referentes à semana epidemiológica 36, que vai de 3 a 9 de setembro de 2023.

O coordenador do InfoGripe, pesquisador Marcelo Gomes, ressalta que o ritmo de crescimento dos casos de SRAG associados à Covid-19 é menos alarmantes que em períodos anteriores.

“Em todos esses estados, ainda é algo bastante diferente do que a gente observou nos ciclos anteriores de retomada do crescimento da Covid-19. É um processo, até o momento, mais lento, aparentemente. O impacto é menor em termos de internações, mas está presente. Não é algo ainda espalhado em todo o território nacional, mas fica o alerta.”

O levantamento também mostra que, diferente do que foi observado em agosto, há um sinal de interrupção na tendência de crescimento de novos casos de SRAG associados ao rinovírus em crianças e pré-adolescentes, na maioria dos estados. Alguns, inclusive, já apresentam queda, mas ainda há estados no Nordeste com aumento de rinovírus, nas faixas etárias de 2 a 15 anos.

Situação Nacional

Em nível nacional, já foram notificados 133.786 casos de SRAG desde o início do ano epidemiológico de 2023, sendo: 51.517 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 67.046 (50,1%) negativos, e ao menos 8.057 (6,0%) estão aguardando resultado.

Dentre os casos positivos das últimas 4 semanas, 2,9% são de Influenza A; 0,9% de Influenza B; 13,3% de vírus sincicial respiratório; e 35,6% de SARS-CoV-2 (Covid-19). No mesmo período do ano passado, 5,9% dos casos positivos de SRAG estavam associados à Influenza A; 0,4% a Influenza B; 6,7% ao vírus sincicial respiratório; e 63% à Covid-19, segundo os dados da semana epidemiológica 36 de 2022.

O doutor Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que esses vírus respiratórios têm maior predominância entre os meses de março e julho. “Mas depois da pandemia, houve uma alteração nesse período de sazonalidade — e a presença desses vírus acaba sendo fora de época também”.

SRAG

A Síndrome Respiratória Aguda Grave é um estado clínico de desconforto respiratório com prejuízo à oxigenação do paciente. Normalmente, ela é provocada pelo processo de infecção por vírus — como Influenza A e B, vírus sincicial respiratório, SARS-CoV-2 (Covid-19) —, ou por bactérias, fungos e outros agentes.

O doutor Marcelo Otsuka explica que os principais sintomas são falta de ar, desconforto ao respirar, sensação de compressão torácica. Em casos extremos, o paciente pode sofrer de hipóxia, que é o déficit de oxigênio no organismo, podendo ser fatal.

Segundo ele, o tratamento deve considerar dois suportes importantes: o imediato para garantir a vida do paciente e o terapêutico para combater o agente infeccioso.

“O primeiro é o suporte de vida, ou seja, se o paciente tem uma queda na oxigenação, ele precisa repor o oxigênio. Se ele tem uma obstrução das vias aéreas por conta desse processo infeccioso, ele precisa eventualmente de fisioterapia e suporte ventilatório. O outro aspecto é o terapêutico, que depende do agente. Quando falamos de infecções bacterianas, o tratamento é feito com antibióticos. Quando nós falamos de vírus, como por exemplo a Influenza, em geral, a gente usa o Oseltamivir.”

A principal forma de prevenção é a vacinação, explica o doutor Marcelo Otsuka.

“A prevenção da Síndrome Respiratória Aguda Grave é feita principalmente quando nós falamos de vacinação. Tanto a vacinação para infecções bacterianas, como por exemplo pneumococo, hemófilos, bem como a vacinação para Influenza, para Covid-19. O segundo ponto chave é a higienização e o distanciamento de pessoas que têm um quadro respiratório.”

Em caso de sintomas, o pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes recomenda o repouso, o distanciamento social e o uso de máscaras.

“Quem estiver com sintoma de infecção respiratória — está tossindo, espirrando, com a garganta incomodada —, a recomendação é: faça repouso, fique em casa. Se puder, busque o posto de saúde para fazer um exame, inclusive para ter um acompanhamento médico adequado. Agora se por algum motivo não puder fazer o repouso, use uma boa máscara. Está indo a uma unidade de saúde: bota uma boa máscara, porque isso vai ajudar a diminuir o risco de acabar contraindo o vírus respiratório na unidade de saúde.”

Fonte: Brasil61

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Ação apreende duas toneladas de produtos falsos com marca Rock in Rio

Copos, camisas, chapéus e bonés seriam distribuídos a ambulantes

Uma ação conjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) com o Ministério Público estadual resultou na apreensão de duas toneladas de materiais falsificados com a marca do festival de música Rock in Rio, que acontece na cidade. A apreensão ocorreu nesta quinta-feira (19), no centro do Rio.

Durante a ação, quatro suspeitos, responsáveis pelas lojas onde os produtos foram localizados, acabaram presos. Eles vão responder por comercialização de material contrafeito [falsificação ou réplica do produto original], ostentando ilegalmente a marca.

Entre os produtos apreendidos estão milhares de copos, camisas, chapéus e bonés, que seriam distribuídos para ambulantes revenderem na segunda semana do evento. O material foi localizado por meio de informações de inteligência, que dão continuidade às ações iniciadas na primeira semana do festival.

