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CCBB apresenta, em São Paulo, exposição dedicada a Marc Chagall

Mostra fica em cartaz até 22 de maio

CCBB apresenta, em São Paulo, exposição dedicada a Marc Chagall

No térreo do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro de São Paulo, dois tecidos coloridos flutuam no ar. Com um sopro de ar, eles bailam pelo térreo do edifício e, algumas vezes, alcançam até os andares mais altos, como se voassem.

A obra contemporânea Air Fountain, de Daniel Wurtzel, foi ali instalada para dialogar com a nova exposição em cartaz no espaço: Marc Chagall, Sonho de Amor, que abre nesta quarta-feira (8) e fica em cartaz até 22 de maio.

Os tecidos da obra de Wurtzel parecem simbolizar o “perfume e a rosa” do poema Seul est Mien, escrito por Chagall (1887-1985). A poesia foi traduzida em português e colocada em uma das paredes da exposição. Ela também recebeu uma animação apresentada no subsolo do edifício.

“Essa sensação de leveza, essa visão abstrata do amor que está representada ali pelos dois tecidos que bailam é uma relação que a gente propôs ao artista Daniel Wurtzel para dialogar com a obra de Chagall. Então, a ideia era acolher o público nesse ambiente de encantamento e de enlevo e de fazê-lo sentir esse amor que desafia a força da gravidade e que a gente vai ter em um dos módulos da exposição”, disse Cynthia Taboada, organizadora da mostra.

Duas guerras

Nascido em 7 de julho de 1887, no bairro judaico da cidade de Vitebsk, na antiga Rússia, Marc Chagall faleceu na França, aos 97 anos. Com uma vida quase centenária, o artista atravessou a Revolução Russa, enfrentou a primeira e a segunda guerra mundial, viu a criação e consolidação do Estado de Israel e foi reconhecido como um dos nomes mais importantes da arte moderna, sobretudo, pela criação de uma linguagem artística única.

“Chagall tem um estilo único. Ele tem uma poética própria que é apartada de todos os movimentos de vanguarda histórica. Ele dialogava com esses movimentos, mas ele criou um universo próprio, uma poética que você reconhece ao longo de uma produção de anos. Ele é o mestre da cor. Ele sabe manejar as cores como ninguém. Ele também foi o mestre da água-forte, da litografia e da gravura. Ele trouxe para a arte moderna o desenvolvimento da gravura”, disse Cynthia Taboada, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo a curadora Lola Durán Úcar, a obra de Chagall esteve sempre muito vinculada à sua própria vida.

“Ao largo de sua vida, Chagall criou um mundo lírico, um mundo fantástico, um mundo poético. Vamos descobrindo isso em seus quadros, com personagens que voam, com animais com rosto de pessoas, pessoas com rostos de ratos”, disse ela. “Ele não era um artista surrealista, que mostra o mundo dos sonhos. Chagall está nos mostrando o mundo tal como ele aparece. Ele vê o mundo assim”, afirmou a curadora.

Com passagens pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, a exposição do artista Marc Chagall chega a São Paulo trazendo novidades. Ela tem 191 obras do artista franco russo de origem judaica produzidas entre 1922 e 1981, sendo que 12 delas ainda não haviam sido expostas nas itinerâncias anteriores.

Entre elas está o livro Maternité, de autoria do escritor surrealista Marcel Arland (1899-1986), que foi ilustrado com cinco gravuras em metal de Marc Chagall. O livro faz parte do acervo do também escritor Mário de Andrade (1893-1945), primeiro colecionador das obras do artista no Brasil.

Também foram cedidas especialmente para esta mostra em São Paulo as obras Os noivos com trenó e galo vermelho (Les mariés au traîneau et au coq rouge) e Primavera (Le Printemps), provenientes dos acervos da Casa Museu Ema Klabin e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP).

Entre os destaques da exposição também estão o raríssimo guache O avarento, que perdeu seu tesouro (L’avare qui a perdu son trésor), produção que deu início à série gráfica das Fábulas de La Fontaine (Fables, Jean de La Fontaine), encomendada por Ambroise Vollard no final dos anos 1920 e impressa somente em 1952. Também fazem parte da mostra as gravuras coloridas à mão da série Bíblia.

A mostra apresenta ainda alguns dos poemas escritos por Chagall, artista que se devotava ao amor.

