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Eventos sobre cultura negra mostram avanços sociais, diz historiador

Back2Black está em sua 11ª edição e traz debates, música e dança

Eventos como o Festival Back2Black, que desenvolve discussões sobre a cultura da população preta, apresentações de artistas negros de destaque na música, dança e literatura, além de celebrar a África, representam avanços dos movimentos sociais. A conclusão é do historiador e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Flávio Gomes, vencedor do Prêmio Jabuti de Não Ficção de 2022. Gomes participou do encontro como apresentador e mediador da roda de conversa Vida Quilombola: Significado de Lutas pela Liberdade e pela Terra.

Participaram do debate a presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj), Bia Nunes, integrante do Quilombo Maria Conga de Magé, na Baixada Fluminense; a engenheira agrônoma Fran Paula, pesquisadora do Grupo de Trabalho em Meio Ambiente e Agricultura da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos de Mato Grosso; e da diretora da Juventude na Acquilerj, Rafa Quilombola.

“Gosto muito de pensar esses eventos, quaisquer que sejam eles, nas suas dimensões mais midiáticas, mais políticas, mais culturais, como avanço dos movimentos sociais. Talvez há 30 ou 40 anos, um evento como esse fosse impossível até pela incapacidade da sociedade de compreender a importância de um evento anual de vozes negras e de várias dimensões na produção da cultura negra. Vejo sempre esses eventos na perspectiva da luta continuada da sociedade organizada com relação ao debate de desigualdade racial, debate sobre as formas de produção culturais da comunidade negra”, afirmou Flávio Gomes em entrevista à Agência Brasil.

Embora tenha surgido em 2009, o Back2Black já teve edições internacionais. Em sua 11ª edição, o Back2Black voltou ao Armazém da Utopia, no Boulevard Olímpico, região portuária do Rio. O último dia do encontro será no Parque Madureira, na zona norte da cidade.

Flávio Gomes é autor de livros como Histórias Quilombolas, Experiências Atlânticas, Mocambos e Quilombos, Uma História do Campesinato Negro no Brasil, Negros e Política e A Hidra e os Pântanos. Além dessas obras, organizou o Dicionário da Escravidão e Liberdade, em parceria com a historiadora Lilia Schwarcz.

O historiador destacou a importância de a roda de conversa ter justamente a participação de três mulheres negras representativas das comunidades quilombolas, que falaram sobre suas próprias realidades e sobre questões raciais contemporâneas, territórios e direitos constitucionais.

“O quilombo não é só um resto do passado. Quilombo, hoje, significa uma discussão nacional e ampla sobre cidadania no mundo rural e do homem do campo, sobre distribuição de renda e direitos constitucionais em territórios e em terras quilombolas. O tema do quilombo não é só negro. É o tema da sociedade brasileira. É o tema da terra, da distribuição de renda. Se a gente quer falar do Brasil, tem que falar de quilombola, se a gente está falando de quilombola, está falando de Brasil”, afirmou.

Embora admita que houve avanços na elaboração de políticas públicas, o professor diz ainda tem muito caminho pela frente. “Ironicamente, eu costumo dizer que falta tudo. Quando digo que falta tudo, pode ser só uma crítica de que nada foi feito. Não. Muita coisa tem sido feita, inclusive com uma pressão social. Agora, faltam coisas, porque tem muitos interesses em torno de distribuição de renda e de que, na verdade, uma política pública chegue, de fato, até a ponta, ela não desapareça nas mediações das lógicas políticas e partidárias que envolvem interesses de vários setores econômicos da sociedade brasileira”, destacou.

Na avaliação de Gomes, falta também uma compreensão mais ampla de todos os setores e aí estão incluídos os governos, de entender que as situações quilombola e negra, não são questões específicas ou só relativas aos quilombolas ou aos negros. “Essa é uma questão da sociedade brasileira, da democratização da sociedade brasileira e das dimensões do avanço da sociedade”, afirmou.

