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Mineração atrai só 0,9% dos investimentos do setor financeiro

Talk Show como o Brasil pode se tornar líder da oferta de minerais cruciais para a transição energética

No Talk Show ocorrido no primeiro dia da Exposibram Amazônia, para debater a impulsão da economia verde para o Brasil se tornar líder da oferta de minerais cruciais para a transição energética no mundo, o diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, disse que para isto acontecer o Brasil precisa estruturar uma política nacional para expandir a produção de minerais estratégicos para a transição a uma economia de baixo carbono; ampliar o conhecimento geológico do território; evitar o aumento de custos que prejudicam a competitividade do setor, a exemplo da criação de taxas por estados e municípios; estabelecer linhas de financiamento adequadas às características do setor; ampliar a captação de recursos pelas mineradoras no mercado de capitais. “O setor financeiro aporta R$ 2,1 trilhões em atividades produtivas no Brasil, porém apenas 0,9% desse total é voltado à mineração, um dos três principais setores econônomicos do Brasil. É uma discrepância que precisa ser superada”, disse Jugmann.

Participaram do debate Ana Paula Bittencourt secretária-adjunta da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale, Rohitesh Dhawan, CEO do ICMM, Ana Cabral-Gardner, CEO da Sigma Lithium, e Jamile Cruz, Country Manager da Rio Tinto. O encontro foi mediado por Raul Jungmann. Para o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, o mundo passará por uma mudança, onde as mineradoras serão as novas majors. “Sem minérios na base, não vai acontecer nada. Seja minério de ferro, cobre, níquel, lítio. Mas isso já é fato”, afirmou.

No Brasil, um dos entraves é o preço da energia, que precisa se tornar mais competitivo para o setor empresarial. Bartolomeo disse que o preço do gás natural é pouco competitivo, ou seja, muito elevado no Brasil em comparação com países como Arábia Saudita e Omã. “Tem que haver uma substituição, uma transição do gás natural para o hidrogênio. Tenho certeza que o Brasil vai ser a maior potência de energia limpa do mundo”, disse o presidente da Vale.

A Vale consome 500 milhões de litros de diesel nas ferrovias e outros 500 milhões de litros são utilizados nos caminhões. O objetivo da mineradora é substituir esse volume por hidrogênio e etanol. Em termos de energia limpa, disse Bartolomeo, o Brasil “está andando bem em todos os lados. A bola está na marca do pênalti. Cabe à gente, como sociedade, se organizar, criar condições para o hidrogênio alavancar, aproveitar o gás natural, ou seja, está na nossa mão (ampliar as fontes de energia limpa)”, disse.

Para Ana Cabral, da Sigma, a energia limpa é a única possibilidade de o Brasil elevar a qualidade de vida do povo, eliminar a miséria do país, é algo único. “Fazemos tudo (a produção) verde. Ninguém faz isso ‘verde’. É um conceito de produção cujo momento chegou”. Para a executiva, a mineração do Brasil precisa mudar o foco de seu planejamento. “O grande ponto é que o ‘tempo regulatório’ tem que ‘sair do tempo geológico’. Antes, o cliente era a indústria de base, mais letárgica, mais lenta. Temos que ir para o ‘tempo tecnológico’, porque o nosso cliente é a indústria de tecnologia. Quem fabrica baterias de carros são essas indústrias. Elas evoluem, inovam, usam novos materiais de modo muito rápido e temos que nos adequar a essas mudanças”, disse.

Jamile Cruz abordou o caráter sustentável e responsável da moderna mineração. “Agora, o sentimento é muito real, de necessidade de mudança, de necessidade de renovação, de necessidade de fazer algo diferente. A Rio Tinto tem novo propósito de criar novas formas, de prover materiais que o mundo precisa e estamos exatamente nesta pegada de repensar os modos como a gente opera através da inovação, da inclusão, de um pensamento renovado de como a gente lida com as comunidades, um processo de olhar para dentro, olhar para fora, e entender a nossa participação na sociedade, que é muito além de ser gerador de emprego, muito além de ser produtor de minério de ferro, de alumínio”.

Já Rohitesh Dhawan, do ICMM, disse que a mineração precisa estabelecer uma relação com a sociedade e priorizar os interesses das pessoas em primeiro lugar. “A mineração no Brasil apresenta vantagens ao ter abundância de minérios estratégicos para a transição energética; exerce a atividade com sustentabilidade e tem energia verde à disposição; e mantém relações diplomáticas e comerciais com todo o mundo, o que favorece a evolução de sua economia”.

Por último, Ana Paula, do MME, abordou desafios do setor mineral relacionados ao licenciamento ambiental e ao financiamento dos projetos do setor. “O MME atua junto ao Senado Federal para que a mineração seja inserida no projeto de lei sobre o novo licenciamento ambiental. E o ministério também avalia novos mecanismos de financiamento para a mineração”.

