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Mundo

Bem Viver é o tema do Festival Latinidades 2023

Conceito propõe cuidado com as pessoas e com o meio ambiente

Um conceito que inverte a lógica atual de funcionamento do mundo e das economias. No lugar de lucro e desenvolvimento a todo custo, o cuidado com as pessoas e o meio ambiente. Isso é o que representa a ideia do Bem Viver, uma tecnologia social vinda dos povos andinos, que já influenciou políticas públicas em países como Equador e Bolívia, e que foi difundido no Brasil com a Marcha das Mulheres Negras.

Bem Viver é o tema deste ano do Festival Latinidades, que chega à sua 16ª edição como espaço de articulação política e cultural em torno do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

O evento é realizado no mês de julho em Brasília e, pela primeira vez, também no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Salvador. A idealizadora e diretora do festival, Jaqueline Fernandes, explica a escolha do tema e como ele é tratado na programação.

“Ele vem marcando uma posição que é oposta ao que a gente vive hoje no sistema capitalista, que é o desenvolvimentismo, uma exploração desmedida da natureza, dos seres humanos. E a gente está discutindo isso no Latinidades sobre várias perspectivas. O que é o Bem Viver do ponto de vista de acesso à política pública, à reparação, ao cuidado, ao autocuidado”.

Debates

Entre os temas a serem discutidos, estão violência, formação de líderes políticas, ensino superior, antiproibicionismo e sexualidade.

Um dos debates traz o conceito da “macroeconomia da igualdade”. Mulheres negras que atuam como pioneiras em suas áreas foram convidadas.

Uma delas é a Carol Santos, fundadora do Educa , organização que trabalha com alfabetização de jovens no Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro. Ela também utiliza esse espaço para abordar tecnologias que normalmente ficam restritas a grupos de maior poder aquisitivo e formado por pessoas brancas. É o caso do blockchain, uma ferramenta de ponta que registra transações processadas em um determinado sistema.

Carol defende que, para construir um ecossistema que faça mais sentido para a sociedade, é necessário incluir pessoas diversas nessa construção, sejam mais mulheres, pessoas negras ou pessoas de periferia. “Agora a gente foi inundado por informações relacionadas à inteligência artificial. E o que a gente faz com isso? A gente fica passivo, olhando as pessoas desenvolverem e a gente só consumir, ou eu vou construir produtos e serviços e vou fazer parte dessa construção de maneira significativa?”, exemplifica.

O Latinidades também conta com shows e oficinas, como a de produção de bandas. E é, sobretudo, um espaço de articulação política. O evento é uma continuidade do trabalho que deu origem ao 25 de julho: o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas, realizado em 1992.

“Elas [participantes do encontro da década de 1990] se comunicavam por cartas. Não tinha e-mail ou outras maneiras de fazer isso mais fácil, como a gente faz hoje, então elas fizeram um grande esforço para se encontrarem e para, a partir dali, compreender que a criação de uma data era um marco político. O que a gente faz é simplesmente dar continuidade a essa luta. E todo esse movimento que a gente faz a partir da cultura, com certeza, é político”, relembra Jaqueline Fernandes.

A programação é inteiramente gratuita, mas é preciso retirar o ingresso para cada atividade no site do Latinidades. Jaqueline Fernandes, diretora do festival, ressalta que o evento, feito e idealizado por mulheres negras, é aberto a todos.

“O que a gente está fazendo é criar um festival onde as mulheres negras são protagonistas. Nos espaços de fala, de decisão, de curadoria, de produção, somos todas mulheres negras. Pessoas não negras são totalmente bem-vindas como público, e construindo, e evoluindo com a gente nessa luta antirracista. É um festival de mulheres negras para toda a sociedade”, convida.

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apoia o Festival Latinidades em 2023. Confira a programação completa no site do evento.

Edição: Camila Maciel

Fonte: EBC

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Mundo

Ação apreende duas toneladas de produtos falsos com marca Rock in Rio

Copos, camisas, chapéus e bonés seriam distribuídos a ambulantes

Uma ação conjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) com o Ministério Público estadual resultou na apreensão de duas toneladas de materiais falsificados com a marca do festival de música Rock in Rio, que acontece na cidade. A apreensão ocorreu nesta quinta-feira (19), no centro do Rio.

Durante a ação, quatro suspeitos, responsáveis pelas lojas onde os produtos foram localizados, acabaram presos. Eles vão responder por comercialização de material contrafeito [falsificação ou réplica do produto original], ostentando ilegalmente a marca.

Entre os produtos apreendidos estão milhares de copos, camisas, chapéus e bonés, que seriam distribuídos para ambulantes revenderem na segunda semana do evento. O material foi localizado por meio de informações de inteligência, que dão continuidade às ações iniciadas na primeira semana do festival.

