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Empresas investem em ampliação da capacidade, filtragem e empilhamento a seco de rejeitos

Animados pelos preços, os produtores brasileiros de minério de ferro voltaram a investir em projetos de expansão, principalmente nos estados de Minas Gerais e Bahia

Animados pelos preços – que apesar da baixa ainda se encontram em níveis remuneradores – e pelas perspectivas de manutenção da demanda, sobretudo para o chamado minério Premium, os produtores brasileiros de minério de ferro voltaram a investir em projetos de expansão, principalmente nos estados de Minas Gerais e Bahia.

Uma caraterística importante nesses projetos é que todos estão partindo para a utilização da tecnologia de filtragem e empilhamento a seco dos rejeitos, prescindindo das barragens de rejeitos, que têm sido o “Calcanhar de Aquiles” da indústria mineral nos últimos, notadamente dos produtores de minério de ferro, por conta dos acidentes de Mariana e Brumadinho, que ainda geram muitos danos sobre a reputação do setor. Paralelamente, as empresas estão investindo expressivos recursos financeiros nos programas de descaracterização das barragens de rejeito que foram desativadas. Só a Vale, maior produtor brasileiro e mundial de minério de ferro, pretende investir US$ 4,36 bilhões, até 2035, para concluir o processo de descaracterização de 23 barragens de rejeitos construídas pelo método a montante, de um total de 30 estruturas que a empresa possui com essa característica, lembrando que esse tipo de barragem está banido por lei no Brasil.

Em Minas Gerais, os principais projetos de aumento da capacidade de produção de minério de ferro estão sendo conduzidos pela CSN, Vale, Anglo American, Itaminas, ArcelorMittal, Gerdau, grupo AVG, Mineração Morro do Ipê e Mineração Herculano. Outro importante investimento no estado é o da Samarco, mas neste caso para retomar sua capacidade produtiva instalada, que havia sido suspensa por conta do acidente de Mariana. Já no estado da Bahia, que se tornou produtor de minério de ferro há pouco tempo, o principal empreendimento é o da BAMIN.

CSN quer chegar a 108 milhões t/ano

A CSN Mineração tem um plano de negócios que contempla a expansão de sua capacidade de produção de um volume de 34 milhões t, em 2022, para 108 milhões t/ano em 2032, não incluindo minério adquirido de terceiros. Recentemente, no entanto, a CSN decidiu mudar o cronograma do seu plano de expansão da capacidade. A Fase 1 de seu plano, que vai de 2022 a 2027, prevê investimentos de R$ 13,8 bilhões, visando elevar a capacidade de produção de 34 milhões para 68 milhões t, incluindo compras de terceiros. Essa fase inclui seis projetos: Recuperação de Ultrafinos, com volume de produção de 1 milhão t/ano de minério com 66% Fe, cujo start-up deverá ocorrer no quarto trimestre de 2024; Itabirito P15, capacidade de 15 milhões t/ano de minério com 67% Fe, com início de produção no final de 2025; Recuperação dos Rejeitos da barragem de Pires, para o qual se prevê capacidade de 1,5 milhão t/ano de minério com 65% Fe, com start up também no final de 2025; Recuperação de Rejeitos da Barragem B4, com capacidade prevista de 2,5 milhões t/ano de minério com 66% Fe, a iniciar operação no segundo trimestre de 2025; Itabirito P4 , no qual se prevê uma produção de 4,4 milhões t/ano de minério com 65% Fe a partir do segundo trimestre de 2026; e, finalmente, o projeto Recuperação de Finos de CdP, no qual devem ser produzidas 2,5 milhões t/ano de minério com 66% Fe com start-up no primeiro trimestre de 2028.

Com estes projetos, a CSN Mineração acrescentará 26,9 milhões de toneladas à sua capacidade própria atual. Para ajudar a custear a implantação dos projetos, a empresa fechou um acordo de fornecimento de 13 milhões t/ano de minério por um período de quatro anos, mediante um pré-pagamento de até US$ 500 milhões. Assim como outros players do segmento de minério de ferro, a CSN Mineração também está focada na melhoria da qualidade de seus produtos, para obtenção de melhores preços no mercado internacional, que está premiando os minérios de mais alto teor de ferro e mais baixos níveis de contaminantes como sílica e alumina.

Vale aposta no aumento da produção de pellet feed

A Vale, que tem como meta elevar sua produção total de minério de ferro para um volume entre 340 e 360 milhões de toneladas por ano, está desenvolvendo, no Sistema Sudeste, soluções para aumentar a produção de pellet feed, implantando instalações de filtragem de rejeitos e empilhamento a seco.

