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Clínicas de Recuperação em Embu das Artes- SP

Clínicas de Recuperação em Embu das Artes- SP

Conheça a variedade existente de clínicas de recuperação em Embu das Artes- SP e os tipos de tratamento para dependentes químicos, como funcionam e qual é a mais indicada considerando as peculiaridades de cada caso.

Ambulatorial

Trata-se de um tipo de tratamento sem a necessidade de internação, o qual visa cuidar do aspecto cognitivo comportamental, lançando mão de um tratamento multidisciplinar, variando de acordo com a intensidade dos problemas apresentados pelo dependente.

Essa forma de abordagem funciona da seguinte forma: prioriza-se a permanência do indivíduo no meio familiar e social. Junto a isso, ele será acompanhado por uma equipe de profissionais qualificados.

A partir desse acompanhamento, a pessoa acometida pela dependência química passará por terapias que tratarão dos fatores comportamentais, emocionais, neuropsicológicos, fazendo uso de medicamentos e participando de terapia individual ou em grupo.

A abordagem ambulatorial é recomendada quando o nível de intensidade do vício é classificado como leve ou moderado, ou seja, quando a pessoa consegue vencer o desafio da abstinência por intermédio desse tratamento, não sendo preciso se submeter a terapias mais intensas e nem ficar internado.

Desintoxicação feita em hospital especializado

Em regra, a desintoxicação é considerada como a primeira etapa do tratamento do dependente químico. Basicamente, essa modalidade é definida como um processo pelo qual o corpo se liberta das drogas em um ambiente adequado.

É indicada tanto para viciados mais leves quanto para os casos mais graves. Obviamente que, para pessoas cujo o vício é considerado mais elevado e que já fazem uso dessas substâncias nocivas por um tempo considerável, faz-se necessário uma desintoxicação mais estruturada.

Em virtude da complexidade que está ligada ao processo de desintoxicação, é preciso que ele seja realizado em um hospital especializado, o qual tem à disposição uma equipe de profissionais capacitados para atender da melhor forma, farmácia e farmacêuticos 24 horas, laboratório para a realização de exames, carinho de parada, caso seja necessário.

O monitoramento do paciente feito pelo corpo multiprofissional deve ser constante, por causa da imprevisibilidade das reações provenientes dos remédios ministrados, o que pode colocá-lo em risco.

Logo, estando o dependente químico sob os cuidados de um hospital bem estruturado, haverá menos chances de possíveis complicações, haja vista o pronto atendimento e as execuções de medidas adequadas ao caso.

Os programas de desintoxicação são ótimos para os que têm diferentes tipos de dependência de substâncias, como álcool, benzodiazepínicos e vícios de opioides.

É programada para administrar de maneira eficaz a retirada das substâncias químicas consumidas, objetivando amenizar ao máximo os efeitos fisiológicos intensos e perigosos decorrentes da abstinência.

A intenção é realizar a desintoxicação de uma forma mais confortável e segura de acordo com a realidade do paciente e facilitar o processo de transição para outros tratamentos contínuos da dependência, os quais buscam evitar recaídas.

Uma das formas para superar tais consequências funcionais do corpo é por meio do uso de medicamentos substitutos que gerenciam os efeitos da retirada das drogas, os quais são administrados por um médico, seja em um ambiente hospitalar ou ambulatorial. É o que intitulam como desintoxicação médica. 

É necessário destacar que a desintoxicação deve ser aplicada em paralelo com outros tipos de abordagem, porque ela sozinha não é capaz de superar, por exemplo, os problemas psicológicos, sociais e comportamentais provocados pelo abuso de drogas.

Como sabemos, a recuperação em Embu das Artes eficaz deve passar não apenas pela “limpeza do organismo”, mas também pelos aspectos emocionais, de conduta e que envolvem mudanças de hábitos. Nesse sentido, há a figura da desintoxicação social, a qual consiste em oferecer suporte emocional e psicológico.

Comunidades terapêuticas

São entidades privadas, as quais não objetivam lucro. De acordo com informações do Ministério da Justiça, na atualidade há aproximadamente mais de 1.800 comunidades terapêuticas no Brasil.

Algumas têm vínculo contratual com o Governo Federal, mediante a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD). Tais serviços são gratuitos, caso a pessoa utilize de uma das vagas financiadas pela SENAD, vale destacar.