Fonte: Brasil61

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Política

São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo

Dados de pesquisa da Nexus também revelam que para a maioria dos paulistanos o prato feito, o famoso “PF”, é o prato que é a cara de São Paulo

São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo

Uma pesquisa que investigou os hábitos alimentares dos paulistas revelou que os homens comem mais fora de casa do que as mulheres. Elas, por outro lado, pedem comida por aplicativo com mais frequência do que os homens em São Paulo. O resultado compõe uma pesquisa inédita denominada “Sabores de São Paulo”, da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

O levantamento mostrou que 52% dos homens paulistas têm o hábito de almoçar ou jantar fora de casa, enquanto o percentual fica em 42% entre as mulheres. A média geral do estado é de 47%. No que diz respeito a optar pelo delivery, o serviço é mais utilizado por 55% das mulheres e por 48% dos homens.

O diretor de Pesquisa da Nexus, André Jácomo, aponta que o resultado evidencia aspectos sociais, econômicos e também culturais da sociedade, considerando a falta de afinidade dos homens no preparo do alimento, por isso optam por comer em restaurantes. Com relação às mulheres optarem por delivery, Jácomo diz que pode ser pelo acumulo de funções, e pedir por app facilita a rotina desse público.

“Os homens no Brasil, de modo geral, são menos treinados em relação ao preparo da comida, a fazer sua própria comida em casa do que as mulheres, que é uma questão cultural de fato. E o fato das mulheres, em São Paulo, estarem pedindo mais comida por aplicativo, tem a ver com esse conjunto de tarefas que as mulheres acumulam. Casa que acumulam nas suas rotinas em que pedir uma comida por aplicativo acaba sendo uma solução mais rápida para dar conta de uma série de tarefas das suas rotinas”, aponta André Jácomo.

No recorte geográfico do próprio estado de São Paulo, o levantamento também aponta que existem diferenças nos hábitos alimentares entre moradores da capital e do interior. Dessa forma, 54% daqueles que moram na capital costumam comer mais fora, enquanto o percentual fica em 42% entre os moradores do interior. Já na região metropolitana, são 49% os que fazem refeições fora de casa.

 

Ainda sobre delivery, a média geral de São Paulo é de 52% e chega a 75% entre os jovens de 16 a 24 anos. Assim como comer fora de casa, pedir comida por aplicativo também é um hábito comum para 72% de quem ganha mais de cinco salários mínimos e mais frequente entre moradores da região metropolitana (57%) e da capital paulista (55%), do que do interior (48%).

André avalia que a diferença entre os hábitos de quem mora na capital e no interior tem relação com a dinâmica do cotidiano dos trabalhadores da capital paulista.

“Tem muito a ver com a dinâmica da cidade, tem a ver com o fato de que muitas pessoas acabam tendo que comer fora de casa porque comem perto do trabalho, por conta dos deslocamentos, é uma questão que a pesquisa mostra aqui nos seus resultados”, diz.

A frequência de pedidos de comida em casa também foi analisada pelos pesquisadores da Nexus. Os dados revelam, portanto, que cerca de um terço dos paulistas come fora, sendo 35%, e 31% pede comida em casa de duas a três vezes na semana. Os outros 28% dos moradores de SP usam o delivery uma vez por semana e 20% comem na rua nessa mesma frequência. Além disso, apenas 11% dos paulistas comem fora todos os dias e só 2% pedem comida diariamente.

Qual é o prato que é a cara dos paulistas?

O levantamento investigou, ainda, a relação dos paulistas com as comidas típicas da região. Na hora de responder qual o principal prato que é a cara de São Paulo, 32% dos respondentes elegeram o prato feito, o famoso “PF”. A combinação, entretanto, não significa sempre o mesmo prato, mas uma refeição completa e fácil de encontrar tanto em um estabelecimento simples como em um sofisticado. Geralmente, o PF é composto por arroz, feijão, uma proteína, salada e um acompanhamento. Dessa forma, o prato feito foi escolhido na capital por 38%, no interior de São Paulo por 30% e na região metropolitana por 27% dos paulistas como o principal representante do estado.

O arroz birobiro ficou em segundo lugar, sendo a escolha de 11% dos respondentes. Em seguida, virado à paulista e feijoada empataram na terceira colocação, com 10% cada. Com relação à região, o virado à paulista é a 2ª opção mais popular entre os paulistanos, porém ficou em 3º lugar na região metropolitana e no interior. Já o vice-campeão no interior, o arroz birobiro ficou em 4º lugar nas outras regiões.


Fonte: NEXUS

Entre os outros pratos apontados pelos paulistas estão churrasco grego, que ficou em 4º lugar no interior e 5º na região metropolitana, com 7% dos votos, ocupa apenas a 10ª posição entre os moradores da capital. Já quem vive na cidade de São Paulo considera a pizza a 5ª maior representante do estado, escolha de 8% dos moradores. Na região metropolitana, 6%, e no interior, 5%, a pizza ocupa a 7ª posição.

