“Como é que ninguém dos vizinhos ouvia os gritos ou, se alguém ouvia, não fazia nada?” Essa foi uma das perguntas de estudantes que participaram das ações educativas Memorial DOI-Codi, sobre o antigo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na capital paulista, tiveram coragem de fazer, falando por muitos brasileiros que até hoje se espantam com a conivência e a passividade de algumas pessoas diante dos horrores da ditadura que manchou o país.
O DOI-Codi foi uma base de torturas e execuções de pessoas que faziam oposição à ditadura instaurada com o golpe de 1964, que tirou o presidente João Goulart do poder. As atividades são promovidas pelos pesquisadores que estão à frente do projeto de arqueologia no local, no bairro de Vila Mariana, como complemento ao trabalho de campo.
A programação foi distribuída ao longo de 13 dias, e terminou nesta segunda-feira (14). Conforme reportado pela Agência Brasil, a equipe de pesquisadores encontrou, por meio de escavações, uma inscrição deixada por um preso político, da contagem de seus dias no cárcere. Também foram encontrados vestígios de uma substância que pode ser sangue e de peças indígenas pré-colombianas.
Os acadêmicos são vinculados à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e os objetos encontrados, como frascos de vidro e um carimbo usado em fichas de presos que davam entrada no centro clandestino, ficarão sob guarda da Unicamp até que seja estruturado um memorial, que deverá ganhar uma versão online.
A coordenadora do Grupo de Trabalho Memorial DOI-Codi, Deborah Neves, disse que, para que a iniciativa se concretize, basta que o governo de São Paulo dê aval, já que a pesquisa que estão desenvolvendo dá condições e subsídio para justificar o empreendimento.
Em coletiva de imprensa, a equipe que toca o projeto comentou que uma vizinha do centro clandestino, para onde eram levadas pessoas que ousavam, mesmo correndo riscos, questionar as atrocidades cometidas pelos agentes da ditadura, procurou a equipe de pesquisadores para revelar que os gritos dos presos chegavam até ela. Com a abertura de visitas guiadas ao DOI-Codi, outros moradores dos arredores do complexo onde ficava o centro clandestino, que engloba o 36° Distrito Policial, da Polícia Civil, apareceram para contribuir com relatos e dar ainda mais sentido – ou procurar algum – a esse período de sombras da história do Brasil.
Deborah Neves disse que parte dos moradores afirma que não sabia da existência do prédio que abrigava tantas monstruosidades, incluindo o assassinato pelas mãos dos militares, como o do jornalista Vladimir Herzog, forjado e noticiado oficialmente como suicídio, caso que teve significativa repercussão. “Parte da comunidade ficou surpresa, ao saber que ficava atrás da delegacia”, revela.
“Isso estava engasgado. Muita gente procurou a equipe, e agora quer falar”, disse a coordenadora Cláudia Plens, da área de Arqueologia Forense.
Ao todo, entre visitas e oficinas, com cinco escolas de educação básica, passaram pelo local mais de 800 visitantes, do bairro Vila Mariana e outras regiões, como Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Para a pesquisadora da Unicamp Aline Vieira de Carvalho, também coordenadora de Arqueologia Pública no âmbito do projeto, um dos retornos que a iniciativa deu é justamente a constatação de que o tema é de interesse da sociedade como um todo, o que contrasta com a dificuldade que os pesquisadores, juntos desde 2018, tiveram ao sair em busca de financiamento.
“Nosso objetivo é abrir espaços entre trabalhos arqueológicos, entender o que a comunidade pensa sobre esse espaço”, disse, acrescentando que outro objetivo consiste em provocar interesse para essa área de conhecimento.
Vontade política
Andrés Zarankin, responsável pela área de arqueologia, ressalta que abordar questões como o aparato de repressão do Estado geralmente não contam com a aprovação de todos. Perguntado sobre por que, no Brasil, há recusa em se conversar abertamente sobre temas como violações de direitos humanos, ele responde que, na sua visão, tem a ver com a permanência do gosto pelo autoritarismo e da sede pelo poder. No caso brasileiro, lembra, torturadores são reverenciados, como aconteceu com coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, do Exército.
“Esse tipo de trabalho incomoda, incomoda muito, principalmente as pessoas que estiveram no poder e que, no Brasil, diferentemente de outros países da América do Sul, continuam no poder”, observa.
“Não é fácil [desenvolver esse tipo de trabalho], realmente. Na Argentina, no Chile, no Uruguai, não foi simplesmente uma determinação de um dia para o outro, foi uma negociação com o apoio da sociedade civil e, principalmente, uma determinação política. Agora, aqui no Brasil, com um governo de direita, não se quer que essas histórias voltem a sair do subsolo, as histórias dos sobreviventes. Tenta-se colocar concreto em cima e dizer ‘bom, é passado’”.