Em Minas Gerais, o principal projeto da empresa é o Maximização de Capanema, uma unidade que operou no passado, o qual envolve investimentos de US$ 913 milhões e consiste na reabertura das instalações e aquisição de novos equipamentos, além da construção de uma esteira transportadora de longa distância, bem como ajustes nos pátios de Timbopeba, totalizando investimentos de US$ 913 milhões. O início das operações está previsto para o segundo semestre de 2024, com capacidade de produção por umidade natural (sem geração de rejeitos) de 18 milhões de toneladas/ano. Nos primeiros anos, o projeto adicionará capacidade líquida de 14 milhões t/ano, a serem expedidas pelo site de Timbopeba.

Anglo American investe em planta de filtragem A Anglo American está investindo em uma planta de filtragem de rejeitos em Conceição do Mato Dentro, que terá capacidade para 24,5 milhões t/ano e uma planta de processo com capacidade de 31 milhões t/ ano, com o objetivo de aumentar a vida útil da barragem. O montante de investimentos previsto para este empreendimento é da ordem de US$ 758 milhões e a previsão de conclusão é 2026. A empresa também está implantando uma instalação de Recleaner e equipamentos Vertmill (moinhos verticais), visando aumentar sua capacidade de produção em 1,7 milhão t/ano. Os investimentos previstos são de US$ 153 milhões e a expectativa de conclusão é 2025.

Veja a matéria completa na edição 433 de Brasil Mineral

Fonte: Brasil61

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Chef brasileiro é escolhido 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo

Título foi anunciado hoje durante encontro do G20 Turismo

O chef brasileiro Saulo Jennings é o 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo no mundo. O anúncio foi feito hoje (20) pelo secretário-geral do organismo internacional Zurab Pololikashvili durante encontro do G20 Turismo, em Belém, no Pará.

A ONU Turismo inaugurou escritório regional no Rio de Janeiro em dezembro de 2023 para impulsionar o setor em todo o continente americano.

O chef de cozinha é um dos principais expoentes da culinária amazônica. Nascido em Santarém, ele representará o Brasil como referência de valorização da comida inspirada na cultura alimentar da região do Tapajós.

Saulo Jennings destacou que o título é resultado não apenas do trabalho dele, mas também do esforço coletivo de sua comunidade. “Esse prêmio é um reconhecimento de um trabalho de longo prazo, não só meu, mas de todos que cuidam da nossa comida e da produção dos nossos peixes, sempre respeitando a floresta. Também é uma vitória para a comida regional, que antes era vista como simples, mas agora mostra que pode ocupar um espaço de destaque na alta gastronomia”, ressaltou ao ser agraciado com o título.

Ele lembra que a gastronomia movimenta não só o turismo, mas diversos elos produtivos da economia, beneficiando cerca de 300 famílias. “São desde os pescadores até os cozinheiros que preparam os pratos, ciclo que gera emprego e renda para população local. E é assim que conseguimos promover desenvolvimento sustentável nessa importante região do país”, explicou.

Dados do Ministério do Turismo apontam que mais de 95% dos visitantes internacionais avaliam positivamente a culinária local, reforçando o papel da gastronomia como um dos principais atrativos turísticos e contribuindo para o fortalecimento da economia e do turismo nacional.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, comemorou o título que dará visibilidade internacional à gastronomia brasileira e, principalmente, da Região Norte. “O chef Saulo está revolucionando a Amazônia e, agora, vai levar toda essa potencialidade gastronômica para o mundo. Nossa culinária é riquíssima e com alto poder de atrair turistas”, enfatizou o ministro.

O chef Saulo participou do painel “Cozinha Global e Turismo Gastronômico” nesta sexta-feira (20) durante o G20 Turismo. Moderado pela jornalista Daniela Filomeno, o encontro fomentou discussões relevantes sobre o impacto desse segmento no cenário mundial.

Edição: Érica Santana

Fonte: EBC

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Deputado Glauber Braga é detido durante desocupação da Uerj

Policiais usaram bombas de efeito moral e alunos revidaram com pedras

Após 56 dias de ocupação, os estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram retirados do Pavilhão João Lyra Filho, principal prédio do Campus Maracanã. Eles descumpriram o prazo dado pela Justiça para que saíssem do edifício e, com autorização judicial, a Polícia Militar entrou no local para retirá-los.

Houve confronto, policiais usaram bombas de efeito moral, estudantes revidaram com pedras. Estudantes chegaram a ser detidos. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) também foi detido,ao defender os estudantes.