Pirataria

Na semana passada, duas ações resultaram na apreensão de grande quantidade de material falsificado. A delegacia especializada na repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial junto com o MP do Rio e a promotoria do Juizado Especial Criminal (Jecrim), encontraram mais de 5,3 mil copos, 185 bonés falsos e milhares de porta-copos no primeiro dia do evento dia 13 deste mês. Dois homens foram presos em flagrante, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

No dia seguinte, em operações nas proximidades do Rock in Rio, as equipes localizaram um caminhão com milhares de copos e alças de porta-copos falsificadas com a marca do festival. Também foram apreendidos uma máquina de cartão de crédito e uma credencial falsa.

Até agora, as ações já resultaram na apreensão de mais de 15 mil itens e na prisão de 10 suspeitos.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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Mundo

Fiocruz mantém alerta para alta de casos graves de covid-19

Dados são do Boletim InfoGripe

O novo Boletim InfoGripe desta semana destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 crescem e se ampliam no país. A atualização mostra aumento dos casos de SRAG associado à covid-19 no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os estados de Minas Gerais e Paraná também apresentam leve aumento de casos SRAG em idosos, provavelmente associado à covid-19. Os dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (19).

A manutenção do aumento dos casos de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos de idade em muitos estados da região Centro-Sul e em alguns estados do Norte-Nordeste está associada ao rinovírus. No entanto, já é possível observar sinais de desaceleração no crescimento de SRAG pela doença em alguns desses estados e até mesmo a queda das hospitalizações por rinovírus em outras regiões do país.

Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos de idade, os vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos. A mortalidade da SRAG permanece mais elevada entre os idosos, com predomínio de covid-19, seguido pela influenza A.

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e covid-19 em muitos estados.

A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que o crescimento dos casos graves por rinovírus já começam a dar sinais de desaceleração em alguns estados ou até de queda em algumas regiões. Em relação aos vírus da influenza A, informa Tatiana, os casos graves do vírus continuam em baixa na maior parte do país.

No entanto, segundo a pesquisadora, o estudo observou aumento de casos graves por influenza A no Rio Grande do Sul. “Por isso, é importante que todas as pessoas do grupo de risco do Rio Grande do Sul que ainda não tomaram a vacina contra o vírus da influenza A procurem um posto de saúde para se vacinarem contra o vírus. Além disso, diante do cenário de aumento de casos graves de covid-19 em muitos estados do país, é muito importante que todas as pessoas do grupo de risco também estejam em dia com a vacina”.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC

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Mundo

Com R$ 201,6 bi em agosto, arrecadação federal volta a bater recorde

Receita arrecadada de janeiro a agosto soma R$ 1,7 trilhão

O crescimento da economia e as medidas de tributação para super-ricos voltaram a melhorar a arrecadação federal. Em agosto, as receitas do governo federal somaram R$ 201,6 bilhões, alta de 11,95% acima da inflação sobre o mesmo mês do ano passado. Segundo a Receita Federal, o valor é o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

De janeiro a agosto, a receita arrecadou R$ 1,7 trilhão, alta de 9,47% acima da inflação na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. O montante também é recorde para o período.

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação recorde de 2024 deve-se principalmente aos seguintes fatores: crescimento real (acima da inflação) e 19,31% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Capital (IRRF-Capital); crescimento real de 19,34% nas receitas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); crescimento real de 17,99% no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e comportamento das variáveis macroeconômicas, que refletem o crescimento da economia.

Em relação ao IRRF-Capital, o crescimento da arrecadação resulta da tributação dos fundos exclusivos, aprovada no fim do ano passado, que antecipou a cobrança de imposto. A alta da arrecadação do PIS/Cofins reflete o crescimento das vendas. Isso porque os dois tributos incidem sobre o faturamento e são diretamente ligados ao consumo.

Segundo a Receita, o aumento na arrecadação de IRPF decorre da atualização de bens e direitos no exterior determinado pela nova Lei das Offshores (empresas de investimentos no exterior). No início do ano, os contribuintes tiveram de atualizar os ativos e os investimentos em outros países.

Em relação às variáveis macroeconômicas, a alta da arrecadação é reflexo do crescimento da economia brasileira em 2024. No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu 1,4% no segundo trimestre. Os números acima das expectativas fizeram a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevar para 3,2% a previsão de crescimento do PIB em 2024.

Meta fiscal

Apesar da arrecadação recorde, o governo enfrenta desafios para cumprir a meta fiscal de 2024. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece que o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – deverá registrar déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões para mais ou para menos.

O resultado primário representa o saldo positivo ou negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública. Para chegar ao centro da meta de resultado primário zero, o governo precisa de R$ 168 bilhões extras neste ano. Apesar do crescimento das receitas dos fundos exclusivos e das offshores, a equipe econômica enfrenta dificuldades em outras fontes de recursos que atrasaram, como os votos de desempate do governo nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A nova estimativa de receitas para o Carf, órgão da Receita Federal que julga dívidas de grandes contribuintes, será divulgada nesta sexta-feira (20). Na ocasião, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divulgarão o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: EBC

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