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Mercado de crédito de carbono pode movimentar US$ 50 bi até 2030, diz estudo

Brasil concentra 15% desse potencial. Empresas brasileiras têm investido em preservação florestal para compensar emissões de CO² e se tornarem competitivas no mercado de crédito de carbono

O mercado mundial de crédito de carbono pode saltar dos atuais US$ 1 bilhão para US$ 50 bilhões até 2030. A estimativa é de um estudo publicado pela consultoria McKinsey. Segundo os pesquisadores, o Brasil concentra 15% de todo o potencial global de captura de carbono devido às condições naturais do país. Além disso, o custo brasileiro para desenvolver e implementar projetos para obtenção de créditos de alta qualidade é menor e mais competitivo do que a média global.

O especialista em meio ambiente Charles Dayler explica que o mercado de crédito de carbono funciona como qualquer outro mercado de crédito, mas, nesse caso, a moeda de troca é a não emissão ou a remoção de CO² da atmosfera.

“Se eu tiver uma empresa, ou um estado brasileiro, que emite menos carbono — ou seja, retira mais carbono da atmosfera que emite —-, a gente pode falar que essa empresa, ou estado, tem crédito de carbono. Para cada tonelada de carbono que ele retira da atmosfera, ele tem direito a vender um crédito. E o contrário também acontece, ou seja, aqueles estados ou empresas que emitem mais carbono do que retiram [da atmosfera] estão devendo.”

O especialista destaca o grande potencial natural que o Brasil tem para emitir créditos de carbono.

“A gente tem que levar em consideração que [o Brasil] tem uma grande área verde protegida de florestas, principalmente na região amazônica. Mas a gente não pode ignorar os outros biomas como Cerrado, por exemplo. Então, se a gente conseguir fazer um bom trabalho de preservação em um primeiro momento, para que o carbono continue sendo sequestrado, e de recuperar aquilo que foi desmatado, a gente tem um potencial muito grande de geração de créditos para venda.”

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) ressalta os benefícios do mercado de crédito de carbono para a economia brasileira. “Ao ser eficiente, [o mercado de crédito de carbono] vai atrair investimentos em energia renovável, hidrogênio verde, combustíveis sustentáveis e metais verdes, com geração de riqueza de forma sustentável, novos postos de trabalho e melhor qualidade de vida para a população.”

Ele destaca ainda a importância da regulamentação desse mercado. “Ao estabelecer diretrizes claras e um arcabouço regulatório sólido, [a regulamentação] proporcionará segurança jurídica aos participantes do mercado, estímulo à redução das emissões de gases poluentes e contribuição para a mitigação das mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente”.

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Investimento em preservação florestal

Ainda de acordo com o estudo da McKinsey, das 80 principais empresas que atuam no Brasil, 77% já publicaram alguma meta de redução de emissões. Para isso, muitas delas têm investido em preservação florestal para compensar as emissões de CO² e se tornarem competitivas no mercado de crédito de carbono.

O Grupo Melhoramentos, gigante do mercado editorial e gestão de florestas, preserva 79 milhões de m² dos 148 milhões de m² de florestas que possui na região do sul de Minas Gerais (Camanducaia) e ao redor de São Paulo (Caieiras, Cajamar e Bragança Paulista). Desses, 37,4 milhões de m² são classificados como Florestas de Alto Valor de Conservação (FAVC).

Segundo dados informados pela empresa, entre 2019 e 2021, a Melhoramentos emitiu 15 mil toneladas de CO² equivalente (tCO²e), mas seus estoques florestais resultaram na remoção de 52 mil tCO²e da atmosfera no mesmo período.

A diretora Jurídica, de Sustentabilidade e Pessoas da Melhoramentos, Karin Neves, comenta a importância da sustentabilidade. “Além de contribuir para a regeneração do planeta, impactando positivamente o clima, abrem-se novas possibilidades de rentabilidade”.

Segundo ela, o grupo não possui ainda receitas advindas de créditos de carbono. A unidade Melhoramentos Florestal, que atende principalmente os mercados de tissue e papel cartão, é o ativo que representa a maior receita do grupo e já é consolidada e reconhecida pelo mercado pelo viés de inovação de desenvolvimento de produtos mais sustentáveis.

“Estamos estudando o mercado, conversando com potenciais parceiros. Avaliamos que conforme novos incentivos e regulamentações forem sendo estruturados, o mercado de carbono como um todo vai se fortalecer ainda mais. Consideramos também oportunidades na agroindústria e serviços ambientais. Acompanhamos o avanço das discussões para regulamentação, o que é fundamental para o desenvolvimento do setor. Vários fatores precisam ser analisados, mas, a médio prazo, estamos otimistas que novas oportunidades surgirão para o país e as empresas.”