Trata-se de um ambiente para acolhimento de dependentes químicos, os quais precisam estar em um lugar no qual receberão apoio visando a recuperação e reinclusão social do indivíduo.

A convivência é a principal ferramenta terapêutica, isto é, interação entre pessoas com condições semelhantes e que compartilham do mesmo objetivo: livrar-se do vício.

O tratamento também é planejado no intuito de criar na mente do interno na clínica de recuperação uma consciência voltada para a responsabilidade pessoal e social, bem como para uma vida socialmente produtiva, desconstruindo padrões destrutivos de comportamento.

Sabemos que os viciados em drogas perdem a credibilidade, o que dificulta a sua condição como cidadão no meio social. Essa é uma triste realidade. Então, essa abordagem é importante para a recolocação do sujeito na sociedade e para afastá-lo dos influenciadores negativos, como outros viciados e ambientes degradantes. 

No entanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM), prescreve o Parecer nº 9/2015, em que médicos só devem indicar internação de pacientes com problemas de drogadição ou doenças mentais, concomitantes ou não, para estabelecimentos assistenciais que ofereçam assistência médica e que disponham de plantonistas, equipes de enfermagem, salas de observação e contenção, carrinho de parada e referenciamento para hospital de apoio, nunca para as comunidades terapêuticas nos casos de internação involuntárias ou compulsórias.  

Moradia assistida

A moradia assistida é uma abordagem terapêutica que objetiva amenizar o isolamento social e proporcionar um ambiente que tem a liberdade como ponto chave da continuidade do tratamento.

Essa espécie de método terapêutico busca inserir o dependente químico em um lugar o mais semelhante possível à uma casa, no qual os pacientes possam conviver com os seus semelhantes nos moldes de uma família, conhecendo uns aos outros e frequentando o meio social normalmente, como ir ao trabalho ou estudar.

É um tipo de retaguarda profissional que o dependente em recuperação tem, que fica sempre em prontidão na ocasião em que surgirem situações causadoras de frustração diante da quebra das expectativas ou responsabilidades não cumpridas.

Os pacientes ou moradores são assistidos por profissionais, os quais têm a missão de prevenir recaídas e recuperar a dignidade do ser humano.

Essa equipe nos tipos de tratamento de dependentes químicos, em geral, é formada por assistente social, terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfermeiros e médicos. A formação dos profissionais varia de acordo com o programa adotado.

É importante destacar que tais ambientes são constituídos por regras e deveres repassados claramente para os que ali moram. 

É uma forma de desenvolver nos pacientes a consciência de responsabilidade e noção de convivência coletiva. A premissa é viver em família e cumprir os encargos.

Progressão da dependência química

O corpo e o organismo começam a se acostumar com as doses que o usuário ingere, visto que a maioria das drogas traz um hábito, o que com o tempo, causa uma sensação de insatisfação e diminui o prazer.

O que vai forçar a pessoa a aumentar a dose ou procurar outras drogas para voltar a ter a mesma satisfação. Essa disfunção vai causar um distúrbio no cérebro da pessoa, pois ele vai começar a entender que a droga é a sua única fonte de prazer.

Essa satisfação imediata faz com que o usuário deixe de lado outras atividades que antes eram interessantes, como a socialização, trabalhos, atividades físicas, estudos.

Depois que todas as outras fontes de prazer já não são mais importantes, perdendo o seu significado, um grande perigo pode ser apresentado. O consumo exagerado e sem controle vai aumentar o risco de contrair doenças ou ainda ter uma overdose, dependendo do tipo de substância.

A dependência química faz a pessoa acreditar que está sentindo muito prazer por conta das sensações no cérebro. Assim que o efeito passa, a ansiedade toma conta e a síndrome de abstinência começa a agir.

Conscientização e tratamento

Por conta de todos os fatores que são prejudiciais por conta do uso da droga, é muito importante ter conscientização do que está acontecendo.

O usuário precisa entender os malefícios que a droga traz para a sua vida, percebendo as alterações no organismo, transtornos psicológicos e afastamento das pessoas próximas.

O impacto pode ser sentido em todos ao redor, sejam amigos ou familiares. A alteração na vida do dependente químico é um fator que deve ser levado em consideração para que se possa começar a pensar em alternativas para se tratar.