“Fizemos uma “transcriação” dos poemas porque respeitamos os ritmos, os tempos, o trânsito entre os idiomas. Isso foi muito bem respeitado por um artista chamado Saulo di Tarso. Pegamos uma edição de 1968, que reúne os poemas de Chagall de 1909 até 1965, e todos eles foram “transcriados”, versados para a língua portuguesa de forma inédita. Essa é uma coisa que a gente traz como uma novidade da itinerância”, explicou Cynthia Taboada.

Percurso

Cada um dos andares do CCBB é dedicado a um tema ou período na vida e obra de Chagall. O percurso é iniciado no quarto andar, dedicado às origens e tradições russas. Já o terceiro andar apresenta obras relacionadas ao mundo sagrado e às noções de espiritualidade, como a série Bíblia.

O segundo andar é dedicado ao lirismo e à poesia, apresentando obras do pintor que retratam Paris, a cidade onde ele viveu a maior parte de sua vida e em que morreu. Nesse andar também se encontra presente uma ode ao amor, onde estão pinturas de flores e de pessoas enamoradas desafiando a gravidade e flutuando pelas telas. Já no subsolo do edifício estão as ilustrações feitas por Chagall para as Fábulas de La Fontaine. “Esse percurso é muito didático para o público entender que a obra de um pintor está ligada à sua própria vida. Esse amor pela vida e pela arte transborda em suas próprias obras, nas cores, nos personagens que estão flutuando, nos violinos”, salientou Cynthia.

“Uma exposição dessa natureza traz o artista da arte moderna para uma memória contemporânea, para uma interpretação do nosso mundo de hoje. Se o artista toca você hoje é porque a obra dele está viva e tem algo a dizer a você. Acredito que o público vai encontrar isso na exposição”, acrescentou ela.

Performance

Na passagem por São Paulo, a mostra também vai oferecer ao público performances de dança, que vão acontecer ao lado da obra de abertura da exposição. Também haverá uma intervenção cênico-musical e estão previstos um ciclo de debates e palestras.

“É uma exposição que estamos oferecendo para a cidade de São Paulo e para o público que vem à cidade. É uma exposição rara, que traz um composto grande de obras e do legado de Chagall, e traz também muita poesia”, disse Claudio Mattos, gerente geral do CCBB-SP.

“Temos trazido aos projetos do CCBB atividades paralelas às mostras que amplificam essa experiência. Nessa exposição do Chagall vamos ter uma oficina de cartões postais, onde as pessoas poderão escrever cartas de amor e mandar pelos Correios. E vamos ter violinistas fazendo performances pelo prédio em alguns dias ao longo da exposição”, acrescentou.

A mostra é gratuita. Mais informações sobre o evento e sobre os ingressos podem ser obtidas no site do CCBB.

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: EBC

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Karina Joaquim: a eterna Musa do Vasco ruma à Europa para estampar capa de revista

Karina Joaquim: a eterna Musa do Vasco ruma à Europa para estampar capa de revista

Com a carreira em ascensão, Karina Joaquim aceitou um convite que promete alavancar ainda mais sua fama: ela está de malas prontas para embarcar para a Europa, onde participará de um tour que promete ser um marco em sua trajetória.

Reconhecida como uma das musas do Brasileirão mais queridas e requisitadas da atualidade, Karina é um verdadeiro fenômeno. Ela conquistou o título de Musa do Vasco da Gama, clube pelo qual se tornou ícone e referência, sendo conhecida por seu carisma e presença marcante—atributos que a levaram a ser eternamente associada ao time carioca.

Além disso, Karina fechou contrato com uma renomada assessoria européia, que já lhe garantiu um convite para posar para uma das revistas mais cobiçadas do mundo. Embora o nome da publicação ainda seja um mistério, a expectativa é alta e os fãs mal podem esperar para descobrir onde Karina fará sua estreia internacional.

Durante esse tour, Karina também irá avaliar uma proposta para integrar o elenco de um reality show europeu. Com isso, ela planeja levar consigo o charme, a beleza, a simpatia e a força das mulheres brasileiras, representando o país com muita elegância e atitude durante essa turnê.

Esse o tour vai ser bom, será uma experiência incrível levar o nome de todas as mulheres brasileiras pela Europa“, comenta Karina, animada com as novas oportunidades.

Sua jornada pela Europa começará no final deste mês, e todos os olhares estarão voltados para ela, que segue levando a energia contagiante e o encanto das musas do Brasileirão para o mundo.

Acompanhe a viagem de Karina pelo seu instagram @_musajk.

