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Sono e direção: dormir no volante está entre as principais causas de acidentes nas rodovias no país

Segundo levantamento da Abramet, os acidentes sono e fadiga são a 3ª maior causa de acidentes de trânsito no país, ficando atrás apenas do uso de álcool e drogas ao volante e do excesso de velocidade

Cerca de 42% dos acidentes nas rodovias federais estão relacionados à sonolência. Essa é 3ª maior causa de acidentes de trânsito no país, ficando atrás apenas do uso de álcool e drogas ao volante (2ª) e excesso de velocidade (1ª). Os dados são do levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) que alerta para o perigo de dirigir com sono.

Ainda conforme o levantamento, 18% dos acidentes rodoviários envolvendo motoristas profissionais, portadores das carteiras de habilitação C, D e E, são causados por fadiga (18%). Juntos, a fadiga e sono representam 60% dos acidentes de trânsito.

Segundo a conselheira da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Leticia Pineschi, os horários com mais incidência de acidentes de trânsito por sonolência são durante a madrugada e no início da manhã.

“Os acidentes em geral acontecem no fim de tarde, no início da manhã e durante a noite com colisão na traseira ou desvio da pista. Em geral são acidentes que são causados por sonolência. Isso é muito comum em relação ao transporte de cargas, em relação ao transporte realizado por motoristas de carro de passeio, especialmente. Em geral, os condutores que não são profissionais ou que estão sob carga de trabalho excessiva, acabam sofrendo esse tipo de incidência ao extrapolar o seu limite de resistência”, explica.

Dentre as principais causas de sonolência ao volante e consequentemente dos acidentes de trânsito estão “o descanso inadequado do condutor – privação de sono ou dormir menos de oito horas por noite – e distúrbios do sono. Muitas pessoas sofrem de diversos distúrbios do sono e não têm consciência disso”, completa a conselheira.

Para evitar acidentes de trânsito por sono, Pineschi aconselha que os condutores devem fazer paradas para descanso durante a viagem.

“Ao menor sinal de sono, o motorista deve parar o veículo e descansar. Não adianta lutar contra isso, não adianta lutar contra o sono. O sono vai vencer e o motorista tem que descansar. Ele também tem que cuidar da alimentação e da saúde para que não tenha nenhum dos distúrbios do sono conhecidos. Esses distúrbios estão muito ligados a apneia, pressão alta, a problemas respiratórios que eventualmente nem mesmo a pessoa sabe que tem”, ressalta.

A conselheira ainda destaca a importância de manter uma boa qualidade do sono. “Uma boa qualidade do sono melhora toda a qualidade de vida da pessoa. Isso serve para quando todos os profissionais e para todas as pessoas. Quando você tem um sono saudável, um sono profundo, você permite um descanso adequado e você terá uma melhor qualidade no alerta e na atenção e no foco durante o desenvolvimento das tarefas do dia-dia”, diz.

Impactos dos Acidentes em Rodovias no Brasil

No Brasil, os índices demonstram um número elevado de acidentes rodoviários. Segundo o último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de 2014 a 2020, cerca de 280 mil acidentes de trânsito tiveram como motivação principal questões relacionadas à condição de saúde dos motoristas.

Conforme o levantamento, a falta de atenção ao volante responde por 215.401 dos acidentes registrados. Na sequência, vem a ingestão de bebida alcoólica. Entre o período, foram contabilizados pela PRF um total de 40.268 acidentes nas rodovias. A terceira condição de saúde que mais aparece no levantamento é o sono. Este fator motivou, segundo a PRF, 22.683 acidentes registrados nas rodovias. Ainda segundo a PRF em 2020, mais de 3% dos acidentes nas rodovias federais foram causados porque os motoristas dormiram ao volante

Programa Medicina do Sono

Desenvolvido para motoristas profissionais, o programa foi criado para melhorar a qualidade do alerta do motorista rodoviário, buscando tratar e identificar os distúrbios do sono. A iniciativa tem como objetivo reduzir o número de acidentes causados por sonolência nas rodovias brasileiras.

