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Economia

Queimadas em SP: empobrecimento do solo pode ser consequência grave

Prejuízos dos produtores podem chegar a R$ 1 bilhão — R$ 350 milhões estão ligados apenas à cana de açúcar, que tem São Paulo como maior estado produtor no Brasil

Queimadas em SP: empobrecimento do solo pode ser consequência grave

Mais da metade — 53,2% da produção nacional de cana de açúcar no país vem do  estado de São Paulo. O maior produtor do Brasil terá um prejuízo milionário, na casa dos R$ 350 milhões, por conta dos incêndios que destruíram parte das lavouras na última semana. Mas o prejuízo total estimado pelo estado chega a R$ 1 bilhão. 

Empobrecimento do solo

As queimadas trazem impacto econômico, social e ambiental, mas não só isso. Nos solos atingidos pelo fogo, elas modificam as propriedades físicas, químicas e biológicas, isso por que são perdidas grandes quantidades de carbono, nitrogênio, potássio e enxofre no processo de combustão. 

O pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, explica que a queima da cobertura vegetal deixa o solo descoberto, exposto à radiação solar e com elevação de temperatura, o que leva ao ressecamento ao longo do dia.

“À noite ocorre uma perda de calor por que esse solo está exposto, então há um aumento da amplitude das variações térmicas. Essas variações de temperatura vão prejudicar a absorção de nutrientes e toda a vida do solo.”

As queimadas ainda trazem outros prejuízos, avalia o pesquisador. “Outro problema desse solo exposto é a erosão, seja pela ação do vento ou pelo impacto das gotas de chuva. Quando vierem as primeiras chuvas, essas gotas vão chegar a um solo descoberto, que pode levar a uma compactação, um selamento superficial. Então há uma diminuição da infiltração de água, um aumento do escorrimento e o processo de erosão está estabelecido.” 
 
O processo de recuperação do solo é longo — pode levar cerca de três anos — e os custos para os produtores são altos, afirma o pesquisador. 

A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA) com sede em Ribeirão Preto, representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar, parte deles prejudicados com os incêndios.

De acordo com o Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde é proibido o uso de fogo na colheita de cana no estado de São Paulo, medida que segundo a ORPLANA é seguida rigorosamente pelos associados. E que os produtores de cana-de-açúcar e as usinas não são os responsáveis pelos incêndios e, sim, que atuam para afastar o fogo de suas produções.

Impactos na economia

Segundo o Cepea/USP os preços dos principais derivados da cana-de-açúcar ainda não sofreram qualquer modificação ou impacto por conta do prejuízo nas lavouras. No estado paulista, o açúcar ainda mantém os preços de R$ 130 pela saca de 50kg e o segue cotado a R$ 2,600/m³. 
 

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Economia

CFEM: ANM repassa R$ 406 milhões a estados e municípios produtores minerários

Do valor total, cerca de R$ 81 milhões são destinados aos estados e ao Distrito Federal. Já mais de R$ 325 milhões serão partilhados entre 2.191 municípios

CFEM: ANM repassa R$ 406 milhões a estados e municípios produtores minerários

A Agência Nacional de Mineração (ANM) distribuiu R$ 406 milhões (R$ 406.458.974,30) aos estados, Distrito Federal e municípios produtores minerais. Esse montante corresponde à cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), arrecadada durante o mês de março e distribuída em abril.

Do valor total, R$ 81,2 milhões são destinados aos estados e ao Distrito Federal. Já R$ 325 milhões serão partilhados entre 2.191 municípios.

O advogado especialista em mineração Alexandre Sion explica que, como os reais impactos das atividades minerárias são sofridos pelas cidades onde a produção ocorre, é justo que essa parcela seja destinada a esses entes.

“Os recursos minerais pertencem à União para fins de aproveitamento mineral. Contudo, é a localidade quem sofre os principais impactos pelo desenvolvimento da atividade minerária. Tanto que 60% dos valores recolhidos a título de CFEM devem ser distribuídos aos municípios onde se localizam as jazidas minerais. Dessa forma, a distribuição desses valores é relevante para fins de equilíbrio na relação entre impactos e benefícios”, destaca.

CFEM: maiores valores

De acordo com dados da agência, os estados que mais receberam recursos da CFEM foram Minas Gerais (R$ 41.289.603,40), Pará (R$ 27.052.382,72), Bahia (R$ 2.595.603,56) e Goiás (R$ 2.329.217,44).

FPM: municípios brasileiros partilham R$ 2,3 bi, nesta quinta-feira (17)

Entre os municípios produtores que mais receberam os recursos estão: Canaã dos Carajás (PA) com R$ 47.378.797,42; Parauapebas (PA), com R$ 31.594.892,67; e Conceição do Mato Dentro (MG), com R$ 24.954.887,22.

CFEM: confira aqui se seu município recebeu recursos

 

 

CFEM: o que é

A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) foi estabelecida pela Constituição de 1988 como uma contrapartida financeira paga pelas empresas mineradoras aos estados, Distrito Federal e municípios pela exploração econômica dos recursos minerais em seus territórios.  

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Economia

Dólar volta a cair e é cotado a R$ 5,86

Seguindo tendência mundial, divisa americana volta a perder valor diante de volatilidade sobre decisões de tarifas

Dólar volta a cair e é cotado a R$ 5,86

Nesta quinta-feira (17) o dólar é cotado a R$ 5,86, em queda de 0,43%. A baixa do dólar no Brasil segue tendência mundial de desvalorização, muito por conta da volatilidade das decisões acerca das tarifas de importação que vêm sendo tomadas naquele país.  

O mundo segue apreensivo com os impactos que as decisões do presidente Trump podem causar na economia mundial. Isso tem feito com que investidores, pouco confiantes nos Estados Unidos, busquem outros países para fazer seus investimentos. 

O cenário de hoje, que pode mudar a qualquer momento, é de 145% sobre os produtos chineses que entrarem na América. Em contrapartida, a China impôs 125% sobre os produtos norte-americanos. O que, para os especialistas, pode acelerar a inflação global e causar recessão econômica em vários países.

 

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Ibovespa tem segunda baixa seguida, dessa vez de 0,72%

Vale puxa o índice para baixo; cenário pessimista no exterior não ajuda

Ibovespa tem segunda baixa seguida, dessa vez de 0,72%

O Ibovespa começa a quinta-feira (17) com a segunda baixa consecutiva, dessa vez de 0,72% aos 128,3 mil pontos. A volatilidade da bolsa ainda tem reflexos das tarifas de importação impostas por Trump nos Estados Unidos e retaliadas, sobretudo, pela China. 

As bolsas no exterior vêm sentindo com força o impacto das medidas. Aqui no Brasil, o que vinha sendo positivo para o índice, teve efeito contrário na última sessão.  

As ações da Vale puxaram para baixo o índice e fecharam o dia com menos 2,32%. Queda também para os grandes bancos, como Bradesco, que perdeu 0,16%, e Banco do Brasil, com menos 0,43%. Na contramão das baixas, Ambev fechou em alta de 1,68% 

Os dados da bolsa de valores brasileira podem ser consultados no site da B3.

 

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