A pesquisa

A Nexus entrevistou 2.027 cidadãos face-a-face, com idade a partir de 16 anos do estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada entre os dias 09 e 12 de março de 2025.

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Política

TV 3.0: Ministério das Comunicações recebe primeiros protótipos de antena e de conversor

Aparelhos foram apresentados pela primeira vez no maior evento mundial do setor de radiodifusão

TV 3.0: Ministério das Comunicações recebe primeiros protótipos de antena e de conversor

O secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, participou, na manhã do último domingo (6), em Las Vegas (EUA), da apresentação dos primeiros protótipos da antena e do conversor da TV 3.0. A demonstração foi conduzida pelo coordenador do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raymundo Barros, durante um painel na NAB Show — o maior evento de radiodifusão do mundo.

Ele também abordou uma das principais dúvidas a respeito do tema: o custo desses equipamentos para o telespectador. “Muito se fala em preços elevados, que vai encarecer demais a experiência de ver TV, mas é bom que, aqui, possamos desmistificar tudo isso”, complementou o secretário.

O presidente do Fórum SBTVD, Raymundo Barros, explicou que os custos serão acessíveis e não prejudicarão a experiência do telespectador. “Não pode ser caro no longo prazo — e não vai ser. Os primeiros produtos podem, sim, ter um custo um pouco mais alto no início, mas depois os preços caem rápido com a grande escala. A tendência é que os preços despenquem em um ano”, disse Raymundo.

O Fórum SBTVD é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para desenvolver a TV digital no Brasil. A entidade foi criada em 2006 por meio de decreto presidencial e reúne representantes de empresas e organizações ligadas à radiodifusão.

A exemplo do que ocorreu na migração do sinal de TV analógico para o digital, existe a necessidade inicial de um conversor para usufruir da TV 3.0. A expectativa é que, futuramente, novos televisores já venham de fábrica com suporte a essa nova tecnologia.

Wilson Wellisch afirmou que o governo estuda a possibilidade de entregar os equipamentos gratuitamente para famílias de baixa renda.

TV 3.0

A TV 3.0 é um novo padrão que promete revolucionar a TV aberta, integrando totalmente os canais à internet. Não haverá mais canais numéricos, mas apenas aplicativos nos aparelhos. A migração será gradativa, com início nas grandes capitais.

A navegação será mais interativa e inovadora, feita exclusivamente por aplicativos, substituindo o sistema tradicional por números. Isso permitirá que os canais ofereçam, além do conteúdo transmitido ao vivo, opções sob demanda — como séries, jogos ou programas diversos.

A qualidade da imagem irá, no mínimo, quadruplicar. O padrão atual, com TV digital em Full HD, passará para 4K ou até 8K. Haverá mais informações por espaço, o que aprimora cor, nitidez e contraste, com o uso de tecnologias como HDR (High Dynamic Range). Com som imersivo, o telespectador terá a sensação de estar dentro do ambiente exibido na tela.

Com informaçõe do MCom

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Política

9 em cada 10 brasileiros contam com acesso à telefonia móvel

Dado é da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Levantamento revela ainda que a maioria da população com acesso à telefonia móvel reside em capitais e regiões metropolitanas.

9 em cada 10 brasileiros contam com acesso à telefonia móvel

Nove em cada 10 brasileiros possuem acesso à telefonia móvel, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O número reforça os avanços do Ministério das Comunicações na ampliação do acesso e na melhoria dos serviços de telefonia em todo o país.

Entre esses avanços promovidos, está a expansão da internet banda larga de qualidade, que tem incluído digitalmente milhões de brasileiros.

O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Hermano Tercius, celebra o avanço conquistado pela Pasta e destaca o trabalho diário do Ministério para ampliar o acesso para mais regiões do país.

“É algo que a gente tem que comemorar, mas sabendo também que temos um grande desafio para frente. Esses 7% aí dos domicílios, das pessoas também, são um trabalho nosso do dia a dia. Nós trabalhamos todo dia para ampliar para todas as pessoas do país, para não deixar ninguém para trás. Então, ainda temos esse desafio do 7%. Agora, o principal desafio é evoluir nos outros indicadores da conectividade significativa, que é levar o letramento digital, que é garantir também a qualidade dessa conectividade em todas as regiões, também propiciar uma conectividade com dispositivos adequados para a população e também uma conectividade com segurança”, afirma.

Ainda de acordo com o levantamento, a maioria da população com acesso à telefonia móvel reside em capitais e regiões metropolitanas. Os dados indicam também que mais de 4,3 mil municípios brasileiros já possuem infraestrutura de fibra óptica — o que significa mais velocidade, estabilidade e eficiência energética para essas localidades.

Outro número importante para o setor é a chegada da tecnologia 5G a 1,3 mil municípios brasileiros. O avanço faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a implantação do 5G nos 5,5 mil municípios do país. O Novo PAC também inclui a expansão da tecnologia 4G para 6,8 mil distritos, vilas e áreas rurais.
 

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