Em nota, a reitoria da Uerj confirmou que, na tarde desta sexta-feira (20), foi concluída a desocupação do Pavilhão João Lyra Filho e assinada a reintegração de posse dos espaços da Uerj. Segundo a reitoria, a maior parte dos grupos da ocupação “evadiu-se antes que os agentes pudessem identificá-los. Outros, no entanto, foram detidos e levados para registro de ocorrência, visto que se encontravam em descumprimento de decisão judicial”.

A reitoria diz ainda que “lamenta profundamente que, apesar de todos os esforços de negociação – oito reuniões com entidades representativas dos estudantes e audiência de conciliação com a juíza do Tribunal de Justiça – a situação tenha chegado a esse ponto de intransigência por parte dos grupos extremistas da ocupação”.

Pelas redes sociais, os estudantes manifestaram indignação com a atitude da reitoria. “É absurdo, é autoritário, e só se viu ação assim durante a ditadura militar”, dizem em publicação e complementam em outra: “a reitoria da Uerj deu ordens para o choque retirar estudantes pobres de dentro da universidade”.

Em nota, o PSOL se manifestou sobre a prisão de Braga. “A prisão do deputado federal do PSOL Glauber Braga se deu de modo arbitrário e ilegal, quando nosso parlamentar tentava negociar uma solução pacífica para a reintegração de posse do Pavilhão João Lyra Filho”.

O partido informou ter acionado o departamento jurídico para avaliar as medidas cabíveis contra o estado do Rio de Janeiro.

Na ação, um policial se feriu enquanto manuseava os próprios equipamentos e acabou sendo levado para o hospital.

Reivindicações

Os estudantes protestam contra mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. Eles pedem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que estabelece, entre outras medidas, que o auxílio alimentação passará a ser pago apenas a estudantes cujos cursos tenham sede em campi que ainda não disponha de restaurante universitário. O valor do auxílio alimentação será de R$ 300, pago em cotas mensais, de acordo com a disponibilidade orçamentária.

Além disso, ato da Uerj estabelece como limite para o recebimento de auxílios e Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social ter renda familiar, por pessoa, bruta igual ou inferior a meio salário mínimo vigente no momento da concessão da bolsa. Atualmente, o valor é equivalente a até R$ 706. Para receber auxílios, a renda precisa ser comprovada por meio do Sistema de Avaliação Socioeconômica.

As novas regras, segundo a própria Uerj, excluem mais de 1 mil estudantes, que deixam de se enquadrar nas exigências para recebimento de bolsas.

A Uerj informa ainda que as bolsas de vulnerabilidade foram criadas no regime excepcional da pandemia e que o pagamento delas foi condicionado à existência de recursos. De acordo com a universidade, os auxílios continuam sendo oferecidos para 9,5 mil estudantes, em um universo de 28 mil alunos da Uerj, e que todos os que estão em situação de vulnerabilidade continuam atendidos.

Regras de transição

Ao longo da ocupação, houve confrontos entre estudantes e universidade. Tanto a reitoria quanto os estudantes alegaram falta de espaço para negociações. A Uerj não recuou no ato, mas estabeleceu uma transição até que as novas regras passem a vigorar.

Entre as medidas de transição estão o pagamento de R$ 500 aos estudantes que deixam de se enquadrar nas regras da Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social, o pagamento de R$ 300 de auxílio-transporte e tarifa zero no restaurante universitário ou auxílio-alimentação de R$ 300 nos campi sem restaurante. As medidas são voltadas para estudantes em vulnerabilidade social com renda per capita familiar acima de 0,5 até 1,5 salário mínimo e valem até dezembro.

Sem negociação, o caso acabou judicializado. No último dia 17, foi realizada uma audiência de conciliação, mas não houve acordo. A juíza determinou a desocupação da universidade, mas garantiu aos estudantes o direito à reivindicação. “Deve ser preservado o direito de reivindicação, devendo, contudo, os alunos, exercer tal direito nos halls existentes nos andares do prédio no período compreendido entre 22h e 6h da manhã, sem qualquer obstáculo ao regular funcionamento da universidade. Os demais espaços que os alunos pretendam ocupar devem ser submetidos à prévia aprovação da reitoria”, diz a decisão.

A juíza também agendou para o dia 2 de outubro uma nova audiência especial, com o objetivo de buscar um acordo sobre os valores das bolsas de estudo e dos demais auxílios.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC

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Polícia Federal prende 31 candidatos em 10 estados

Agentes cumpriram mandados de prisão em aberto

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