“Quando um motorista ingressa no quadro de uma empresa, ele passa por uma bateria de exames que visam identificar os fatores causadores dos distúrbios do sono, como pressão alta, diabetes, problemas respiratórios, apneia. Isso tudo é monitorado e ele dorme num laboratório de monitoramento do sono para que seja identificado qual é o cronotipo do motorista, se é diurno, vespertino ou noturno. Dessa forma, o motorista é escalado conforme a qualidade do seu alerta. Reduzindo a sonolência se reduz drasticamente o índice de sinistralidade numa empresa de transporte”, explica a conselheira da Abrati, Letícia Pineschi.

Fonte: Brasil61

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Mundo

Chef brasileiro é escolhido 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo

Título foi anunciado hoje durante encontro do G20 Turismo

O chef brasileiro Saulo Jennings é o 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo no mundo. O anúncio foi feito hoje (20) pelo secretário-geral do organismo internacional Zurab Pololikashvili durante encontro do G20 Turismo, em Belém, no Pará.

A ONU Turismo inaugurou escritório regional no Rio de Janeiro em dezembro de 2023 para impulsionar o setor em todo o continente americano.

O chef de cozinha é um dos principais expoentes da culinária amazônica. Nascido em Santarém, ele representará o Brasil como referência de valorização da comida inspirada na cultura alimentar da região do Tapajós.

Saulo Jennings destacou que o título é resultado não apenas do trabalho dele, mas também do esforço coletivo de sua comunidade. “Esse prêmio é um reconhecimento de um trabalho de longo prazo, não só meu, mas de todos que cuidam da nossa comida e da produção dos nossos peixes, sempre respeitando a floresta. Também é uma vitória para a comida regional, que antes era vista como simples, mas agora mostra que pode ocupar um espaço de destaque na alta gastronomia”, ressaltou ao ser agraciado com o título.

Ele lembra que a gastronomia movimenta não só o turismo, mas diversos elos produtivos da economia, beneficiando cerca de 300 famílias. “São desde os pescadores até os cozinheiros que preparam os pratos, ciclo que gera emprego e renda para população local. E é assim que conseguimos promover desenvolvimento sustentável nessa importante região do país”, explicou.

Dados do Ministério do Turismo apontam que mais de 95% dos visitantes internacionais avaliam positivamente a culinária local, reforçando o papel da gastronomia como um dos principais atrativos turísticos e contribuindo para o fortalecimento da economia e do turismo nacional.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, comemorou o título que dará visibilidade internacional à gastronomia brasileira e, principalmente, da Região Norte. “O chef Saulo está revolucionando a Amazônia e, agora, vai levar toda essa potencialidade gastronômica para o mundo. Nossa culinária é riquíssima e com alto poder de atrair turistas”, enfatizou o ministro.

O chef Saulo participou do painel “Cozinha Global e Turismo Gastronômico” nesta sexta-feira (20) durante o G20 Turismo. Moderado pela jornalista Daniela Filomeno, o encontro fomentou discussões relevantes sobre o impacto desse segmento no cenário mundial.

Edição: Érica Santana

Fonte: EBC

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Mundo

Deputado Glauber Braga é detido durante desocupação da Uerj

Policiais usaram bombas de efeito moral e alunos revidaram com pedras

Após 56 dias de ocupação, os estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram retirados do Pavilhão João Lyra Filho, principal prédio do Campus Maracanã. Eles descumpriram o prazo dado pela Justiça para que saíssem do edifício e, com autorização judicial, a Polícia Militar entrou no local para retirá-los.

Houve confronto, policiais usaram bombas de efeito moral, estudantes revidaram com pedras. Estudantes chegaram a ser detidos. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) também foi detido,ao defender os estudantes.

Em nota, a reitoria da Uerj confirmou que, na tarde desta sexta-feira (20), foi concluída a desocupação do Pavilhão João Lyra Filho e assinada a reintegração de posse dos espaços da Uerj. Segundo a reitoria, a maior parte dos grupos da ocupação “evadiu-se antes que os agentes pudessem identificá-los. Outros, no entanto, foram detidos e levados para registro de ocorrência, visto que se encontravam em descumprimento de decisão judicial”.