Os espaços de uma clínica de recuperação são adequados para que o dependente químico encontre o tratamento adequado para a sua necessidade, com a ajuda profissional especializada.

Como solicitar o tratamento involuntário?

Quando a família consegue identificar o usuário de drogas ou alcoólatra, muito provavelmente que o nível da dependência esteja em um grau muito elevado.

Normalmente, com o passar do tempo, este nível de dependência apenas tende a aumentar, colocando em risco a vida do dependente e de todos que vivem a sua volta, principalmente se levarmos em conta que um dependente, quando dominado pelo vício e em uso da substância, não consegue dar um basta no consumo e, em sua maioria, perde o controle de seus atos, noções de realidade, da moralidade ou regras sociais.

O tratamento involuntário se faz necessário e correto para impedir o domínio das drogas ou álcool sobre o dependente, de maneira segura, profissional e eficaz.

Conscientizados da necessidade de intervenção para proteção da vida, não há tempo a perder. Com a incapacidade do dependente de tomar a decisão de aceitar ajuda ou de concretizar um tratamento voluntariamente para obter uma nova vida sem o domínio das drogas ou álcool, cabe aos responsáveis ou familiares a tomada de decisão.

Tratamento Involuntário (também referido pelos patrocinadores como tratamento assistido e por críticos como tratamento forçado), no contexto da medicina, refere-se a um tratamento médico realizado sem o consentimento do paciente. 

Em grande parte dos casos em Embu das Artes, refere-se ao tratamento psiquiátrico administrado a um indivíduo apesar das objeções deste. Estes são normalmente indivíduos que tenham sido diagnosticados com transtorno mental e (nos Estados Unidos) são considerados por um tribunal como um perigo para si ou para outras pessoas.

Este tipo de procedimento salva milhares de vidas todos anos por isso não deixe de ajudar, buscando clínicas de reabilitação de dependentes químicos e alcoólatras, você pode contar com nossa equipe que conta com unidades de recuperação em todo Brasil.

O médico avaliará o procedimento para te direcionar ao SUS onde você vai conseguir aia clínica de recuperação e involuntária gratuita, dentre outras coisas, se o estado mental do paciente oferece risco a si próprio ou a terceiros, a principal prerrogativa para uma internação involuntária.

Um dos problemas é que a avaliação do risco é subjetiva e depende do julgamento do profissional, que muitas vezes colide com a opinião da família.

Não deixe o problema se agravar o Grupo Casoto e as clínicas de recuperação Viva Vida contam com dezenas de clínicas de recuperação espalhadas pelo Brasil, atendendo de modo particular e através de convênio médico.

www.gruponovavida.com.br

Fale via WhatsApp: (11)94797-6909

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Conflito pela terra é causa de um terço das mortes de quilombolas

Em cinco anos, foram registrados 46 assassinatos, mostra relatório

De janeiro de 2019 a julho de 2024, 46 quilombolas foram assassinados em 13 estados do país. Além disso, de acordo com relatório da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), cerca de um terço dos casos tinha como contexto a disputa pela terra (34,7%).

O levantamento mostra também que em 29 dos registros (63%) as vítimas foram mortas com arma de fogo. Nesses casos, a Conaq destaca que muitas vítimas foram executadas com tiros na nuca ou na cabeça.

Outras duas partes chamam a atenção, pela brutalidade empregada: a de mortes provocadas por força física puramente, com golpes no corpo da vítima, como socos e chutes, e a de uso de maquinário pesado, que envolveram quatro e dois casos, respectivamente.

No que diz respeito à autoria dos crimes, aproximadamente metade (48%) dos suspeitos ou responsáveis identificados era ex-companheiros (21,2%), familiares ou conhecidos das vítimas (14,8%), vizinhos/posseiros/proprietários das terras em disputa (12,7%), membro de organização criminosa (6,38%), assaltante (4,26%) e policiais militares/agentes penitenciários (4,26%). As últimas categorias, conforme a Conaq, sugerem que diversos assassinatos foram encomendados.

Os estados que mais perderam quilombolas foram o Maranhão (14), a Bahia (10) e o Pará (4). Alagoas, Minas Gerais e Pernambuco tiveram três casos cada, assim como Goiás e o Tocantins, cada um com dois, e o Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, todos com um assassinato.