Quem quiser acompanhar o andamento do projeto pode visitar o perfil do Instagram. O projeto, que dispõe de orçamento bastante limitado, tem dado conta das tarefas com a ajuda de voluntários, inclusive para coletar depoimentos de ex-presos políticos e parentes das vítimas que passaram pelos porões do DOI-Codi.
Francisco deverá ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O conclave para eleger seu sucessor deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o início da Sede Vacante
No domingo de Páscoa, o Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.
A saúde do Papa vinha se deteriorando nos últimos anos, com episódios de bronquite e infecções respiratórias.
Francisco deverá ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O conclave para eleger seu sucessor deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o início da Sede Vacante.
As igrejas no Brasil já celebram missas em homenagem ao pontífice. O Santuário Nacional de Aparecida, localizado no município de Aparecida do Norte (SP), vai realizar seis missas nesta segunda.
O governo brasileiro decretou luto oficial de 7 dias pela morte de Francisco.
Papa Francisco
Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires em 1936, foi o primeiro papa latino-americano e jesuíta da história. Eleito em 2013, adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, simbolizando seu compromisso com a simplicidade e os pobres.
Durante seu pontificado, promoveu reformas na Cúria Romana e defendeu causas sociais, como a proteção ambiental e a inclusão de grupos marginalizados.
Milagre na Amazônia
Em outubro de 2024, durante missa na Praça de São Pedro, Francisco proclamou a canonização do padre italiano José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata, por um milagre que teria ocorrido na Amazônia brasileira.
Segundo a organização Consolata América, o milagre ocorreu em 1996, em Roraima, quando um indígena yanomami foi atacado por uma onça e apresentou um grave ferimento na cabeça. Um grupo de missionários teria invocado José Allamano pedindo a recuperação do rapaz, o que se realizou.
Com informações do Vaticano News, CNBB e Agência Brasil
São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo
Dados de pesquisa da Nexus também revelam que para a maioria dos paulistanos o prato feito, o famoso “PF”, é o prato que é a cara de São Paulo
Índice
Uma pesquisa que investigou os hábitos alimentares dos paulistas revelou que os homens comem mais fora de casa do que as mulheres. Elas, por outro lado, pedem comida por aplicativo com mais frequência do que os homens em São Paulo. O resultado compõe uma pesquisa inédita denominada “Sabores de São Paulo”, da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.
O levantamento mostrou que 52% dos homens paulistas têm o hábito de almoçar ou jantar fora de casa, enquanto o percentual fica em 42% entre as mulheres. A média geral do estado é de 47%. No que diz respeito a optar pelo delivery, o serviço é mais utilizado por 55% das mulheres e por 48% dos homens.
O diretor de Pesquisa da Nexus, André Jácomo, aponta que o resultado evidencia aspectos sociais, econômicos e também culturais da sociedade, considerando a falta de afinidade dos homens no preparo do alimento, por isso optam por comer em restaurantes. Com relação às mulheres optarem por delivery, Jácomo diz que pode ser pelo acumulo de funções, e pedir por app facilita a rotina desse público.
“Os homens no Brasil, de modo geral, são menos treinados em relação ao preparo da comida, a fazer sua própria comida em casa do que as mulheres, que é uma questão cultural de fato. E o fato das mulheres, em São Paulo, estarem pedindo mais comida por aplicativo, tem a ver com esse conjunto de tarefas que as mulheres acumulam. Casa que acumulam nas suas rotinas em que pedir uma comida por aplicativo acaba sendo uma solução mais rápida para dar conta de uma série de tarefas das suas rotinas”, aponta André Jácomo.
No recorte geográfico do próprio estado de São Paulo, o levantamento também aponta que existem diferenças nos hábitos alimentares entre moradores da capital e do interior. Dessa forma, 54% daqueles que moram na capital costumam comer mais fora, enquanto o percentual fica em 42% entre os moradores do interior. Já na região metropolitana, são 49% os que fazem refeições fora de casa.
Ainda sobre delivery, a média geral de São Paulo é de 52% e chega a 75% entre os jovens de 16 a 24 anos. Assim como comer fora de casa, pedir comida por aplicativo também é um hábito comum para 72% de quem ganha mais de cinco salários mínimos e mais frequente entre moradores da região metropolitana (57%) e da capital paulista (55%), do que do interior (48%).
André avalia que a diferença entre os hábitos de quem mora na capital e no interior tem relação com a dinâmica do cotidiano dos trabalhadores da capital paulista.
“Tem muito a ver com a dinâmica da cidade, tem a ver com o fato de que muitas pessoas acabam tendo que comer fora de casa porque comem perto do trabalho, por conta dos deslocamentos, é uma questão que a pesquisa mostra aqui nos seus resultados”, diz.