“Não teremos avanços se não trabalharmos isso. É uma questão do Brasil, uma questão nacional. Acho que essa tem sido uma dificuldade. Às vezes, tais questões são vistas como identitárias, de minorias, de apenas determinado setor de movimento social, quando, na verdade, expressam vontade de transformações mais profundas na sociedade brasileira, profundamente desigual. Aí, fico muito à vontade para falar nisso na condição de um historiador”, disse Gomes.

O professor alertou ainda para a necessidade da preservação das áreas das comunidades quilombolas.

ci“Discute-se fundo amazônico como se quilombo não existisse. Discute-se terra como se quilombo fosse apenas uma parte. Discutem-se melhorias nas cidades como se não houvesse quilombo nas franjas das cidades. Então, todas as questões, além do óbvio e da educação, porque temos projetos de educação quilombola, da cultura, das formatações das culturas originais dos quilombos, tudo passa pela questão da terra, pela presença desses camponeses negros e a essa dimensão histórica desses camponeses negros.”

Censo

Flávio Gomes comentou ainda o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que incluiu visitas de recenseadores nas comunidades quilombolas.

Segundo o historiador, em um país como o Brasil, que tem mais de 50% de população negra, é relevante ter dados específicos dos quilombos, porque, até agora, o que existe são estimativas. “Existem cerca de 6 mil comunidades quilombolas em todo o Brasil. O número pode ser até um pouco maior – não acredito que seja menor. Isso representa que, no conjunto agrário rural brasileiro, em cada lugar, por exemplo, no Rio de Janeiro, temos comunidades quilombolas expressivas tanto em regiões nas margens urbanas quanto na Região dos Lagos. Ou seja, onde não tem quilombo? Há quilombo em todos os lados porque houve escravizados em todo o Brasil, houve tradição de fuga ou de formação camponesa dessas comunidades. O que a gente tem não é o resto disso.”

O historiador destacou ainda a importância da produção dos quilombos. “É a manutenção da transformação dessas comunidades inclusive na produção, porque essas comunidades não estão só pedindo direitos em função de uma dívida do passado. Elas hoje produzem alimentos que chegam às nossas mesas, que não vêm do agronegócio, e as políticas de governo do Estado têm que reconhecer isso como pauta principal.”

Game

Flávio Gomes falou também sobre um jogo eletrônico em que o usuário é um “proprietário de escravos” e que ficou disponível até o início da tarde da quarta-feira (24) na plataforma do Google Play. O jogador era estimulado a obter ganhos financeiros e a contratar guardas para evitar rebeliões. O jogo permitia também que o usuário explorasse sexualmente as pessoas colocadas sob seu poder dentro do mundo virtual.

Além de mostrar imagens de pessoas acorrentadas, inclusive de um homem negro, que aparecia coberto de grilhões em uma estética semelhante à de um desenho animado. Na capa, uma gravura histórica retratava um homem branco, em roupas elegantes, ao lado de um homem negro escravizado seminu.

Conforme a própria plataforma, até a manhã da quarta-feira, o jogo tinha sido baixado mil vezes. O nome Magnus Games é apresentado como criador deste e de outros jogos disponíveis no Google Play. No entanto, não é possível identificar com clareza nos perfis nas redes sociais, qual seria a empresa ou pessoa por trás do produto.

O historiador disse que não chegou a abrir o jogo, mas acompanhou as repercussões sobre o assunto e chamou a atenção para os cuidados necessários ante os efeitos de práticas que pareçam inocentes. É preciso tomar cuidado porque algumas práticas, aparentemente infantis, supostamente educativas e de lazer e brincadeira, estão reforçando práticas raciais, de estigma sobre a presença da população negra, que inclui sequestro de africanos escravizados, afirmou.

“Esse game é caso de polícia, porque, se há uma relação direta com a divulgação dele, da implementação do tipo de propaganda, do tipo de conteúdo, que reforça o estigma e preconceito, é caso de polícia, de Ministério Público, caso do Ministério da Justiça, fundamentalmente, acessar quem programa isso e os divulgadores”, enfatizou.