Pirataria

Na semana passada, duas ações resultaram na apreensão de grande quantidade de material falsificado. A delegacia especializada na repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial junto com o MP do Rio e a promotoria do Juizado Especial Criminal (Jecrim), encontraram mais de 5,3 mil copos, 185 bonés falsos e milhares de porta-copos no primeiro dia do evento dia 13 deste mês. Dois homens foram presos em flagrante, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

No dia seguinte, em operações nas proximidades do Rock in Rio, as equipes localizaram um caminhão com milhares de copos e alças de porta-copos falsificadas com a marca do festival. Também foram apreendidos uma máquina de cartão de crédito e uma credencial falsa.

Até agora, as ações já resultaram na apreensão de mais de 15 mil itens e na prisão de 10 suspeitos.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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Fiocruz mantém alerta para alta de casos graves de covid-19

Dados são do Boletim InfoGripe

O novo Boletim InfoGripe desta semana destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 crescem e se ampliam no país. A atualização mostra aumento dos casos de SRAG associado à covid-19 no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os estados de Minas Gerais e Paraná também apresentam leve aumento de casos SRAG em idosos, provavelmente associado à covid-19. Os dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (19).

A manutenção do aumento dos casos de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos de idade em muitos estados da região Centro-Sul e em alguns estados do Norte-Nordeste está associada ao rinovírus. No entanto, já é possível observar sinais de desaceleração no crescimento de SRAG pela doença em alguns desses estados e até mesmo a queda das hospitalizações por rinovírus em outras regiões do país.

Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos de idade, os vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos. A mortalidade da SRAG permanece mais elevada entre os idosos, com predomínio de covid-19, seguido pela influenza A.

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e covid-19 em muitos estados.

A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que o crescimento dos casos graves por rinovírus já começam a dar sinais de desaceleração em alguns estados ou até de queda em algumas regiões. Em relação aos vírus da influenza A, informa Tatiana, os casos graves do vírus continuam em baixa na maior parte do país.

No entanto, segundo a pesquisadora, o estudo observou aumento de casos graves por influenza A no Rio Grande do Sul. “Por isso, é importante que todas as pessoas do grupo de risco do Rio Grande do Sul que ainda não tomaram a vacina contra o vírus da influenza A procurem um posto de saúde para se vacinarem contra o vírus. Além disso, diante do cenário de aumento de casos graves de covid-19 em muitos estados do país, é muito importante que todas as pessoas do grupo de risco também estejam em dia com a vacina”.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC

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Com R$ 201,6 bi em agosto, arrecadação federal volta a bater recorde

Receita arrecadada de janeiro a agosto soma R$ 1,7 trilhão

O crescimento da economia e as medidas de tributação para super-ricos voltaram a melhorar a arrecadação federal. Em agosto, as receitas do governo federal somaram R$ 201,6 bilhões, alta de 11,95% acima da inflação sobre o mesmo mês do ano passado. Segundo a Receita Federal, o valor é o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

De janeiro a agosto, a receita arrecadou R$ 1,7 trilhão, alta de 9,47% acima da inflação na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. O montante também é recorde para o período.

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação recorde de 2024 deve-se principalmente aos seguintes fatores: crescimento real (acima da inflação) e 19,31% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Capital (IRRF-Capital); crescimento real de 19,34% nas receitas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); crescimento real de 17,99% no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e comportamento das variáveis macroeconômicas, que refletem o crescimento da economia.

Em relação ao IRRF-Capital, o crescimento da arrecadação resulta da tributação dos fundos exclusivos, aprovada no fim do ano passado, que antecipou a cobrança de imposto. A alta da arrecadação do PIS/Cofins reflete o crescimento das vendas. Isso porque os dois tributos incidem sobre o faturamento e são diretamente ligados ao consumo.

Segundo a Receita, o aumento na arrecadação de IRPF decorre da atualização de bens e direitos no exterior determinado pela nova Lei das Offshores (empresas de investimentos no exterior). No início do ano, os contribuintes tiveram de atualizar os ativos e os investimentos em outros países.

Em relação às variáveis macroeconômicas, a alta da arrecadação é reflexo do crescimento da economia brasileira em 2024. No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu 1,4% no segundo trimestre. Os números acima das expectativas fizeram a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevar para 3,2% a previsão de crescimento do PIB em 2024.

Meta fiscal

Apesar da arrecadação recorde, o governo enfrenta desafios para cumprir a meta fiscal de 2024. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece que o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – deverá registrar déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões para mais ou para menos.

O resultado primário representa o saldo positivo ou negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública. Para chegar ao centro da meta de resultado primário zero, o governo precisa de R$ 168 bilhões extras neste ano. Apesar do crescimento das receitas dos fundos exclusivos e das offshores, a equipe econômica enfrenta dificuldades em outras fontes de recursos que atrasaram, como os votos de desempate do governo nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A nova estimativa de receitas para o Carf, órgão da Receita Federal que julga dívidas de grandes contribuintes, será divulgada nesta sexta-feira (20). Na ocasião, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgarão o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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