A frequência de pedidos de comida em casa também foi analisada pelos pesquisadores da Nexus. Os dados revelam, portanto, que cerca de um terço dos paulistas come fora, sendo 35%, e 31% pede comida em casa de duas a três vezes na semana. Os outros 28% dos moradores de SP usam o delivery uma vez por semana e 20% comem na rua nessa mesma frequência. Além disso, apenas 11% dos paulistas comem fora todos os dias e só 2% pedem comida diariamente.
Qual é o prato que é a cara dos paulistas?
O levantamento investigou, ainda, a relação dos paulistas com as comidas típicas da região. Na hora de responder qual o principal prato que é a cara de São Paulo, 32% dos respondentes elegeram o prato feito, o famoso “PF”. A combinação, entretanto, não significa sempre o mesmo prato, mas uma refeição completa e fácil de encontrar tanto em um estabelecimento simples como em um sofisticado. Geralmente, o PF é composto por arroz, feijão, uma proteína, salada e um acompanhamento. Dessa forma, o prato feito foi escolhido na capital por 38%, no interior de São Paulo por 30% e na região metropolitana por 27% dos paulistas como o principal representante do estado.
O arroz birobiro ficou em segundo lugar, sendo a escolha de 11% dos respondentes. Em seguida, virado à paulista e feijoada empataram na terceira colocação, com 10% cada. Com relação à região, o virado à paulista é a 2ª opção mais popular entre os paulistanos, porém ficou em 3º lugar na região metropolitana e no interior. Já o vice-campeão no interior, o arroz birobiro ficou em 4º lugar nas outras regiões.
Fonte: NEXUS
Entre os outros pratos apontados pelos paulistas estão churrasco grego, que ficou em 4º lugar no interior e 5º na região metropolitana, com 7% dos votos, ocupa apenas a 10ª posição entre os moradores da capital. Já quem vive na cidade de São Paulo considera a pizza a 5ª maior representante do estado, escolha de 8% dos moradores. Na região metropolitana, 6%, e no interior, 5%, a pizza ocupa a 7ª posição.
A pesquisa
A Nexus entrevistou 2.027 cidadãos face-a-face, com idade a partir de 16 anos do estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada entre os dias 09 e 12 de março de 2025.
TV 3.0: Ministério das Comunicações recebe primeiros protótipos de antena e de conversor
Aparelhos foram apresentados pela primeira vez no maior evento mundial do setor de radiodifusão
O secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, participou, na manhã do último domingo (6), em Las Vegas (EUA), da apresentação dos primeiros protótipos da antena e do conversor da TV 3.0. A demonstração foi conduzida pelo coordenador do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raymundo Barros, durante um painel na NAB Show — o maior evento de radiodifusão do mundo.
Ele também abordou uma das principais dúvidas a respeito do tema: o custo desses equipamentos para o telespectador. “Muito se fala em preços elevados, que vai encarecer demais a experiência de ver TV, mas é bom que, aqui, possamos desmistificar tudo isso”, complementou o secretário.
O presidente do Fórum SBTVD, Raymundo Barros, explicou que os custos serão acessíveis e não prejudicarão a experiência do telespectador. “Não pode ser caro no longo prazo — e não vai ser. Os primeiros produtos podem, sim, ter um custo um pouco mais alto no início, mas depois os preços caem rápido com a grande escala. A tendência é que os preços despenquem em um ano”, disse Raymundo.
O Fórum SBTVD é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para desenvolver a TV digital no Brasil. A entidade foi criada em 2006 por meio de decreto presidencial e reúne representantes de empresas e organizações ligadas à radiodifusão.
A exemplo do que ocorreu na migração do sinal de TV analógico para o digital, existe a necessidade inicial de um conversor para usufruir da TV 3.0. A expectativa é que, futuramente, novos televisores já venham de fábrica com suporte a essa nova tecnologia.
Wilson Wellisch afirmou que o governo estuda a possibilidade de entregar os equipamentos gratuitamente para famílias de baixa renda.
TV 3.0
A TV 3.0 é um novo padrão que promete revolucionar a TV aberta, integrando totalmente os canais à internet. Não haverá mais canais numéricos, mas apenas aplicativos nos aparelhos. A migração será gradativa, com início nas grandes capitais.
A navegação será mais interativa e inovadora, feita exclusivamente por aplicativos, substituindo o sistema tradicional por números. Isso permitirá que os canais ofereçam, além do conteúdo transmitido ao vivo, opções sob demanda — como séries, jogos ou programas diversos.
A qualidade da imagem irá, no mínimo, quadruplicar. O padrão atual, com TV digital em Full HD, passará para 4K ou até 8K. Haverá mais informações por espaço, o que aprimora cor, nitidez e contraste, com o uso de tecnologias como HDR (High Dynamic Range). Com som imersivo, o telespectador terá a sensação de estar dentro do ambiente exibido na tela.
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