“A outra coisa, que paulatinamente a isso já tem sido feita, mas pode aumentar, são políticas de inclusão no campo da educação e da cidadania, para a gente ter mais material que divulgue de fato o que representou a história da presença dos africanos no Brasil, da escravidão, a pós-emancipação e a história recente”, relatou.

Quitandinha

Neste sábado (27), Flávio Gomes será o apresentador e mediador do seminário Gênero, Arte e Diáspora, com participação das historiadoras Iamara Viana e Raquel Barreto, às 17h, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, na região serrana do Rio.

Ele é o curador das ações de pensamento na linguagem escrita, literária e oral, da exposição Um Oceano para Lavar as Mãos, que inaugura o espaço cultural. A mostra ficará em cartaz até 17 de setembro.

Formada por obras de artistas negros, a exposição é um movimento interessante, por dar visibilidade à produção artística com uma assinatura étnica e de projeto de intervenção e de identidades visuais, diz o professor.

Ele informou que o evento terá mais dois seminários: o próximo será sobre Insurgências Negras, com os historiadores João José Reis e Isadora Mota, e o último, sobre imagens negras, será com a historiadora Lilia Schwarcz. “É um núcleo de seminários que se articulam com debate sobre arte, performance e diáspora”, concluiu.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC

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Mundo

Morre casal de idosos vítima de desabamento de casa no Rio

Mulher foi retirada sem vida dos escombros; homem morreu no hospital

Morreu o casal de idosos vítima do desabamento de uma casa de três andares na comunidade do Juca, zona norte do Rio de Janeiro. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta de meia-noite e meia, da madrugada desta segunda-feira (16).

Creuza José Correra, de 77 anos, foi retirada dos escombros sem vida, às 11h56, mais de 11 horas após o desabamento. O ex-marido dela, Luiz Carlos da Silva, de 79 anos, foi socorrido por vizinhos, logo após o desabamento, e encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ele chegou à unidade com vida, mas horas depois acabou morrendo, devido aos ferimentos.

Creuza estava separada do ex-marido, mas, devido aos problemas de saúde de Luiz Carlos, ela o acolheu no imóvel. No local, estava sendo construído um quarto pavimento, o que provavelmente provocou o desabamento de toda a edificação, devido ao peso da obra e à falta de reforço na estrutura do imóvel.

Cerca de 30 militares, de seis unidades, atuaram na ação, incluindo especialistas em busca e salvamento em estruturas colapsadas, com apoio de três cães farejadores da corporação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luiz Carlos deu entrada na unidade de saúde com um quadro estável, mas veio a óbito no início da tarde.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Fábio Contreiras, disse que os cães farejadores localizaram o corpo da idosa. “No local, tinha objetos de quarto e cozinha. A gente sabe que, quando há um desabamento, existe a mistura das lajes, andares, e é normal ter objetos de outros locais. É bem possível, pelo horário, que a senhora estivesse já repousando no próprio quarto, onde foram encontrados o armário, a cama, além de uma geladeira”, explicou.

O Corpo de Bombeiros disse que acionaria a Defesa Civil municipal para avaliar se há risco de desabamento de outros imóveis no entorno da comunidade.

Edição: Juliana Andrade

Fonte: EBC

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Mundo

Mutirão de ativistas abre festival sobre oceanos em São Paulo

Obejtivo é ampliar conscientização sobre importância dos mares

O papel e o impacto da ação humana nas águas e a importância dos oceanos é tema do mutirão, com cerca de 500 mil pessoas, que está sendo realizado em todo o país, organizado a partir de São Paulo, como evento que inicia a quinta edição do Festival SP Ocean Week. Participam cerca de 500 mil pessoas, entre ativistas, representantes de projetos de conservação e de iniciativas locais.

