Brasil pode economizar R$ 57 bi com a troca dos HFCs em equipamentos de refrigeração
Adesão do Brasil à Emenda de Kigali determina redução desse gás causador do efeito estufa. Medida foi promulgada pelo Executivo e contou com apoio da indústria
O Brasil pode economizar até R$ 57 bilhões com a troca dos hidrofluorcarbonos (HFCs) em equipamentos de refrigeração. O dado é de um estudo da Rede Kigali, composta pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS); International Energy Initiative – IEI Brasil; Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Projeto Hospitais Saudáveis (PHS). Do total, R$ 30 bilhões deixarão de ser gastos na geração de energia elétrica e outros R$ 27 bilhões serão economizados pelos consumidores na conta de luz.
A redução escalonada de 80% desse gás — causador do efeito estufa — até 2045 foi determinada pela adesão do Brasil à Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal. A medida foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado, mas só foi ratificada pelo Executivo no mês passado.
O professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Juliano Bonacin afirma que a troca dos HFCs pode trazer impactos positivos diretos com o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes na indústria. Mas a medida também pode gerar impactos indiretos para a economia do país.
“Quando você usa materiais de baixo impacto ambiental, você acaba de certa forma não precisando ter gastos diretos com o meio ambiente. Então você cria tecnologias de baixo impacto ambiental e minimiza esse investimento que teria que ser feito para remediações ambientais.”
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) — relatora do projeto de decreto legislativo para aprovar a Emenda de Kigali à época — comenta as metas de redução de HFCs nos próximos anos.
“Com a ratificação da Emenda de Kigali, o país se compromete a congelar a linha de base do consumo de hidrofluorcarbonos. E já no ano que vem, em 2024, se compromete a reduzir em 10% o consumo da substância até 2029. Então o Brasil poderá ter uma indústria mais eficiente, competitiva internacionalmente e ambientalmente sustentável.”
A professora do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB) Fernanda Vasconcelos comenta os prejuízos, caso o Brasil não cumpra as metas da emenda.
“Os prejuízos são deixar de trabalhar com equipamentos mais modernos, com gases de menor impacto ambiental. Se o Brasil continuar usando os HFCs, ele não está corroborando para diminuir o aquecimento global e pode ser que, a longo prazo, tenha represálias do comércio internacional.”
Apoio da Indústria
O Brasil foi um dos países mais ativos na defesa da aprovação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, durante a 28ª Reunião das Partes que aconteceu em Ruanda, em 2016. A ratificação do acordo no território nacional conta com o apoio do governo e do setor privado, especialmente da indústria, que já investe no uso de gases alternativos nos sistemas de refrigeração, para evitar que o mercado brasileiro produza aparelhos obsoletos, de baixa eficiência energética e poluentes.
O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, destaca o trabalho da entidade na promulgação do acordo.
“Trabalhamos de forma intensa, tanto no Executivo, quanto no Legislativo, e de forma conjunta também com várias entidades empresariais e do terceiro setor; sempre com o objetivo de sensibilizar e levar informações qualificadas. E, claro, também colocando a importância e os impactos positivos que a ratificação da Emenda de Kigali pudesse trazer.”
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP), Samoel Vieira de Souza, também ressalta a atuação do órgão para que o Brasil ratificasse a Emenda de Kigali.
“O Sindratar-SP participou individualmente quando isso foi necessário, mas principalmente em conjunto com outras entidades empresariais como a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), dentre outras, participando de reuniões ou enviando documentos e pareceres para o governo e para o Congresso Nacional no sentido de esclarecer e pedir que apoiassem a ratificação.”
O presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile, comenta a ação da instituição para auxiliar o setor a se adequar às normas da emenda.
“Durante todo período de negociação diplomática, a Abrava esteve participando do GT Ozônio — grupo técnico gerido pelo Ministério do Meio Ambiente e Ibama —, responsável pela implementação dos programas no Brasil e pelas negociações junto ao Protocolo de Montreal. Atualmente, a Abrava vem analisando cenários e dados do mercado para a melhor orientação técnica ao setor e aos agentes de regulação, ao disponibilizar e debater tais resultados em seus Departamentos Nacionais e Grupos de Trabalho.”
O diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Fabrizio Panzini, explica que, por meio de consultas ao setor empresarial, a Emenda de Kigali foi considerada prioridade entre as políticas de meio ambiente.