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Arthur Pains comemora feedback positivo do álbum “Selvagem”

Arthur Pains comemora feedback positivo do álbum “Selvagem”

O cantor e compositor Arthur Pains estreou recentemente seu novo álbum de estúdio “Selvagem”, já disponível em todas as plataformas digitais. Com uma narrativa inspirada em vivências pessoais e que aborda sobre pertencimento e autoconhecimento, o artista comemora o feedback positivo do público após o lançamento do projeto.

Ouça agora o álbum em todas as plataformas digitais

O álbum explora a busca incessante por identidade e pertencimento de um menino do interior que se vê imerso à agitação da vida urbana. O álbum percorre por temas de amor, amizade, e a complexidade de se perder e se reencontrar em busca de si mesmo. 

Uma busca por mim mesmo, amizades e amor, meu lugar no mundo. É também sobre me perder um pouco nesse processo, mas me reencontrar no final, acho que está tudo bem se sentir perdido aos 27 anos (risos)“, declara o artista sobre o trabalho.

Assista agora aos videoclipes do novo trabalho

Mesmo tendo construído um álbum totalmente baseado em suas vivências, hoje ele percebe que muito mais pessoas do que ele imaginou também se identificaram com os processos que o álbum narra. “Está sendo muito legal ver as pessoas se identificando com as músicas! Quando escrevi o álbum, elas eram sobre mim, mas agora elas fazem parte das vidas das pessoas também“, conta Arthur. 

As 11 faixas autorais que integram o projeto também abordam a raiva e trazem críticas à sociedade e à modernidade líquida e cada música é um capítulo dessa história que completa a narrativa do disco. O processo de composição começou em 2019, com algumas músicas previamente lançadas em seu EP “Savanna”, que agora somam-se ao “Selvagem”, resultando na história completa no novo álbum. 

Quanto ao retorno, ele conta que duas músicas tem chamado muito a atenção do público. “Monarquia, acredito que pela produção e pela pegada pop-rock, acho que as pessoas não esperavam por isso. E Rei, a última música do álbum, acredito que pela letra que tem uma mensagem bem forte”. 

Para ele, tem sido muito especial e gratificante acompanhar o feedback deste trabalho. “Tenho recebido diversas mensagens de novos seguidores, sobre as músicas e os visuais. É muito legal ver algo que trabalhei por tanto tempo agora é do público e também faz sentido para eles”, declara. 

Ainda falando sobre o álbum, mas adiantando para vocês os próximos passos, ele conta que está trabalhando em um mini-documentário que mostra os bastidores da criação deste projeto e que espera poder mostrar ao público muito em breve. “Acho que esse tipo de conteúdo aproxima o público e vai ser bem legal”, pondera o artista. Ele também completa sobre novas possibilidades: “Com o feedback que tenho recebido também estamos avaliando novos clipes e uma versão deluxe do álbum com algumas faixas inéditas”, finaliza.

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Morre o músico e compositor Sérgio Mendes aos 83 anos, nos EUA

Ele morreu em decorrência dos efeitos da covid longa

O músico e compositor Sérgio Mendes morreu nesta quinta-feira (5), aos 83 anos, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela assessoria do artista, por meio de nota assinada pela família de Mendes.

A nota informa que o músico morreu, de forma tranquila, ao lado de sua esposa e parceira musical pelos últimos 54 anos, Gracinha Leporace Mendes, e de seus filhos. De acordo com a família, Mendes teve que lidar com problemas de saúde, nos últimos meses, devido aos efeitos da covid longa.

Segundo a nota da família, o músico fez seus últimos shows em novembro de 2023, em Paris, Londres e Barcelona, com apresentações que tiveram ingressos esgotados. “A família está processando essa perda e dará mais detalhes sobre o velório e sepultamento em breve”, diz a nota.

O músico e amigo Herb Alpert, escreveu em suas redes sociais, que Sergio Mendes era seu “irmão de outro país. Ele era um verdadeiro amigo e um músico extremamente talentoso, que trazia a música brasileira em todas suas variações para o mundo inteiro com elegância e alegria”.

Um dos pioneiros da bossa nova, Sérgio Mendes gravou 35 álbuns em seis décadas de carreira. Conquistou três prêmios Grammy e foi indicado uma vez ao Oscar de melhor canção original, em 2012, pela música Real in Rio, do filme de animação Rio.

Edição: Denise Griesinger

Fonte: EBC

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