Fonte: Brasil61

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Política

São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo

Dados de pesquisa da Nexus também revelam que para a maioria dos paulistanos o prato feito, o famoso “PF”, é o prato que é a cara de São Paulo

São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo

Uma pesquisa que investigou os hábitos alimentares dos paulistas revelou que os homens comem mais fora de casa do que as mulheres. Elas, por outro lado, pedem comida por aplicativo com mais frequência do que os homens em São Paulo. O resultado compõe uma pesquisa inédita denominada “Sabores de São Paulo”, da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

O levantamento mostrou que 52% dos homens paulistas têm o hábito de almoçar ou jantar fora de casa, enquanto o percentual fica em 42% entre as mulheres. A média geral do estado é de 47%. No que diz respeito a optar pelo delivery, o serviço é mais utilizado por 55% das mulheres e por 48% dos homens.

O diretor de Pesquisa da Nexus, André Jácomo, aponta que o resultado evidencia aspectos sociais, econômicos e também culturais da sociedade, considerando a falta de afinidade dos homens no preparo do alimento, por isso optam por comer em restaurantes. Com relação às mulheres optarem por delivery, Jácomo diz que pode ser pelo acumulo de funções, e pedir por app facilita a rotina desse público.

“Os homens no Brasil, de modo geral, são menos treinados em relação ao preparo da comida, a fazer sua própria comida em casa do que as mulheres, que é uma questão cultural de fato. E o fato das mulheres, em São Paulo, estarem pedindo mais comida por aplicativo, tem a ver com esse conjunto de tarefas que as mulheres acumulam. Casa que acumulam nas suas rotinas em que pedir uma comida por aplicativo acaba sendo uma solução mais rápida para dar conta de uma série de tarefas das suas rotinas”, aponta André Jácomo.

No recorte geográfico do próprio estado de São Paulo, o levantamento também aponta que existem diferenças nos hábitos alimentares entre moradores da capital e do interior. Dessa forma, 54% daqueles que moram na capital costumam comer mais fora, enquanto o percentual fica em 42% entre os moradores do interior. Já na região metropolitana, são 49% os que fazem refeições fora de casa.

 

Ainda sobre delivery, a média geral de São Paulo é de 52% e chega a 75% entre os jovens de 16 a 24 anos. Assim como comer fora de casa, pedir comida por aplicativo também é um hábito comum para 72% de quem ganha mais de cinco salários mínimos e mais frequente entre moradores da região metropolitana (57%) e da capital paulista (55%), do que do interior (48%).

André avalia que a diferença entre os hábitos de quem mora na capital e no interior tem relação com a dinâmica do cotidiano dos trabalhadores da capital paulista.

“Tem muito a ver com a dinâmica da cidade, tem a ver com o fato de que muitas pessoas acabam tendo que comer fora de casa porque comem perto do trabalho, por conta dos deslocamentos, é uma questão que a pesquisa mostra aqui nos seus resultados”, diz.

A frequência de pedidos de comida em casa também foi analisada pelos pesquisadores da Nexus. Os dados revelam, portanto, que cerca de um terço dos paulistas come fora, sendo 35%, e 31% pede comida em casa de duas a três vezes na semana. Os outros 28% dos moradores de SP usam o delivery uma vez por semana e 20% comem na rua nessa mesma frequência. Além disso, apenas 11% dos paulistas comem fora todos os dias e só 2% pedem comida diariamente.

Qual é o prato que é a cara dos paulistas?

O levantamento investigou, ainda, a relação dos paulistas com as comidas típicas da região. Na hora de responder qual o principal prato que é a cara de São Paulo, 32% dos respondentes elegeram o prato feito, o famoso “PF”. A combinação, entretanto, não significa sempre o mesmo prato, mas uma refeição completa e fácil de encontrar tanto em um estabelecimento simples como em um sofisticado. Geralmente, o PF é composto por arroz, feijão, uma proteína, salada e um acompanhamento. Dessa forma, o prato feito foi escolhido na capital por 38%, no interior de São Paulo por 30% e na região metropolitana por 27% dos paulistas como o principal representante do estado.

O arroz birobiro ficou em segundo lugar, sendo a escolha de 11% dos respondentes. Em seguida, virado à paulista e feijoada empataram na terceira colocação, com 10% cada. Com relação à região, o virado à paulista é a 2ª opção mais popular entre os paulistanos, porém ficou em 3º lugar na região metropolitana e no interior. Já o vice-campeão no interior, o arroz birobiro ficou em 4º lugar nas outras regiões.


Fonte: NEXUS

Entre os outros pratos apontados pelos paulistas estão churrasco grego, que ficou em 4º lugar no interior e 5º na região metropolitana, com 7% dos votos, ocupa apenas a 10ª posição entre os moradores da capital. Já quem vive na cidade de São Paulo considera a pizza a 5ª maior representante do estado, escolha de 8% dos moradores. Na região metropolitana, 6%, e no interior, 5%, a pizza ocupa a 7ª posição.