“Nós trabalhamos para que a Emenda de Kigali fosse aprovada no Congresso Nacional. Fizemos uma sensibilização junto com parlamentares para mostrar a importância do tema. E depois fizemos essa mesma sensibilização junto a vários interlocutores no Poder Executivo, seja Casa Civil, Itamarati, Ministério do Meio Ambiente, entre outros.”
A expectativa é que o cumprimento da redução da emissão de HFCs por todos os países signatários à Emenda de Kigali possa evitar o aumento de 0,4 a 0,5°C na temperatura média do planeta Terra até 2100.
Brasil já registrou mais de 26 mil casos de homicídios dolosos, ao longo de 2024
Bahia é o estado que teve o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes
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Ao longo de 2024, o Brasil já registrou 26.591 homicídios dolosos – quando há intenção de matar. De acordo com dados do governo federal, o número de vítimas desse tipo de crime chega a 97 por dia.
Bahia é o estado que registrou até agora o maior número de casos, 3.048. A unidade da federação tem uma taxa de 27,37 homicídios a cada 100 mil habitantes. Na sequência aparece Pernambuco, com 2.474 vítimas e uma taxa de 34,58 casos a cada 100 mil habitantes.
Em terceiro lugar no ranking está o Ceará, com 2.381 casos. Nesse tipo de crime, o estado tem uma taxa de 34,38 casos a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, as unidades da federação com menores índices de homicídios dolosos são Roraima, com 83; Acre, com 111; e Distrito Federal, com 151.
Os números são apresentados em meio aos debates entre os governadores dos estados e o governo federal sobre ações que possam melhorar a segurança pública no país. O governo federal até propôs uma PEC com algumas mudanças na área. No entanto, os governantes estaduais acharam a proposta rasa e cobraram medidas mais profundas para minimizar os problemas relacionados à violência. Alguns deles, como Ronaldo Caiado, de Goiás, pede mais autonomia dos estados em relação à elaboração de leis penais.
Confira o número de casos por estado e seus respectivos governadores
AC (111) – Gladson Cameli (PP)
AL (749) – Paulo Dantas (MDB)
AM (797) – Wilson Miranda (UNIÃO)
AP (164) – Clécio Luis (SOLIDARIEDADE)
BA (3.048) – Jerônimo Rodrigues (PT)
CE (3.281) – Elmano de Freitas (PT)
DF (151) – Ibaneis Rocha (MDB)
ES (600) – Renato Casagrande (PSB)
GO (658) – Ronaldo Caiado (UNIÃO)
MA (1.392) – Carlos Brandão (PSB)
MG (2.076) – Romeu Zema (NOVO)
MS (264) – Eduardo Riedel (PSDB)
MT (661) – Mauro Mendes (UNIÃO)
PA (1.874) – Helder Barbalho (MDB)
PB (718) – João Azevedo (PSB)
PE (2.474) – Raquel Lyra (PSDB)
PI (411) – Rafael Fonteles (PT)
PR (1.191) – Ratinho Jr. (PSD)
RJ (2.355) – Cláudio Castro (PL)
RN (467) – Fátima Bezerra (PT)
RO (313) – Marcos Rocha (UNIÃO)
RR (83) – Antonio Denarium (PP)
RS (1.051) – Eduardo Leite (PSDB)
SC (382) – Jorginho Melo (PL)
SE (258) – Fábio Mitidieri (PSD)
SP (1.769) – Tarcísio de Freitas (REPUNLICANOS)
TO (193) – Wanderlei Barbosa (REPUBLICANOS)
Latrocínio
Em relação ao latrocínio – que é o roubo seguido de morte – o Brasil registou, em 2024, 673 casos, com uma média de duas vítimas por dia. Nesse tipo de crime, quem lidera o ranking é o estado de São Paulo, com 135 latrocínios ao longo do ano, com uma taxa de 0,39 casos a cada 100 mil habitantes.
Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 64 casos registrados e uma taxa de 0,50 latrocínios cada 100 mil habitantes. Pernambuco, por sua vez, aparece em terceiro lugar, com 57 casos em 2024, além de registrar uma taxa de 0,80 a cada 100 mil habitantes.
Quanto aos casos de estupro, o Brasil já registrou 58.776, ao longo deste ano. A média diária é de 215 casos. São Paulo também apresenta o maior número entre os estados: 11.975, com uma taxa de 34,37 estupros a cada 100 mil habitantes.
O Paraná surge em segundo lugar, com 5.311 casos, uma taxa de 59,89 casos a cada 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro, por sua vez, configura em terceiro, com 4.409 estupros e uma taxa de 34,14 a cada 100 mil habitantes.
Já os que registram os menores números são Roraima, com 434 casos; Acre, com 476; e Amapá, com 479.