Ao comentar os dados apurados, a Conaq distingue como “situações de violência sistemática com assassinatos em série” homicídios ocorridos na região da Baixada Maranhense (Cedro, Fleixeiras, Santo Antonio) e nos quilombos de Rio dos Macacos e Pitanga dos Palmares, na Bahia. Outra situação de desumanidade, lembrada pela organização, foi a chacina que vitimou pessoas de uma mesma família, em novembro do ano passado em Jeremoabo, na Bahia.

O documento ainda revela que quatro em cada dez vítimas (42%) eram lideranças ou pessoas vinculadas a elas. Uma informação adicional sobre o perfil das pessoas que perderam a vida é a sua idade média, de 45 anos, o que mostra as dinâmicas de militância e de transmissão de conhecimento.

“Querendo ou não, é a juventude que mais toma a frente. Falo jovem como adulto de 30, 40, 50 anos. Porque os nossos ancestrais, os nossos mais velhos têm mais locais de orientação, instrução, espiritualidade e raramente estão ali na primeira linha que vai para o embate, que busca, sai da comunidade, que tem acesso a informações e tecnologias. Isso é um fator determinante”, explica Holdry Oliveira, liderança quilombola da comunidade Carrapatos da Tabatinga, em Minas Gerais.

“O principal impulsionador dos assassinatos de quilombolas é o conflito pela terra (aproximadamente 35% dos casos), seguido da violência doméstica/familiar (aproximadamente 24% dos casos). Nos casos em que os assassinatos ocorrem devido ao conflito por terra, na data do crime a maioria dos quilombos estava em fase de certificação, com processo de regularização fundiária aberto no Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], mas sem grandes avanços para obter a documentação. Outros territórios estavam em fase de autoidentificação como quilombo, iniciando o processo de certificação”, diz a entidade.

“Nos casos de conflito pela terra, a média de tempo decorrido entre a certificação e o assassinato é de aproximadamente 10 anos. Em outras palavras, o processo de titulação fica paralisado numa fase por uma década em média, enquanto a situação de violência e o conflito se intensificam e alcançam seu ponto mais trágico, o assassinato das lideranças. A paralisia dos órgãos competentes está na raiz das causas que geram parte significativa dos assassinatos”, acrescenta o relatório.

Fogo como tática

Além de ameaças de morte, intimidações por agentes privados e públicos de segurança, instalação de empreendimentos, registro de denúncia falsa e perseguição, uma das estratégias usadas contra os quilombolas é o incêndio criminoso, que, se não debelado a tempo, é capaz de destruir pertences e mesmo a moradia de muitos. Ao todo, foram contabilizadas oito ocorrências desse tipo pela Conaq, nos estados do Maranhão, da Bahia, do Tocantins, Espírito Santo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

“O fogo é uma das artimanhas que eles tentam usar para nos tirar do local que é nosso de fato, para que possam ocupar de outras maneiras”, diz Holdry.

Segundo a jovem líder, embora os quilombolas sofram diversas investidas, a forma como encaram a luta permite que, de certo modo, ainda deem a volta por cima. “O povo quilombola é muito unido. Infelizmente, quando a gente lida com outros, tentam achar nosso ponto fraco. Assim como atacar as terras com fogo, atacar um familiar, um primo, um parente mais próximo também é uma forma de desestruturar nossa luta. Quando a gente perde um líder, perde uma parte de nós, mas a luta continua e outros líderes nascem. Então, podem continuar nos assassinando, mas a nossa linhagem vai lutar, vai permanecer e persistir”, afirma.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC

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Violência matou 199 crianças e adolescentes no ano passado em SP

homicídios dolosos foram a principal causa das mortes

Em todo o ano passado, 206 pessoas entre zero e 19 anos morreram no estado de São Paulo paulista em decorrência de homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) ou lesão corporal seguida de morte. Os homicídios dolosos (intencionais) foram os maiores causadores dessas mortes, vitimando 199 crianças e adolescentes.

Os dados constam do estudo O impacto das múltiplas violações de direitos contra crianças e adolescentes – Uma análise intersetorial sobre as mortes violentas de crianças e adolescentes no estado de São Paulo de 2015 a 2022, divulgado na terça-feira (3), pelo Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, uma iniciativa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicf) e o governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania.