A reitoria diz ainda que “lamenta profundamente que, apesar de todos os esforços de negociação – oito reuniões com entidades representativas dos estudantes e audiência de conciliação com a juíza do Tribunal de Justiça – a situação tenha chegado a esse ponto de intransigência por parte dos grupos extremistas da ocupação”.

Pelas redes sociais, os estudantes manifestaram indignação com a atitude da reitoria. “É absurdo, é autoritário, e só se viu ação assim durante a ditadura militar”, dizem em publicação e complementam em outra: “a reitoria da Uerj deu ordens para o choque retirar estudantes pobres de dentro da universidade”.

Em nota, o PSOL se manifestou sobre a prisão de Braga. “A prisão do deputado federal do PSOL Glauber Braga se deu de modo arbitrário e ilegal, quando nosso parlamentar tentava negociar uma solução pacífica para a reintegração de posse do Pavilhão João Lyra Filho”.

O partido informou ter acionado o departamento jurídico para avaliar as medidas cabíveis contra o estado do Rio de Janeiro.

Na ação, um policial se feriu enquanto manuseava os próprios equipamentos e acabou sendo levado para o hospital.

Reivindicações

Os estudantes protestam contra mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. Eles pedem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que estabelece, entre outras medidas, que o auxílio alimentação passará a ser pago apenas a estudantes cujos cursos tenham sede em campi que ainda não disponha de restaurante universitário. O valor do auxílio alimentação será de R$ 300, pago em cotas mensais, de acordo com a disponibilidade orçamentária.

Além disso, ato da Uerj estabelece como limite para o recebimento de auxílios e Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social ter renda familiar, por pessoa, bruta igual ou inferior a meio salário mínimo vigente no momento da concessão da bolsa. Atualmente, o valor é equivalente a até R$ 706. Para receber auxílios, a renda precisa ser comprovada por meio do Sistema de Avaliação Socioeconômica.

As novas regras, segundo a própria Uerj, excluem mais de 1 mil estudantes, que deixam de se enquadrar nas exigências para recebimento de bolsas.

A Uerj informa ainda que as bolsas de vulnerabilidade foram criadas no regime excepcional da pandemia e que o pagamento delas foi condicionado à existência de recursos. De acordo com a universidade, os auxílios continuam sendo oferecidos para 9,5 mil estudantes, em um universo de 28 mil alunos da Uerj, e que todos os que estão em situação de vulnerabilidade continuam atendidos.

Regras de transição

Ao longo da ocupação, houve confrontos entre estudantes e universidade. Tanto a reitoria quanto os estudantes alegaram falta de espaço para negociações. A Uerj não recuou no ato, mas estabeleceu uma transição até que as novas regras passem a vigorar.

Entre as medidas de transição estão o pagamento de R$ 500 aos estudantes que deixam de se enquadrar nas regras da Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social, o pagamento de R$ 300 de auxílio-transporte e tarifa zero no restaurante universitário ou auxílio-alimentação de R$ 300 nos campi sem restaurante. As medidas são voltadas para estudantes em vulnerabilidade social com renda per capita familiar acima de 0,5 até 1,5 salário mínimo e valem até dezembro.

Sem negociação, o caso acabou judicializado. No último dia 17, foi realizada uma audiência de conciliação, mas não houve acordo. A juíza determinou a desocupação da universidade, mas garantiu aos estudantes o direito à reivindicação. “Deve ser preservado o direito de reivindicação, devendo, contudo, os alunos, exercer tal direito nos halls existentes nos andares do prédio no período compreendido entre 22h e 6h da manhã, sem qualquer obstáculo ao regular funcionamento da universidade. Os demais espaços que os alunos pretendam ocupar devem ser submetidos à prévia aprovação da reitoria”, diz a decisão.

A juíza também agendou para o dia 2 de outubro uma nova audiência especial, com o objetivo de buscar um acordo sobre os valores das bolsas de estudo e dos demais auxílios.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC

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Polícia Federal prende 31 candidatos em 10 estados

Agentes cumpriram mandados de prisão em aberto

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