Feriado prolongado: confira dicas de como dirigir em segurança
Crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta risco de acidentes
Dia 15 de novembro é feriado da Proclamação da República. A data antecede o final de semana e há quem aproveite o período para descansar em casa. Mas muitos brasileiros preferem usufruir da folga prolongada para viajar e o crescimento do fluxo de carros nas rodovias aumenta o risco de acidentes.
Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), entre os principais cuidados para prevenção de acidentes estão o respeito à sinalização de trânsito e não aliar álcool à direção. A orientação é: se beber, não dirija.
No verão o número de acidentes é mais expressivo, de acordo com o Detran-DF – o que corresponde aos meses de dezembro a fevereiro, Nesse período, há feriados prolongados, férias escolares e de trabalho, provocando um crescimento nas viagens de turismo. Mas independentemente da época, é preciso estar atento à segurança nas rodovias.
Inclusive, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu início, na última quinta-feira (14), à Operação Proclamação da República 2024. O objetivo é reduzir a violência no trânsito e os acidentes nas rodovias federais do país por meio da intensificação de medidas como policiamento, fiscalização e a educação para o trânsito.
A policial federal Fernanda Souza destaca a importância da atuação da PRF. “O objetivo é reduzir o número de acidentes e também o número de mortos e feridos”.
Veja dicas de como dirigir em segurança:
Não ultrapasse em locais proibidos;
Ultrapasse sempre pela esquerda (somente em locais permitidos);
Trafegue sempre com os faróis acesos, mesmo durante o dia;
Respeite a velocidade da via;
Use o cinto de segurança (motorista e passageiros);
Faça a revisão no carro e confira todos os itens de segurança (estepe, triângulo e luzes de faróis e freios).
Cheque a previsão do tempo também para os dias de deslocamento;
Estude rotas alternativas;
Certifique-se de que todos os ocupantes do veículo tenham/portem o documento de identificação, inclusive crianças e adolescentes e
Ocupantes de motocicletas: devem sempre usar o capacete e manter distância das laterais traseiras dos veículos.
Explosões em Brasília: Praça dos Três Poderes e trânsito na Esplanada liberados nesta sexta-feira (15)
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque à Suprema Corte brasileira e a possível participação de outros envolvidos
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A Praça dos Três Poderes e o trânsito nas vias ao redor dela, assim como do Palácio da Alvorada e do Congresso Nacional, estão liberadas desde a tarde desta quinta (14), pouco mais de 14 horas depois do atentado próximo ao Supremo Tribunal Federal na noite da última quarta-feira (13). Até mesmo o restaurante que funciona na praça voltou a funcionar normalmente.
Mesmo depois de passarem por uma varredura na madrugada, não houve expediente nas duas casas legislativas do Congresso Nacional nesta quinta (14). O STF foi vistoriado pela manhã, mas à tarde os ministros voltaram a despachar normalmente, inclusive com sessão plenária. O presidente Lula também despachou do Palácio do Planato pela manhã.
O programa de visitação pública no STF está suspenso provisoriamente. No Congresso Nacional, a suspensão vale até domingo (17).
Segurança reforçada
Apesar de o local estar liberado, a segurança na Praça dos Três Poderes continua reforçada. As grades que protegem o prédio do STF — que haviam sido removidas há cerca de um mês — foram recolocadas. Militares do Exército reforçam a segurança na frente do Palácio do Planalto.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) convocou todo o efetivo a permanecer em estado de sobreaviso até o próximo domingo (17). “O efetivo convocado deve estar preparado para acionamentos a qualquer momento, devendo se manter acessível e disponível para eventuais emergências”, afirmou o o delegado-geral, José Werick de Carvalho, em comunicado.
O corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos — autor do atentado — foi retirado da Praça na manhã desta quinta. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, durante a operação foi identificado material potencialmente explosivo junto ao corpo dele, além de um aparelho celular. Os explosivos foram neutralizados pelo Esquadrão de Bombas do BOPE, o local passou por perícia e só então foi liberado.
Casa em Ceilândia (DF)
As investigações levaram a Polícia até uma casa em Ceilândia, a 25 km do local do atentado. O local havia sido alugado por Francisco há cerca de 2 semanas. A varredura na casa foi feita com a ajuda do robô antibomba, que abriu uma gaveta e houve uma grande explosão. No local ainda foram encontrados explosivos e rojões.
A Polícia Federal abriu inquérito na divisão de terrorismo para investigar o ataque e a possível participação de outros envolvidos.
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