Entre os anos de 2015 e 2022, o estado de São Paulo contabilizou 2.539 mortes de meninas e meninos de até 19 anos vítimas de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. O ano de 2016 foi aquele com o maior número de mortes no período, somando 475 vítimas. Desde então, o registro de mortes violentas vinha caindo ano a ano em todo o estado, chegando a 209 mortes em 2021. No entanto, a tendência de queda foi interrompida em 2022, quando foram contabilizadas 213 mortes de crianças e adolescentes.

Nesse período também foram registradas 1.408 mortes de pessoas de até 19 anos em decorrência de intervenções policiais. Só no ano de 2023, por exemplo, foram notificadas 84 mortes de crianças e adolescentes nesse tipo de ocorrência. Isso representou aumento de 23% na comparação com o ano de 2022, quando contabilizaram 69 mortes em contextos de intervenção policial.

“Olhando para o cenário de São Paulo o que nos chama a atenção é que a tendência de queda da violência letal contra crianças e adolescentes, alcançada nos últimos anos, foi interrompida. Quando olhamos para latrocínio, homicídio e lesão seguida de morte, percebemos que os indicadores não diminuíram como estava ocorrendo, permanecendo estáveis. Quando olhamos para mortes em decorrência de intervenção policial, os números, que antes estavam em queda, voltaram a aumentar”, disse Adriana Alvarenga, chefe do escritório do Unicef em São Paulo, em entrevista à Agência Brasil.

“Vemos isso não somente no relatório que estamos lançando nesta semana, mas também no estudo que o Unicef lançou, com o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), em agosto”, acrescentou.

Perfil

Entre essas mortes violentas de crianças e adolescentes ocorridas entre os anos de 2015 e 2022, a maior parte das vítimas era do sexo masculino (84,2% dos casos) e tinha entre 15 e 19 anos de idade (87%).

As características de raça de crianças e adolescentes que morrem de forma violenta em São Paulo também são marcantes e importantes. Em 2022, por exemplo, 65,7% das vítimas do grupo homicídio eram pretas ou pardas.

Evasão escolar e pobreza

Para esse estudo, os pesquisadores analisaram as mortes violentas letais intencionais ocorridas em São Paulo entre os anos de 2015 e 2020 e que foram informadas nos Registros de Boletins de Ocorrência. Com base nesse registro, foi feita uma comparação com outras bases de dados, como o de matrícula escolar e do Cadastro Único dos Programas Sociais do governo federal (CadÚnico). A intenção foi traçar um perfil dessas crianças e adolescentes que morreram de forma violenta nos últimos anos no estado paulista.

Com base nessa comparação, o estudo concluiu que dois em cada três adolescentes que morreram de forma violenta no estado de São Paulo estavam fora da escola, ou seja, haviam abandonado os estudos. Outro dado alarmante apontado pelo relatório é que em 70% desses casos, a morte ocorreu entre um e dois anos depois da evasão escolar.

Já na comparação com os dados do CadÚnico, o relatório apontou que 88% dos mortos no período entre 2018 e 2020 estavam cadastrados em programas sociais ou de transferência de renda do governo federal, o que apontou que a maior parte deles vivia em situação de pobreza.

Outra comparação feita pelo estudo apontou que um terço dos adolescentes paulistas que são vítimas de violência letal era egressos da Fundação Casa. De um total de 3.165 crianças e adolescentes de até 19 anos que foram mortos entre os anos de 2015 e 2020 por homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal ou em decorrência de intervenção policial, 1.071 adolescentes tinham cumprido medida de internação na Fundação Casa, o que representa 29% do total de mortes.

Com base nessas comparações, o estudo concluiu que a violência letal é o último estágio de uma série de violações de direitos a que crianças e adolescentes estão submetidos e que melhorar as condições econômicas e educacionais, por exemplo, pode garantir a diminuição desses números de violência contra crianças e adolescentes. “Compreender os contextos de vulnerabilidade e fatores de exposição ao risco são aspectos primordiais para garantir que nenhuma vida seja perdida para este tipo de violência”, diz o estudo.