As atividades, que começaram sexta-feira (13), vão até o próximo dia 21 e são voltadas para a limpeza dos oceanos. O movimento, coordenado pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, é uma estratégia para ampliar a conscientização sobre a importância dos oceanos e sua preservação. Para o oceanógrafo Alexander Turra, que coordena o movimento, a principal meta é constituir uma rede de agentes de transformação e protagonistas e as diferentes escalas em que podem atuar.

A discussão em torno do papel e impacto das ações humanas nas águas é considerada uma das principais necessidades para mitigar e promover a adaptação às mudanças climáticas. É um tema global com impactos locais e urgentes, segundo Turra, que confia no potencial de mobilização do tema “A pororoca”, que vem com uma estratégia de popularizar a discussão sobre os oceanos e sua importância para a sociedade. “Com isso, buscamos integrar diferentes atores da sociedade corresponsáveis por esse processo, criando um movimento convergente, em busca de construir o oceano do futuro e o futuro da humanidade”, disse Turra em entrevista à Agência Brasil.

Apesar da generalização dos impactos sobre os biomas marinhos, ele acredita que é possível trabalhar em prol da economia sustentável do mar, enfrentar os problemas do lixo e das mudanças climáticas e estabelecer oportunidades para a transformação. As iniciativas selecionadas durante a mobilização do Pororoca serão apoiadas pela Cátedra e organizações parceiras e apresentadas durante o evento.

Serviço

O Festival SP Ocean Week 2024 espera receber 15 mil visitantes e contará com cinco dias de programação, entre 18 e 22 de setembro. As discussões envolverão ativistas, acadêmicos, atletas e trabalhadores do mar e estarão focadas em ações de conservação, mitigação do impacto de atividades humanas e popularização de agenda 2030, da ONU, na qual está inserida a Década dos Oceanos. As discussões apontarão caminhos para o cumprimento das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14 – Vida na Água). Os eventos terão 60 conferencistas e a participação de 28 institutos de pesquisa científica e organizações não governamentais (ONGs) de conservação marinha.

O festival ocorre no Memorial da América Latina, na zona oeste de São Paulo, e terá ainda atividades artísticas e de entretenimento, interativas, performances, oficinas e lançamento de livros e filmes, no Palco Mar Aberto. Haverá transmissão ao vivo das discussões. Os canais e a programação completa estão disponíveis no site do evento. Toda a programação é gratuita.

Movimento Pororoca

Com o objetivo de aproximar o oceano da sociedade, unindo esforços e compartilhando iniciativas para promover a cultura oceânica e a sustentabilidade do mar, a SP Ocean Week 2024 promoverá grande chamamento público, convidando instituições, empresas, ONGs, governos locais e grupos comunitários para participarem do Movimento Pororoca, que, até o dia 21 deste mês, destacará atividades pela sustentabilidade do oceano, em ação batizada de Virada da Maré. Ao final da campanha, os participantes receberão um certificado. No dia 21, o encerramento das ações do Movimento Pororoca coincidirá com a celebração do Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas, comemorado no terceiro sábado de setembro. Com ações educativas de visitação monitorada, a SP Ocean Week 2024 também receberá grupos de alunos e professores de escolas públicas e privadas.

“O Movimento Pororoca é uma iniciativa para incentivar as pessoas em todo o país a participar, a partir da semana que antecede a SP Ocean Week, de ações em defesa do oceano, como a limpeza de praias ou a promoção de seminários, rodas de conversa e contação de histórias. Abrimos um canal para receber vídeos dessas ações e vamos divulgar todo o conteúdo recebido durante os cinco dias do festival. Esse é um primeiro passo que estamos dando para expandir o alcance da SP Ocean Week. Queremos que o festival, que já é o maior evento de cultura oceânica da América Latina, tenha cada vez mais impacto nacional, mobilizando pessoas e fomentando ações em todas as regiões do Brasil”, explica o diretor executivo do evento, o jornalista Alfredo Nastari.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC

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Mundo

Brasileiros se unem para ajudar a Nana em seu PhD nos EUA

Brasileiros se unem para ajudar a Nana em seu PhD nos EUA

A Nana é advogada e protetora dos animais há mais de 20 anos, já resgatou centenas de animais em situação de risco durante sua vida, mas ela percebeu que só resgatar animais não resolveria o problema de abandono e de maus tratos que acontecem todos os dias.