A pesquisa

A Nexus entrevistou 2.027 cidadãos face-a-face, com idade a partir de 16 anos do estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada entre os dias 09 e 12 de março de 2025.

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Política

TV 3.0: Ministério das Comunicações recebe primeiros protótipos de antena e de conversor

Aparelhos foram apresentados pela primeira vez no maior evento mundial do setor de radiodifusão

TV 3.0: Ministério das Comunicações recebe primeiros protótipos de antena e de conversor

O secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, participou, na manhã do último domingo (6), em Las Vegas (EUA), da apresentação dos primeiros protótipos da antena e do conversor da TV 3.0. A demonstração foi conduzida pelo coordenador do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raymundo Barros, durante um painel na NAB Show — o maior evento de radiodifusão do mundo.

Ele também abordou uma das principais dúvidas a respeito do tema: o custo desses equipamentos para o telespectador. “Muito se fala em preços elevados, que vai encarecer demais a experiência de ver TV, mas é bom que, aqui, possamos desmistificar tudo isso”, complementou o secretário.

O presidente do Fórum SBTVD, Raymundo Barros, explicou que os custos serão acessíveis e não prejudicarão a experiência do telespectador. “Não pode ser caro no longo prazo — e não vai ser. Os primeiros produtos podem, sim, ter um custo um pouco mais alto no início, mas depois os preços caem rápido com a grande escala. A tendência é que os preços despenquem em um ano”, disse Raymundo.

O Fórum SBTVD é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para desenvolver a TV digital no Brasil. A entidade foi criada em 2006 por meio de decreto presidencial e reúne representantes de empresas e organizações ligadas à radiodifusão.

A exemplo do que ocorreu na migração do sinal de TV analógico para o digital, existe a necessidade inicial de um conversor para usufruir da TV 3.0. A expectativa é que, futuramente, novos televisores já venham de fábrica com suporte a essa nova tecnologia.

Wilson Wellisch afirmou que o governo estuda a possibilidade de entregar os equipamentos gratuitamente para famílias de baixa renda.

TV 3.0

A TV 3.0 é um novo padrão que promete revolucionar a TV aberta, integrando totalmente os canais à internet. Não haverá mais canais numéricos, mas apenas aplicativos nos aparelhos. A migração será gradativa, com início nas grandes capitais.

A navegação será mais interativa e inovadora, feita exclusivamente por aplicativos, substituindo o sistema tradicional por números. Isso permitirá que os canais ofereçam, além do conteúdo transmitido ao vivo, opções sob demanda — como séries, jogos ou programas diversos.

A qualidade da imagem irá, no mínimo, quadruplicar. O padrão atual, com TV digital em Full HD, passará para 4K ou até 8K. Haverá mais informações por espaço, o que aprimora cor, nitidez e contraste, com o uso de tecnologias como HDR (High Dynamic Range). Com som imersivo, o telespectador terá a sensação de estar dentro do ambiente exibido na tela.

Com informaçõe do MCom

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Política

9 em cada 10 brasileiros contam com acesso à telefonia móvel

Dado é da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Levantamento revela ainda que a maioria da população com acesso à telefonia móvel reside em capitais e regiões metropolitanas.

9 em cada 10 brasileiros contam com acesso à telefonia móvel

Nove em cada 10 brasileiros possuem acesso à telefonia móvel, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O número reforça os avanços do Ministério das Comunicações na ampliação do acesso e na melhoria dos serviços de telefonia em todo o país.

Entre esses avanços promovidos, está a expansão da internet banda larga de qualidade, que tem incluído digitalmente milhões de brasileiros.

O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Hermano Tercius, celebra o avanço conquistado pela Pasta e destaca o trabalho diário do Ministério para ampliar o acesso para mais regiões do país.

“É algo que a gente tem que comemorar, mas sabendo também que temos um grande desafio para frente. Esses 7% aí dos domicílios, das pessoas também, são um trabalho nosso do dia a dia. Nós trabalhamos todo dia para ampliar para todas as pessoas do país, para não deixar ninguém para trás. Então, ainda temos esse desafio do 7%. Agora, o principal desafio é evoluir nos outros indicadores da conectividade significativa, que é levar o letramento digital, que é garantir também a qualidade dessa conectividade em todas as regiões, também propiciar uma conectividade com dispositivos adequados para a população e também uma conectividade com segurança”, afirma.

Ainda de acordo com o levantamento, a maioria da população com acesso à telefonia móvel reside em capitais e regiões metropolitanas. Os dados indicam também que mais de 4,3 mil municípios brasileiros já possuem infraestrutura de fibra óptica — o que significa mais velocidade, estabilidade e eficiência energética para essas localidades.

Outro número importante para o setor é a chegada da tecnologia 5G a 1,3 mil municípios brasileiros. O avanço faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a implantação do 5G nos 5,5 mil municípios do país. O Novo PAC também inclui a expansão da tecnologia 4G para 6,8 mil distritos, vilas e áreas rurais.
 

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