“Pela primeira vez, conseguimos mapear a trajetória desses meninos e meninas vítimas de violência letal no estado de São Paulo e evidenciamos algo que já falamos há bastante tempo: para enfrentar a violência letal é preciso ir além da segurança pública. É fundamental investirmos na garantia aos direitos básicos de cada criança e adolescente, como ir à escola, acessar o sistema de saúde e programas de assistência social”, disse Adriana Alvarenga, chefe do escritório do Unicef em São Paulo.

“Precisamos garantir, para cada menina e menino – principalmente os mais vulneráveis, o direito de estar na escola e aprendendo, de ter acesso a direito básicos como segurança alimentar, moradia, saúde, além de ser alcançado por políticas públicas eficientes quando se é um egresso das medidas socioeducativas. As informações do cruzamento são valiosas para que possamos traçar medidas de prevenção mais efetivas e olharmos a prevenção de violências a partir de uma ótica intersetorial”, acrescentou.

A Agência Brasil procurou a Secretaria de Segurança Pública para comentar esses dados, mas até este momento não obteve manifestação do órgão.

Edição: Aécio Amado

Fonte: EBC

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Conferência na BA proporá agência de desenvolvimento pan-africanista

Nesta sexta, debate abordou temas como reparação e memória

A Conferência da Diáspora Africana nas Américas, que ocorre na cidade de Salvador (BA) até este sábado (31), deve ter, como uma das propostas finais de encaminhamento, a criação de uma agência de desenvolvimento pan-africanista pela União Africana, tendo a capital baiana como sede.

A informação foi confirmada à Agência Brasil pelo professor e pesquisador Richard Santos, pró-reitor de extensão e cultura da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). A ideologia pan-africanista defende a união dos povos daquele Continente e dos seus descendentes em busca de direitos e contra o racismo.

“Em nossa mesa de trabalho, atuamos para a finalização da carta final da conferência. Os seus temas vão ser levados para o 9º Congresso Pan-Africano, no Togo, no mês de outubro. Vamos fazer a entrega dessa carta documento aos chefes de Estado que estarão em Salvador para o encerramento oficial da conferência”, explica. Está previsto para este sábado o encontro de chefes de estado da União Africana e da diáspora.

Salvador como capital

Nesta sexta-feira (30), o debate abordou temas como reparação, reconstrução e memória, particularmente sobre como conduzir no século 21 a reaproximação de África e por onde ocorreu a diáspora dos cidadãos daquele continente. “O Brasil é o principal país da diáspora fora da África, e Salvador como sua capital é um projeto de desenvolvimento, de aproximação, de relação multilateral”, explicou o pesquisador.

O professor da UFSB considerou o debate “primoroso” porque os membros das mais variadas delegações, de pelo menos 50 países, se debruçaram sobre temas relacionados às necessidades das populações negras e africanas, e afro-diaspóricas, numa perspectiva de “pensar o futuro”.

Reconstrução

Também nessa perspectiva de presente e futuro, o pesquisador e ativista Igor Prazeres, da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen), defendeu a posição da conferência de reconstrução das relações pan-africanistas tanto naquele continente como com os países para onde ocorreu a diáspora das Américas e do Caribe.

Prazeres entende que é necessário, nesse sentido, priorizar ações pela garantia de educação, cultura e memória. “Uma prioridade é a educação para que a gente possa reconstruir as relações pelo caminho da memória de forma que nossos saberes estejam nas escolas e nas universidades para que a gente possa formar professores na base da educação que possam já trabalhar com esse conceito mais amplo”.

O coordenador da Conen também defendeu a criação de uma instituição multilateral aproveitando a ocasião em que o Brasil está na presidência temporária do G-20. Por isso, ele entende que se trata de uma oportunidade de uma defesa enfática das comunidades tradicionais, incluindo os povos quilombolas, políticas para crianças e adolescentes, e discutir as ações policiais de guerra contra as drogas “que mais extermina nossa juventude”.

Ele entende que essas temáticas devem ser objetos de discussão no Congresso no Togo, em outubro. “Ainda há uma visão do eurocentrismo como uma matriz de conhecimento. Essa visão eurocêntrica de que o Brasil vive uma democracia racial ainda não foi vencida”, avalia.

Edição: Aécio Amado

Fonte: EBC

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