Foi então que resolveu que precisava se aprofundar em estudos sobre a relação humano e animal. Ela então foi aprovada com bolsa integral para um programa de PhD em uma das melhores universidades do mundo: a Universidade da Califórnia e Nana, seu marido e Maria Isabel, sua cachorra de suporte emocional, se mudaram para os EUA em 2022.

A pesquisa da Nana no PhD é sobre a técnica do Cesar Millan, “o encantador de cães”, que ficou mundialmente conhecido por seu programa de TV em que ajudava a melhorar a relação dos cães e seus tutores através de energia calma e assertiva.

Técnica essa que ajudou a Nana em muitos dos seus resgates e inclusive com a relação que ela tem com a Maria Isabel hoje em dia.

Nesse momento, nos EUA esta acontecendo um concurso chamado My Dog My Inspiration. Esse concurso promovido pela Orbiiit tem como prêmio um dia com o Cesar Millan, aprendendo as suas técnicas e mais $10.000,00 que vão ajudar a Nana a financiar a pesquisa dela agora na reta final do PhD.

Nana é a única brasileira na competição e para chegar na final ela precisa de votos de todos que amam os animais e que acreditam que a pesquisa possa fazer diferença na relação humano e animal.

O link para votação gratuita: https://orbiiit.com/contestants/92154a43-5191-47e5-adeb-b07f8db5c0da

Para votar, basta clicar no link, rolar a tela até o final e encontrar o FREE VOTE (voto gratuito), vai abrir uma tela para colocar seu email e uma senha qualquer de oito dígitos, após validar seu email você já pode votar!

É um voto por email e a Nana e a Maria Isabel estão contando com a gente para vencer essa competição.É um voto por email, se você tiver mais de um email pode votar mais de uma vez.

Para mais informações o instagram da Nana tem vídeos e explicações sobre o concurso @moraes_nana falta muito pouco para a Final!

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Morre casal de idosos vítima de desabamento de casa no Rio

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Cerca de 30 militares, de seis unidades, atuaram na ação, incluindo especialistas em busca e salvamento em estruturas colapsadas, com apoio de três cães farejadores da corporação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luiz Carlos deu entrada na unidade de saúde com um quadro estável, mas veio a óbito no início da tarde.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Fábio Contreiras, disse que os cães farejadores localizaram o corpo da idosa. “No local, tinha objetos de quarto e cozinha. A gente sabe que, quando há um desabamento, existe a mistura das lajes, andares, e é normal ter objetos de outros locais. É bem possível, pelo horário, que a senhora estivesse já repousando no próprio quarto, onde foram encontrados o armário, a cama, além de uma geladeira”, explicou.

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Edição: Juliana Andrade

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As atividades, que começaram sexta-feira (13), vão até o próximo dia 21 e são voltadas para a limpeza dos oceanos. O movimento, coordenado pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, é uma estratégia para ampliar a conscientização sobre a importância dos oceanos e sua preservação. Para o oceanógrafo Alexander Turra, que coordena o movimento, a principal meta é constituir uma rede de agentes de transformação e protagonistas e as diferentes escalas em que podem atuar.

A discussão em torno do papel e impacto das ações humanas nas águas é considerada uma das principais necessidades para mitigar e promover a adaptação às mudanças climáticas. É um tema global com impactos locais e urgentes, segundo Turra, que confia no potencial de mobilização do tema “A pororoca”, que vem com uma estratégia de popularizar a discussão sobre os oceanos e sua importância para a sociedade. “Com isso, buscamos integrar diferentes atores da sociedade corresponsáveis por esse processo, criando um movimento convergente, em busca de construir o oceano do futuro e o futuro da humanidade”, disse Turra em entrevista à Agência Brasil.

Apesar da generalização dos impactos sobre os biomas marinhos, ele acredita que é possível trabalhar em prol da economia sustentável do mar, enfrentar os problemas do lixo e das mudanças climáticas e estabelecer oportunidades para a transformação. As iniciativas selecionadas durante a mobilização do Pororoca serão apoiadas pela Cátedra e organizações parceiras e apresentadas durante o evento.

Serviço

O Festival SP Ocean Week 2024 espera receber 15 mil visitantes e contará com cinco dias de programação, entre 18 e 22 de setembro. As discussões envolverão ativistas, acadêmicos, atletas e trabalhadores do mar e estarão focadas em ações de conservação, mitigação do impacto de atividades humanas e popularização de agenda 2030, da ONU, na qual está inserida a Década dos Oceanos. As discussões apontarão caminhos para o cumprimento das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14 – Vida na Água). Os eventos terão 60 conferencistas e a participação de 28 institutos de pesquisa científica e organizações não governamentais (ONGs) de conservação marinha.

O festival ocorre no Memorial da América Latina, na zona oeste de São Paulo, e terá ainda atividades artísticas e de entretenimento, interativas, performances, oficinas e lançamento de livros e filmes, no Palco Mar Aberto. Haverá transmissão ao vivo das discussões. Os canais e a programação completa estão disponíveis no site do evento. Toda a programação é gratuita.

Movimento Pororoca

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“O Movimento Pororoca é uma iniciativa para incentivar as pessoas em todo o país a participar, a partir da semana que antecede a SP Ocean Week, de ações em defesa do oceano, como a limpeza de praias ou a promoção de seminários, rodas de conversa e contação de histórias. Abrimos um canal para receber vídeos dessas ações e vamos divulgar todo o conteúdo recebido durante os cinco dias do festival. Esse é um primeiro passo que estamos dando para expandir o alcance da SP Ocean Week. Queremos que o festival, que já é o maior evento de cultura oceânica da América Latina, tenha cada vez mais impacto nacional, mobilizando pessoas e fomentando ações em todas as regiões do Brasil”, explica o diretor executivo do evento, o jornalista Alfredo Nastari.

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A Nana é advogada e protetora dos animais há mais de 20 anos, já resgatou centenas de animais em situação de risco durante sua vida, mas ela percebeu que só resgatar animais não resolveria o problema de abandono e de maus tratos que acontecem todos os dias.

Foi então que resolveu que precisava se aprofundar em estudos sobre a relação humano e animal. Ela então foi aprovada com bolsa integral para um programa de PhD em uma das melhores universidades do mundo: a Universidade da Califórnia e Nana, seu marido e Maria Isabel, sua cachorra de suporte emocional, se mudaram para os EUA em 2022.

A pesquisa da Nana no PhD é sobre a técnica do Cesar Millan, “o encantador de cães”, que ficou mundialmente conhecido por seu programa de TV em que ajudava a melhorar a relação dos cães e seus tutores através de energia calma e assertiva.

Técnica essa que ajudou a Nana em muitos dos seus resgates e inclusive com a relação que ela tem com a Maria Isabel hoje em dia.

Nesse momento, nos EUA esta acontecendo um concurso chamado My Dog My Inspiration. Esse concurso promovido pela Orbiiit tem como prêmio um dia com o Cesar Millan, aprendendo as suas técnicas e mais $10.000,00 que vão ajudar a Nana a financiar a pesquisa dela agora na reta final do PhD.

Nana é a única brasileira na competição e para chegar na final ela precisa de votos de todos que amam os animais e que acreditam que a pesquisa possa fazer diferença na relação humano e animal.

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Para mais informações o instagram da Nana tem vídeos e explicações sobre o concurso @moraes_nana falta muito pouco para a Final!

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